A Semana Julho v4 n 170

A ::;EMANA ?fi S amplos e sumptuosos salões do ,·ellio 'l~.-'7' e bem-quisto ·capitalista Simão Paes cs– . tavam abertm; e deslumbrantemente il• luminn<los. Fazia-lhe anuo!':, dezoito risonhas e festivas primaverás, 111.flc. Rosa Angélica, !':Tia filha (mi– ca, 11111 mimo cl'arte. Festejando esse feliz e ansp1c10so ernnto, franqueára, ás suas numerosas relações e aml • ,ades de longa data, I) limiai· augusto e vene– rável de seu custoso palacete. Aquella filha era a sua vida. Pref.eria, affir– mava, perder metade da immensa riqueza, que arnontoára, annos e annos, com o suor obstina– do de seu rosto,-uma especie de mina de Salo– mão ou arca de Creso, a vel-a, um minuto, entri,st ecida. Seria mesmo capaz de perdel-a toda! Ha pa•es assim. Não .lhes queiramo., mal, por isso ... Tudo fazia, portanto, para alegral-a, e tra, ,e l -a, continuamente, venturosa. A sociedade, essa. uoite, era o que havia de mais fino e tlistincto. . A uma hora da manhã', entrava no apogeu a ::tnima~ão. Grupos dançavam ; grupos, j unfo fü; janellas, discutiam; grupos jogamm, ou passeavam, sussurrando, aos pares, ,·agaros:i, • rentamente... . E ninguem, nem uma r;ú, pessôa, peusá râ, au1da, um instante siquer, em afastar-se da– quelle delicioso paraiso. Gosando o ar fresco da madrugada e o per– fnme das flores, em um banho de luar, conver– savam, no ter1:aço, num dos intervallos das clan• ~as, o capitalista, sua gentilissim~ e encanta– dora filha, 0 general Batalha e o 1pustre con- selheiro R~go Alberto. • . Tratavam ele cavalheirismo. Approximei-me. -Papae-sustentava a espirituosa e interes· sante donzella, é um perfeito gentilhom•em, si– não o mais verdadeiro que existe, não por ser- que~ papae . .. . O duplamente, ditosissimo progenitor, ou– vindo-a, e sentindo-lhe as mãozinhas de açuce– nà pelo rosto e a pétala ele um 9sculo na fronte;. como todo pae orgulhoso das graças de sua pro• le, sorria·SP., intimamente, satisfeito, sem en· contrar o que dizer. -Longe de contrariai-a, exm.ª-assegumvo o general, creio que; em polidez, como em cnmh 1- te não me deixo tambem vencer ... '-Pois eu modéstià á parte-insistia o cn 1 1· sell:·eiro, sot; tão cioso· das regras da cidl ilh 1lc. que, quando 111e sncc~.de dar as cost as a a!;; não sei como fico, vexad'O ... Repa~·() até, por meio de indemnização, be1.1 ou 1ual, segundo as .pessôas e a occasião ! E , por mn háõ-ito a111t·igo que elle ti-11lla, vol– tou, rápido, a cabeça, e, dando com o crea;lo que chegarn, precisamente no momento, nn111, · <lo a palavra ao ge.s to, balbuciou, confuso> snppondo·o remoto alli: - O sr. me desculpe ter ficado de costas . . ,. Monsenhor P io. ··•····..···············- ····........................._ ___......._ ................. .. .. ........................... ~ )0( !)(< --- n • 11• <1e H • • · ,•• 11 •41 ,. 1 •1 " 1 111 ll !ll lt . ... ... ... ... ... 111 " 1 ~ ·•··........ ,,........Jl..~•--·..................... ...... ~ .. ................................ --·- -· Tem sido ao teu D estino, a Vida, um céo aberto, 11111■11■11111111•4. ~ ~ 7-i-' Um parais.:, azul, um j,;,.rdim reflorido! E gu9.rdas dentro da alma. um sonho comprehendido .Doirado e !indo e puro e immens~mente certo. contrasts extranho o nosso! .Eu sinto c;[Ue h ei eoffrido corno se o m'l..1.ndo fosse um arido deserto Onde o chão que se pisa é de espinhos coberto, onde o c é o c;rue s e fita é crepe ennegrecido! se tu.do te p a rece auriful gente e lindo, Si caminha a teu. lado Ventura sorrindo Lenta, a Der, para mim tristonhamente avança Nada tenho, ai de mim! Uni. sonho brando, leve. Não me parfll.rna a vida, inda c;iue seja breve-, Forque v.'ivo, meu .Deus I sem ter urna esperança! Brites Mo/la. . l •(I ' l i l i . , IUI I , l i n1 n é 11• 111•

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0