A Semana: Revista Ilustrada - 1921, v4 n.149, fevereiro

Maurício - No carnaval, tudo é pe rmittido . Coragem! (dirigindo-se á desconhecida) . S e quizesse dar-nos o prazer de beber uma taça de champagne em nossa companhia? Ella (amavel)- ão sei se deva ... E de– pois tenho um meio compromisso para uma ceia. Tal vez vá aborrece r ao senhor e ao seu amigo. Mauricio-Não · !;eja má . Dê -nos esse grande praze r. Elia (condescendente)-Pois sim! Maiuicio( madri ga lesco)-Deve ser linda! E o que estava dizendo ainJ a ago ra : formo– sa e .moça . T a lvez vint_é annos. E' boa, gene– rosa e bella, com esses olhos profundos ... Ella -Er ro u ~ 111 tudo, o meu a mi gu inho. Feia, deselegante, e má é o qu e e~ S(u: Quanto a05 annos, a ffian ço-lhe que sao 25 , faço- me ve lha. . . · O amigo-Ve lha? Mas está em plena vida . Que saudc:des eu tenh o dessa rad ian~e mocid ade em flor , .. Maurício (e , g uend o a taça tran sb~ rdante do liquido ful vo)-A' bell a de~conhec1da! EUa Si111, a in cognita. N·ão sabem quem sou, e conheç0 os. Ao seni:or, então ... Manricio (li so ng<."ado)-A mim? E tt::. (disfa rça ndo a voz) - Si_m, ao se n!1or. Sei que é b li a f' voluve l, cortez e lev iano t> 111 a mor ... Ma11.ricio (fi ng ind o- indignação)-Mas é unia clamorosa inju sti ça ! Ella - S e i mais que tem in sp irado g ran- des paix0 s. M,;iu•icio . . Eu? E/la (ironica) - Por exempl o a Genoveva .. . r, amigo- Salve conqui stado r e 111 e rito, d. Juan da a rcbeolog ia ! Maurício (n.: vo lt ado) - Mas qu e ma l fiz f'll ? Até a ~enhora que não con heço? A Ge– noveva .. . E/la- Mas porque ? Já acabou tudo? ll1a11r cio (a ffli cto) - Mas se ne lll come- çou. . A senhora não sabe que a Genoveva é velha? ... Ella (rindo nervosamente) -·E feia. O amigo-E postiça! . Maurício-Pinta os cabellos, as sobran- celhas , o rosto, os labios . .. Ella- Tudo, tudo ... O amigo-Sim, deve pintar o resto . M'lu.ricio-E não sabe ma is que a abo r- r eço, dttesto -a ? ·Que e lla é desgraçadamente · a minha tortura? · Ella-Mas dize m qu e a Genoveva teni uma paixão doida por si ... lltfauricio - Sim, de ;1rrebent<ll . . . Ah! Elia perst>gue-me de dia e de noitt>. Nos passe ios, nos corsos, nos theatros, nos cafés e nos bailes. E' inac redítavel. T e m olhares lame– chas, manda-me bilhetinhos e flores, s e i lá ! (compungidamente) Sou digno de lastima minh a senhora, compadeça- se de mim! ' EUa (chegando se mais para Mauricio)– Aos seus amores! Ma1,1,ricio (ava nç,u~do caute losamente 0 pé e m procura dum pé pequ eno) A formosa masca i a por que m me confesso apa ixonado... E/la-Pe la mascara? Ma:n1:icio-Não, . pelo rosto encantador qu e ad1vmho. Podt> se r uma tent acã , . ()-. Et!a (a111abiliss i11 ia e desenvolta) C é , 1 b - 0 1110 am<1ve e om, e corno é ve rdad e i . insinuante ... < 1 a me nte O ami_go ( dPs_consolado l;:vantando-se) -– Bem, pe rdi ;:,_partida; (e rg uendo 3 ta < )- A v0ssos amores.. . ça os Os dois-Ao amo r! : III (A mascara está aleo- .. . . 9ue_no;; atrev imentos de 1 ~,'.!"sin,a . H1 e pP. rmi tte pe~ 1ns1te na sua justa e/· ~~\] e de gesto · . .Mauri •io E ll a diz que depoi D 11 ~ ll ª e :- o rosto'? o no:ne? é a mai s li nda e ·. epo,s. _. · M11da 111e <.! liquot, que mundo. começa 0 ~: •s yrefarida de t,,das as rui vas dn u teinado empo lg a nd o o · dois . . .) E/la--P-1r-l qu d · _ < , e esep sa be r o meu nu- ADVOGADO (' 01·s. r.1emen.lino. l.. i"shõa e ~- Cesar Couhnho . Escriptoriu: llua Jo:io AlfrP<tn, 57 . to a oit ar Telephone,-616

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0