A Semana: Revista Ilustrada - 1921, v4 n.149, fevereiro

Anno 1v Belem, 5 de fevereiro de 1921 * Num. 149 REVISTA ILLUSTRADA R E DACTO R-C H E F I: VIRECTOH.•t~w.o ritlETAR lO SECRETARIA. ROC'IIA llORELRA A LVIDl~i-; 8A.1'"T( >i-; F.NElllA COS1'A . ~•or"rr11,,a,ade n c ,n t H.t: UACTOR Toda a corre1pon41Wcla dei-e ser dlrlctda a ALCIDBS SANTOS 33-TRAVESSA 7 DE SETEMBR0-33 H.EllACfORES ., R n" rrcos Utauor Pf'ualb"r Jlnt•ina II P•k e tlt POETAS DE ijOJE E POETAS DE UONTEM llenl'l11ue Har1·atla!i 1 MF.ZENDADo na sala de ~ .!l .. re~ arçã o. num d.ia r! Ps- !l!) • te s, qua nd? alinh :c1 "'.a– mos os ult1mos pe n o– ~~ dos de uma chrnni ca, ~ .J~ a pre se ntou- se-n <;> s, Cl' lll_ un~ so rri so nos la b1os, badwe a d e xtra e o co rpo e ncade rn ado e ;11 vistoso e caríss imo te rn o d e casemi ra, um joven loquaz ~ rn ezure iro, e m quem farej:1- 1;1 0s um c;:. ndid :1 to á notic ia dP a nni ve r sar io na s pa~ inas d' A SEMANA ot1 me smo ao clíc/J é. Atra vés do hrilh o d o,; \' i• <lros d u pi 11ce- 11ez, que lhe ca– va lgava o na riz aquil ino , ,·iam– se-lh e os olhos doceme nte a zu e~. e rnqu a nto :1 mão es pa l– mada sobre o joelh <Y d e ixava admirar os d edos afilados ele un has roseas e brunidas. Abandonando a pe nn a S')• bre a esc riva ninha, rpcnsta– rno -n0s sobrt> o t·s pa ld :1r da cad e ira es pe ra.n os . ouga – <l a mPnte o pedid o ria noti cia acompa nhada da pltotog ra - p hi}t. . Não nos e nga nar:1 mos d t· todo. O retra to a ll i sta va . po· sado a cap ri cho,. d es ta cando -se a fiuura do visitante numa at- o titud e elegante e ao 111 es 1110 tl' mpo pe nc;a ti v.-1 . Com a flt· ug ma ,!os não apressados, o jove n dandy c,>nfiou a mã.o a0 b11 b o inte rno do pa letot cintado e exhibiu aos nossos olhos uma folha de pa pel a lmasso, dobrada e m qu a rto, qu e desdobrou , placi – da me nte. ap rese nta ndo-n-..:s um so neto. Era um poe tc:1 ... um pess i- 111 0 poeta, porém, q ue pod e ri a co m ma ior so mma de razões ,fo que Rau l Pompé ia , escre– ve r no a ltn d aqu li s v rsos de te sta ve is a· d ivisa do g ra nd e e sc ri pto r bras il e iro - «Mau , 111as 111e1P. A0 te rminar ::i le it ura da – quel las linha s insulsas , rnn– temr,la rn us o ca nd idato a e lei– to da s Musa s, 4u e sor ria ne– g li ge nte me nte , como o ind i– vid uo qu e confia no proprio Vá lor ou u 111 po ta q ue nã J ad 111itte du vida so bre o ca le nto el e qu e é portador. - ~ e ntão? pe rguntou nos ell t'. - Não pode m ~e r publica– dos , res pondemos. - Fa lta de espr1ço , n,1o '? e ll e intc r rogPu com um so r – r iso ae inc rt'du li dade. Com a magua que se 1 1pre r a usa des faz e r uma illu são, mat;:i r uma espe ra nça, mur– mura mos contra fe ito : - E' que estes versos não são versos... Um outro sorriso d e supe– riori dade desenhou-se -lhe nos la bios, e ell e a lo ngou a mão pa ra reco lhe r o soneto _junta– me nte com a photogra phia . - Q ue r d e ix,, r o re trato ? inte r rogamos. - Nao, abso lutame nte nã o, retr~cou _ com volubilidade ; pe nso pu blic:1r co1 outroc:; poe ta~ uma re vi tn d le ttr a , e e ntão estampar e i, com o re – t ra_to_, os ve rso · qu e na s ua opm1ilo não são v r o . E o p,w ta dt 0 s1k cl incl o se com so brance ria, -abiu fa ze n– do e trond a r o oalho sob o tacão alto ri as botas . Lá íora um ch uvi sco, u 111a impe rtine nt ne bli na cah1a bo rri fa ndo as ca lça cl;1s. Então tri te e sei nwren to, record:\ t; lüS a «Co nqu is ta» d e Coelho Netto e vimos com os o lhos cl 'alma de'>fi la r a ca ra– va na dos poeta -, de hont m, O lavo Bi lac, Luiz Murat, :\1- he rtu d t> Oli,· ,j , a, Glll 111 araes Passos, .\ rth u !' .\ ze·. <><lo, P au -

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0