A Semana: Revista Ilustrada - 1921, v4 n.149, fevereiro

( ) MODOS DE VER De maneira que foste fe liz, no baile, dançando o tango e o cate retê com a mu– lher eleita, que te povôa a mente de doura– dos sonhos? pe r- guntou o poeta Sylvi~ Amoras ao seu amigo Aldo– b r a n c:1 o S i m as, continuando, num dos recantos do bar, a palFstra por instant es intP. r– rompid a. -Sim, fui feliz, murmurou Aldo– brando, num en– levo Ah ! A mo– ras. se visses com que oericia e lla dança· o tango! .. Dir-se -á. te ndo-a nos braços, num salão em festa, ao ruido dos guizos, ao voz e a r dos mascarados, qu e não é uma n1u– ll~ e r que dança, mas sim, ora uma sy lphid e (!Ue es– voaça, ora uma bóa qu e se rpen– te ia em colle ios vo luptuosos e al– lu cinantes. .-E o qu e sen– t e s por e lla é amor? sio e ouro lique feitos, enci rnaclo de a ljofares, o poeta das "Flores do Scepticismo" após ter pousado o copo sobre a mesa, retrucou: -Meu caro, s ~mpre pensei, apezar .de ra– biscador de ve rsos, de homem que costuma taga relar sosinho ~ cem as arvo res e os astros, com as aguas e as fl ores, que a me lhor es– posa é aq4ella que como a fa– mosa Penelope fi– ca em casa a ve– lar pe los arran– ranjos do lar em– quanto o marido se vae ás aven– turas da viàa. P;:: ra os dias da ad ve r– s id ade co nsidero op tima com pa– nlw ira de um lar a qu e sabe gui – za r a carne, :i que co d i 111 en ta u 111 beef com batatas e qu e 11:·lo de ixa a camisas " as ceru ul::l s do 1111- rido sem os res– pec tirns botõh ; .~cho rn,iis 111 e! ·itn na mulhe r que sabe se rzir com esme ro o fundi" lho de urnas cal– ças do que aqu t' l– la qu e dc!-engon– ç:i os quadris á mu :, ica eston tean– t dos tangos. -Sim, amo-a doidamente, apai– xo na d a 111 e nt e, com todas as ve– ras de uma al111a que se arrebata'. ... Dr. Boliuar Barrei ra . disfi11clo aduo.~c1Jo e , 1 ."rariosa senhorinha .Vair B11rlalllaq11i, co ,1so•·ciaclo.-; il est~...,capifal - Pe lo 1ue ou– ço, na tu a opini : ão, é u 111 pess i– mo predi cado sa– ber u 111 a mu lhe r -Ao q ue pen- so, porem, não é . , tua intenção to11 1 ares lsmenia \ 3 rgas por esposa, murm1,1rou Sylvio Amoras. ,r-E porque não, se a amo? Levando aos labios o copo em que brilha– va O schnpp na sua diaplrnneidade de topa- dança r! ... . ã.o, Svh·i,,. não torças o ,·C'rd_acle1ro sentido de - minlias pal ,l\•ras_; não veJO mal nenhum em qu e uma senhorita dance uma va lsa, desde qu e o ca·,alh :!Írº honrcrndo e S,l qua lidade, se manteoh:i cnm ª nec ~'>-:;an:1

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0