A Semana Julho v4 n 171

• Espalhndas . a o som de t ambores, as ordens Jõ soberano, o povo, que o temia, den·se pressa em cumpril· a s e centenas d'hom es fieis, e ncar– re,,.ados de receber o que a gente hu"'m ilrle le vava ao erario real, niio conseguiam a tte oder a. .todos com a r esalva 4ue e ra devida aos que se desCaziam dos seus pequeno, valo– resr As fun dicões trabalhavam d ia e n o ite redo1.indo a g1 .:>ssn~ ba rrus de o uro as jo ias de que n pobre.sa se ha\'ia despojado e as pcdrn.s. t irn· das d as enca rna, . sciut il lavam em acervos de côres sobre o brnnro la– geclo dos pateos, e ntre euuuclrn~ a r ma clos. . Ao porto abica,a01 rl i:ll'iamente al tos na\'ios carregado~; <'n rava 11t1S num11rosas desciam das 111 inus, em leuto a.ndnr, com· o peso dos fardos q ue d errcuvnm os animaes, e os pa;– tores rec lamavam mais cnmpos ondfJ pt,cle;;,.,em es1,>11lha r os rnl,un hos qne ,·re~c:iu111 procl ig-ioRnmcnLe. j1i Pnt.re– zill,auJ u ú. mi ngua de pust u1:1. E o rei. pe1·correndo o s 11bt.crrn– nao. conte 11,pla \'a a s ua rique.1.u.. rnub c<,ni(} ai nda lhe niio ba!.bnss.l o que v,o., HUllHln\·n cn\·ur g,tlcrias 111aio re.,, ma i:; fundas, e exigia 1111ds onrn. ,\ · 11nt.il :in ri u~ vil't.r,rin~ dos ::rns ,;olo:l adn~. ua~ pro~a~ ,1,,,. ~PII~ 1:,l\· i 1,~ · ln~n pr ,1in nora cios theoouro., .,cm ,,ríioccur,ur-se com u 111o rta11d1<dl', n<'m 1•0,u o sorfrimruto dos venc i- cios. 4 A' n oitt>, qnn ndo e <'ida cll' renf d nruiia e da$ r:hum inés ila:; íu n•ll· •:iil•>i suhiom, lambendo a t 1.:\'o, os li ng 110s rn hrns de fogo. lc va ntn – vu. o;: ,,lhos e lic:'lva amhi<:iosarne n– te contemplando os astros q ue tre– rn claziam no cén. .N ií'I do rm ia. ~e. a lgumas \'l'Z<>~, reclirrn\'a•se n,rwido pela fud ig·, , lng,, um sc.nl, o o ul\,;pert1\\' II em su– brl'su ltn-pnnha se <le pé,e, spg-niuo p ela g uinda pala r.:ia na. q ue o ucom· pnnh:H'R a correr, atropei nd umcu– te. f~ endo rewar a longti e,wadaria de' mar111o re, subia f, torrE' 16;a.i;; u!ta pa1n dev..1s, a r o mar \'fb tn po1·,1ue , no sonho ó vira coal hado de na vios qne v inham che i<>S de g-uNn'iros, ciue eram g igantes, a ssa lt a r o seu thesouro, passar u tio do espurl a lt 1 s ua gente, esgotar as s uas minas , abater o seu gado. Reco rumendava o mais vig ilante r.uidudo iit'Ls sentinc!!as, <11neaçando– as de n·orte se niio 11nnuncias~em o 1JUe fossern descobrindo na terra, no mar, n,>e,paço. A's vezes, no nrroxea.r sn e nn do crepnsc u10, nmn a g oia retardada punha f,m ul,;,oroço o c idadella. Hu· g iatn buzinas "'uc•r1s de 11111n ã ont rn torre, armas brilhavim1, reLiuiam na pres:sn t11111ultuosa co111 q uensol– doclesca Sf.l lança vo. 'f)el11s escadas A orquej ando, esl,aforidos, os g nerre i· r oa qne che~a vam á plutnforma, ateãaudo os arcos rijos, viam ape· ASEMANA lOJ::IO 01:10 oc nas om ponto n egro que se sumia no espaço, longe. ••• Certa n~ite, ao recol h;:r•se, ~entiu o rei ama dô,· violentissima na ca– beça ccmo se n varassem ferros te– rebrantes e 1;m braz,1. e um peso ~iio grande quejó n poJ.ia traze r t.:,m– baé!u sobre o pe ito. I m01ediatame11le. em g rande prPs' sn. fornm chamados os magos e o rei, po r entre gt,mirlos e brndo:. de nn· g n~t iu, d iz a-lht-s o seu soHr imento promettendo-lheR immensos th esou– ros s" o c uro.ssem oa a morle se a nda co nsag-uissef11. O p rimt>ii:o tudo foz : velou noites seg nirlu~, in vocon os deu·s<'S. cxpe · rirnentnu ns 1110.is complicadas for– rnn lns. ~ntou torlos os recurs,1s• da mn;.:in. ü m dia long~ P q ue nte. o.o Sl.ll, e t oda uma noite, pussou·0$ no e ira.- , do do p11la <:io con snltn 11do o \' ÔO ·dos f>l.1S6uros e o hrilho <los astros e, com o soa r d us bnldnas a1111u 11ciun– do o. m,1d ruizud o., re~ig nad,,mente, ,,eut rn ~ trn rcl u~ d,,acen pnru mo rrer. Outro veiu o t~,·e n mesrnn SC\rte. D,, tndns a~ prutes t:heg nvr,m r.in · gos e foiti,•,.irus e tridos desciam ao p11tno lnhrcg-,1 ,, nrle o eat-rasco a ba· tix•os de 11111 gol p,,. E o rei. '51•11w11· d,>e ~Nn potier lc n rnto.r n c:il>l'Çn . nugm.. ntava u~ p10111essus de riqno z.i.,; li i11vo11lnva supi.,licios 1110.i:., do· lo roso$. . Continuamente s ubia m ~abios :1. real c11m1un. e nlim1a nw11tc o ma· d,u.clo d,1 c:arrnsco decepa \' a cabe,;ns ven rnn•is O p vp, e>st ut rr ,·iclo ,le mnclo. nem cui lavo do negn<'io po1 ,11ie c•s gu.,r– ctas tinlu11n o r<lcm do mata r todo nqut> lle que fola::ise mah u 1 to na:; ruu~ P. to,lus as tnrde~, P I o·rn len\– dos pum ns c n,·crna~ fu nrbres c:<?n· lenare., d~• cadaver,•,; ri., mnllie r<'~. .Nu~ templos os vic:ti:na l'ios escun i a 111 em ~1111g 11c e 1 0s allorcs não se <'Xlinguia a c hnnuno. dos holocaus– tos . · J 1i, os cn, t e1.1ios dt>scsp.?rn\ a •n da snln 1çiio do ruunarcha, C'l!j ,, sufm– n,e nt > nug •1.ent.a,·a a rnnb e mni~. , q11·111do 1rn1 VPl n, mn~Q ha" in mui• to àputa<lo d, c•11t'<', \' ive udo soli– t nri nnw nte 11u111a rn uutaul,a, fui • t rnz ido a palat•io. Niio ig uo rn,·11 a ll C'011Cliçiies impos– ta~ pelo re i·- a fort una ou a morte e, corur• o pateo de s up1>licio ficavn em cnm inho d u toll'e em qoo se ha– via isoLLdo o enfermo, o a ncião, levaotu.n<lo n uba da $Ímnrru, pus– soo sobre o snngne dos que o ho,•i· am prered ido " vi u o carru~co infle– x ive l. a fia ndo o muclrnclo junto ao cepo do cedro onde t inhnm rolndo tantas eabeças cheios de suhelloriu. Niio se intim icb,n: seren1101e11te, seg uindo o cn111a reiro q ne o ~oia vn, ch,•gou (L prese n~·a elo r<•i que g,,ruiu. ú s aulicos, c uriosos da scie ncia do solitarío, cercamm-n'o, elle po• reni. depois de haver pul'ificado as mãos nom vaso de ouro, decla rou que, para con~eguir n cura, ern ne– cessario fica r a sós com o mona rc ha. <'om um leve murmu rio, como o d um fio d'itg tm a fio ir, os cortezãqs snhiram e o velho corre u, experi· me ntou os -ferrol ho~ de todas as portas . D il'ig indo-se, en tão, ao en– fe rmo que q ue npertava a cabeça e ntre as miios, d isse: - Senhor, pum que et, vos exami– ne. corno convem, é necessa r io q ue adornwçais. Tenho comrnigo um elixir de somno que vos dar:í um mome nto elo ulli vio R <l um g ut ur– nio ,· ert.cn n nm peqlll'U0 <'opo cu\'a· do em orna esmeralda as gottas d nm n nrcotico q t1e o rei Lebe u sem he~ilar, cnhi ndo i rnmedio.Lame nte em p rofuud,1 lethargo. O mP.g0 t irou, entiio, cio seio n ma peq ue na bolsa, d t>spojou -a sobre uma pate na de pt·:.~u e m iurlas lns – t'as de o uro sd nti:lnrnm . Olho u as sor1indo o <l<'~pc,1lo u o re i que , no reuh1 ir os olh os, logo púz-se a ge· mer : ' - P orq ue úiio depressa me tiraste dei s0111110 ·t !::ienho1·, uiio foi pnra a dorme– cer-vos e sirn pura enror-vos qt1e mr ~rc,ux!'ram. entrs nrmas Se ,·os mt> ric1ilhPi no somoo <le que sabistes foi parn PXamin ar, com dcscnnço, a vo~,-a l'nbeçn t> <!esCl•lirir a cani,n d o soffrirne nto qne vos t 1az combalido e torlo o rC'ino em n-runtle e jt1sta Lrisl "''.U. .. - 1~ <>11tiio ? - T t>nl:o o que ba~tn para ~arnn- t ir-,·os a 1 ·11rn - (j o <'linho ·imcnl'u do nrnl. E. nJ in11Ln111ln-.:-e ,·0 111 11 pulena, no fundo da q nnl hri!h,l\',\111 as las– cus de on rn, expli,·,H1 : .\ vof .;a mo– le-tia é a ... n~turt>,:a ostr,rnha e, a lll('U Vt'r , º' ig ino u-~e un \'OS;;O C(\11· s Lan ' e p<:F1•ur C'111 t i,111t>211,;. A pro,a nqul ll tentle~ n,,stn;; f><'toilas . A Hé~ fl xn materiali-;on-~e. .\. vo~sn 1•uho– çn c,tã. $6 tr.iu ~rormu.1d0 em 1.>11:·o . C0mprnmcl.lo- vos a cn r,11 -,·os t>m 111C>11ns rlP. uma hortt ra,pando to<la li i;rqgta 'Jll" fu rl'll O \' 1 J,, O ( lal\eo 8 J e,tac,u,Jo t ,1dus u~ l'a rtknlas qno PC u<"llllm i11-:r11st.1·ad11,; 11n nrn~,m re· rPhrnl. ,,e a$-.Ílll j 11l/!11r.J,•s qnc ch• r(l fn1.1•r ( '01110 é u111 t li<·s,, u ro u iío q11 i1. pnicc<lcr ~em <>•1vir a ,. '""ª pnlu,•rn. O rei fitou largo ll,111po n pe n,ar e a gomer. T om,rn ent:e o~ dedos as pepil11s lu1.cnte:s, ch<'gnu·I\$ hem nos olhos, exa111inon-n~, s<'i pe:;ou·as na p.ilma d1t mão, 111 11 nonrnn<l0: Bum '>Ili'◊ l B om ouro ! Por fim <lis – sc : 1!'i.:este !,em cm cnn:1nlt11r·me. Tnl mo lestia só póde ser 11m cnpri– cho d.ls deuses, po rq ue não co11stn que homem al g11m honvc;;se j i.mnis prorl uzitlo ouro. L•~ s n~piron: enm· pra-se a vonta clP d h•imi. 1; _!!Ili q1rnn· to I cmpo julg-ns que terei !nela n cnbeça t ra ns formatfa cm r,uro? -~enhor em mC> no~ tempo do que gasta a Jnu 1>arn mm,lrnr ao muudo as suas quatro face:3,

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0