A Semana: Revista Ilustrada - 1921, v4 n.149, fevereiro

la Ney e outros, esfomeados e tristes, malroupidos e sem a– brigo, semeando 11a capital do lmperio prê ciosidades poeti– cas, e entindo a fome devo– radora corroer-lhes as entra– nhas, sem que, como ao pro– pheta Elias, lhes apparecesse o corvo, enviado de Deus, tra– zendo a refeição appetecida. Ah ! os poetas de hoje e os poetas de hontem ! R . M. --***-- AMOHOSOS POETAS Os poetas que amam e siio ama· dos, so ffiem como ninguem. Toda a fi I ha de Eva que é proclamada a el ita, a musa lyrica de nm bardo~- ex ige como cond ição primordial, a e clusividade, i11-lul11m, da paixão, da alma e da poesia do Orpbeu en· namorado. Deprehende-se isto, pelo menos, da corresoo ndencia infra, qne um poeta muito da rni11ha e~tima, re· metten-me, para que a deletrea ·•·e. externa11rl o· lhe, por ca,ta. o meu juiS'"l. t~•· um docume nto curioso de jus– ti fic1,ti va, amo,o a; co usas de npa i· xonados que s amam deverns. Eil·o: o 110 sso pl'e:mio coltabnrndo,. s,·. ,.,,. /ú /ga r Proe11ça, aue f ez r11111ns ho11/et11, sendo, allJd() de l~lll/11'/'0SUS tes/e111u11 ws e <IJH cço. 1• ido amor, meu tndo. – «Men II est >.1s linhas c·on. olu<lo– Bordo•te d p ia intenção Jp upa- cnm O Ll ias, . ·t i/l car-me, c>m. com- zig:uar•te 0 J~,; destas pery phrases, tud o, vo 1• 1110 10 d ·ga r-t.e O obulo de pretende!· men ' seria me expri r no um pE:'rdao, o qn~d. alo anti'.' o ti>u rnaiil flag ra nre n ,c · ca ractt'I" rn uni fi co. A SEM.iXA Palavras taes, ir-te-ão saber a «el i· x ir de lon ga vida », ao passo que a mim, ao «teu amargurado Sonh a– dor», são como lagrimas de remorso e arrependimento que, ao me escor– rerem daR fontes lacrimaes, pene· trassem-me a bocca, deixando-me uns laivos acidulados, pela g us• tativa palatal. Se assim me espresso, é para des· fazer as tuas duvidas tolas, sobre se o meu desafinado he ptacordio vibra, sonorisa, unicamente para celebrar .o teu culto, na festa bachi· ca, dyonisiaca, em hoqrnnu gem ó. )),eu~a que tu és, na minha vida e na minha pobre Arte. Nã-o fosse eu te saber uma pan– therazi_nha na defeza grandiosa do teu amor invicto, conclamadora do celebre on11e pa se pa !, dos solda– dos de França, em Verdnn, deixa· ria, soffrendo embora, que o teu es– pírito sublime, P!'lrtpanece se no ze ·1oso sobresalto de que a «mnestrina das canções da minha ly ra ll em uma ::;enhora Chimera, e que tudo q uan– to te hei escripto, são «Ca rtas sem destino», como as que traçou o ,• 1 A NOSSA CAPA A nos a pagina do hujc que esta mer~<·cdora de enro111i,,; dP– ,·emos .ª ,1nt elligenria art ii,,,tiC:i ,h.1 nus~o.. Jm·en e t.li tinclo contena– ~eo Fern , udo S~nlos, ciuc , e ,ae 1rupon~u, C!llul11u~amfutr, cumu • t.lP!l_Cnlu:,ta e µ111tor. Fernando esleve na lialia , du– rante al,u ns anno!- 1 e h aprO\·ei– tou rnu1l11 a '-Ua incli11n\·ri1, na arlo a tiuc se lll'dica. ---- .,,,.........., .,, .,:r-=--,......._ li nosso querido Alfredo Pimenta . Mas não; se ria p1>rvers idaclt>; massnc ra – vu -te 1>goi t.iearnente; in<l 11 nrni s que l1 '!i dc111llllSt rado fe rnµr , e t,u o •a– bes, viveres em tudo 4nanto e m– ponl,o, B pum qne fuzel-o? ! , Se é por isso que te amo e te dou prefereneia. entre as outras mulheres• , porque •és terrí ve l na rni,a e uhlime no t\ÍÍPcto», como ven ho jurando em 111ndrigalescos dythira111hos a ti , á puixão que nos assoberba! E' facto que imagim•i u pha11ta – ~in ele urn a. µa g inas in ve ro ·in1 ei:s clesconPxas, alinhuva11do os traço~ ele urna c ri atura in, ulo-1ll'. Mo s 11,i- 111, a Olhl'i11 :i11lw , não fost<, tu me,-- 11111 4ut-111 s0 1riste, ao leres no e, Fan– tocl,1>s e Manequin s», de Au g u to de <'astro, n~uellu. chronira e. pl1>ndidu. sobre o li vro •~1ulhNesu, de Jnlio Honta~, em que o el Pgante auctor do • Fun, ~ dn t!• eu Cigarro• . as evt- ra que 110 s. os rn tell ectuaes. 1 w nsamos º" qnert-m0s dizer umn J>C>l\'ão de ,·oi, ~a::1 . 111 ,du~. sobre ), a rt> n:< e ~e r– rulho~ 111,ug-i11ur:u~. Jc h.ull,l·rt•s i.1- comparaveis, quando est amos fa– lando de uma só, cantando os do· tes de uma só? 1 Pen~a, pondera, contemporisa ... F inalmente, para c·ncurtar exem· plost cito-te o r:elt,bre caso do emi– nente mestre da Poesia Brasileira, o mao-istral vate Alberto de Oli· veira, "'o qual, compondo o inspirado e precioso soneto • U nica», assim se esprime, para s2.lvaguardar ? seu sentimento e dar uma cav11lhe1resca. safüfação á sua Bem-..Amada, rela· tivamente á infinidade de criatnras femeninas, qne se encontram· como que esparsas pela s ua obra: •E o livrn se o meu ser traslada, se o fiz de modo tal que me traduza, co nt.i da rá do quanto em s i contem. Saberá responder qne és sempre (amada, que nell e estás pois foste a sua Musa, e essasmulhe:·essó de ti provêm! • ' Estás satisfeita, p~is não? Pará. qne mais ? E ' uma justifi.:ativa e u~a supplica de perdão. Adeus! Oe,xu. que te oscule us plantas, o teu. sem– pre Malherbe Rosas . .... .. . . E então?! Não lhes dizia os poe– tas que amam e . ão ornad os soffre· rem como nin g uem ! ...• .E' uma qnestão Je to111peramento, B erillo Marc;i:ues O clisli11clu moçu J,"c,11 slo Suntos, l1<,111 e111/o 3. · o/ficiccl 1111 Secl'e– /11ríc, Gel'II/ d u J:,'s/U1/ u. Toda so/t , irouu I oderá ew conlrur casa111e11l0 de 11111 mo- 111c.nlo pa>a outro'. lJuS/<1, que t•ú ás oj/frillas d' ,\ Semana, . á lraves:;a 7 de S e!t-111bro, 33, e e11cv 111111e11dar Ccll luc., t! papâs c\ 1111 o se11 ll m e:

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