A Semana: Revista Ilustrada - 1921, v4 n.149, fevereiro

' ! J A Semana ' ,~ooT-BALL ~ r ~ ---=-- o foot-ba/1 em S. Paulo. Echos do sensacional encontro ent re os ~ 1 velhos e valorosos rIvaes rPau/1stano1 e r1Pa!est ·a lta/1a1. {\- titulo de ~uriosidade, damos aos nossos leitores, o commentario que fez o jornal •Spo,rtl'.lustrado •, · de Hão Pau lo, a re;,peito do encon· tro officia I entre os velhos l ucta· dores «l:-aulistano • e «P a lestra lta· liu» . O Pau listan que era campeão de tres annos u iclos, entregou o <'ampeo nato em !}20 ao se u rival , como no Ri o o Flumi nense ao F io.· mengo, em Reciíe o America ao l:iport Clt1b e nqui o Remo ao Pay· sa ndú. Cori10 se vê, ·o anno bisexto foi be~ má t1sinho para os a nt igos cam· peoe . . . l•'.i§ a cl,ronica: «SHio. absurdo não t ratar aind a hoje, nesta chronica, do foc-t-ball, as~umpto que empolga a todos nq n10111ento. O sport bretão, que é de ha muito uma man ia e ntre brasi– l iro , e prin cipa lmente er.tre --ca• 1•iocas e paulistas, passu u a er um a e nfermid ade, uma molestia éõntogio· sa. uma loucura pandemica, avas· sa ludorn. ,. · Com o encontro entrn o Paul is· ta no e o Pa lestra, a in sidiosa ·ara= • te -e attingiu a s ua crise i:1uper· aguda, com derramamentos patrio· ticos, pyrexias de accentuado na· cionulismo e txaltaçÕ.!5 delira ntes. 1 !iognostico grav issimo e progno~– t1co dPsaui mu.do r. Afi na l, «veio a furo•. No enco n· t ro, o P a le t ra derroto u o se u eom · Petidor. O q ll ad ro 'I ue traz as co - res itali ana~ ext1 lto u, propagando· se ua coloni a eEsa especie de de li · r·io a rrebatado r, que não raro 11.tura os ind ivid uo~ pred isposu;s á iusll, n iu. E fo i llma Joul· urn, attenu ada º!li po uco pe la nhuva pesada que aora ndou tu1nan ha fu ri a . Nem a entrada da Ita li a na guerra, nem 8 assignatura do armi t icio, nem u chPgada do pl'iacipe Ai none, eu· t h usiasmou ta nto os nossos amigos italicos de que a victmfa do Pales– tra. Qual 20 de setemhro, qual F iu– me italia no, qual D 'Annuncio, qual nad a ! Tudo isso não era capaz dfl o.rrebatar a nossa popu lação colo· - nia l,'-cm:iÍo esse feito . No Brasil, em que a popu lação timbra em manter os mesmos cos" t urr.es e usanças da sua patri a de origem, a lingua portug ueza foi es~ quecida. E ~ó se ouv ia: «Per B~– cho ! Si!lll'lo vinéitore .. . Ed vive l'Italia ! Vi va il Palestra! • •Viva Garihaldi ! » A bandeira italiana tremul ava por toda a parte. GFupos de populares, levando o ' p·aviihão t ricolor á frente,_e11_1 accl~– maçõés enthn siasticas, da vam á c1• dade um aspecto festivo de com· memoração n acional. Houve li ba· ções .e excessos. A policia, no afnn 1:le prevenir desmandos , e ncheu os postos policiaes de exa ltados P ela noite afóra, autos replt,tos percorriam a cidade, ouvindo-se em · c'ada um delles o roufe nha r de um11. san fo na em accordes do hy mno de Ga ribaldi e da marcha real italia na. Não sa bemos se o consul adv deu nessa noite recepção so leru ne. Yas é de s up por que o cons ul , tomand'J em bôt1 conta os serviços pre;;tados ú ca usa naciona l pelos culcistas pale. trinos, _v?nha a !ndica r os_ no· mes de Ministro, Bian 0, Heitor, Picaali e outros, para Hg urnr entre 09 .";;av uff , da corôa da Tt1li&, ou mesmo para membro da casa de Savoia , E bem o merPcem. Victo1· Orl a11do não fo i capaz de accentuar mPlhor a fa lada «ita li anita>, do que os onze do Pa lestra vencedor, Plll cuja éde ho~ve ~arta come eina, ,egada a «Gngnol1110•, «Barbera11. etc. Esperava· e até que os Matarnz– zos, Gambas, C'r~.p i:i e outros repre- sentantes «cutuhas ,: do a lto corn– mercio italiano, em São .Paulo fi– zessem baixa na farinha, oleo ' te– cidos, etc., de seus est abeleci~en– tos, como a assignalar de «cuore in g loian, o g rande acontecimento. Houve a lg uem que se lc,mbrou de solicitar do governo o ponto fac ul– tativo n a segunda-feira, e o fecha– mento geral das fabricas para que a • nos a» popu lação pudesse da r urrhas ao seu contentamento. Lembrou-se mesmo de se tele– grapha r ao rei da Itali a, feli citan~ do a• casa reinante pelo triump ho r.olonial e de convida i-o para v isi– tar a séde palestrina e conhecer os heróes d_aquem mar. P or fim, pas– sou a noite. A' exnltação das primeiras h oras succcdeu a ponderação. A «resaca • aca lmou os es piritos. Aqu ell as fir– mas resolve ram mPlhor: dar uma g ratifi cação nos jogadores, paga r em dobro a d iari a dos opernrios, mas, para trazer eq uilibrio á des– peza, reso h·eram tambem elevar lOO réis em , sacco de farinh a. Com a 111 _ode st a sohrn de~se accrescimo, B ,anco terá uma casa quti lhe vai ser off ' recicl a . ' ? ~ncontro, di ga e de passagem, fo1 di g no. No campo a pug na tran– sco rre u em o 111 ni.:1 li ge iro inci– de nte, a des p, ito de se agglvmernr na F lore ta cerea de 20. 00U pe soas de todos os n1ttt iz ;;. O u1)ico fu eLo di g no de ser as i· g na l~do é o P>'Lud.. em que fi cou o ~a 11l1 ta 110. A t·abeça e11orme , mu ito 111flnm111udu, rP11ue n •u c uid ados es· reciae;; , s.,.11 ,lo 1ui ·1é r app li caçües constanlt'S de o<ru1\ vcaeto-miuern l, p11ra ev ita,· un;:~ e nc;phalilP, que poderia ser fata l A ""ªr"nntn» sof– freu 0.:1 refl exos do 0 111ul. Pequer,o edP111a. irritllÇll0 no ' cordns vocaes e ligPiro np honiu. E:,tddo gern l, su– tisf'ul't -riu.

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