A Semana: Revista Ilustrada - 1921, Maio. v4 n.164

•••••••••••••••••••••••• il, A ~;vó em scena .. . -ili ! 1 m 1wwwwwwwwvwwwwwwuowwewww Ao di-.til:clo i·liar;1tl i:-la Clt•liu o ;w 1111'11 dt!sconhccido :1 111=:;uinho Mc.ndc:; d~ Campos- - ('111 ngradeciment•>ofícrc,:o. . E. r·rLPK)I o. meu~ am igos e , leitores vir eu novamente . , aborda r um assumpto que decerto, nenh um inte resse terá pa ra a vossa curios idade sedenta de nov idad e~ alegres e de pba ntn ias amorosas. Mas e tas linha~ não deixaram de se r ·aleg res , e eu que émbo ra semp re e ug.)lphada na me· la ncol ia infüla, num pessimismo creio atfl que g rotesco, não deixa rei por isso de ter de q na nd~ em vez un s mome:-:tos de hu mo r1smn, po rque tambem, que di acho!.. é p ro:,ciso rir um pouco pa ra deso p1 _:n r o fi "'ado e desabafar o coraçao, que"' v or vezes só fa lta ter uroa ruptura na ao rta. L ag:ri mas, sem · pre lagrimas, para que ? Nós não precisamos de orvalh o pois é o que n ão falta, graças a Deu , ne te mundo de t ri teza . Ma bem. A ca usa de eu vos diri g-ir estas linhas é ter mais um a da vovó para vos conta r. Distra e · . me ta nto a riv11lidade, a bi1r&, emfi m, que a minh a vovó man· tem pelo., nossos costumes actu ae ·. po r tud o o que é mo· derno, que eu n ão posso me fn rtar ao prazer de vos fala r do azedume engraçado dPsta bondosa ve lhinh a. àJ s,\ e ll a como todos os a nti gos formam um i11 j 11 to ju izo sobre toda a mocidade de hoje: e eu não atino, não posso mesmo com– prehend er a causa ~esta des · união; vivem sempre comnosco como cão com gatc. A A SEMANA amm pa rn ell e o qne <'11 <l is,:e <'slnr aoil'D, tambem a <t du num / lir/ el e· sesoe rnd n com nm a gent il moreno . olhos neg:ros e neg ro. cabell os, de lnb ios ru bro· «ln.bi ns de mel• romo d isse J osé de Al e nc -ar. Orn 1mn o-i• n em. Eli a uma 111 rli11drosn P.m nlt i· mo g ráo; ell e uru nlnwfadinha per· nnstico e escovado, é mesmo um par inho <li gnn; é mesmo u111 . . . St/CCO ! !\[as o melhe, r e que o ta l sucr.o <le mel está pa ra fi ca r em fel. porq ue me constou qu e a s:rn noivi• nha. (noi,inha dell e) já sabe da sin· ce ridad·e j urada e prepara-se pa ra em su rdi na, quasi em segr~do, do r· lh e o contra ; é um s11i/e em s i bemol. E é bem feito ! En cá por mim so u ass im . Nnmoro um ra paz, mas se ell e abusa, faze ndo fil as por traz de mim, prompto ! pa,so-lhe o t raço hori sontal. ão tolero qu e me fu• rem a chap a (em materi a de na· moro/ •> . Rimo· nos mui to de Zil á. E j unto a nós estava a vovó, onvindo a ve r· bo, id ade de Zi l>i, s il encio. a, como um a dessas ph ysionomi as qu e ... VIDA l'ae a ga le1·a pelo 111,,,. 01•n11 te. De t•elo abe1·/a pela '11·i:a in /lacla , Cn111 1·11mo ce,•fo d e feli: j orfl.adc1 E. 1•e 11l0 fi ro, e a soprw · constculie. Jl/.,,,. de-,·epe111e ou 110 mesmo i11.1·/a11 /e Cae a /01•111e11 l0. /~ desw ·vo,•ar/o , .\'o meio ,t., s 011das, é por fim lan çaria Jrí sem {!0t•erno. com rami nh o e1·ra11 /e. . lsanlfe e desce na f era: co1'/'e11le, O ,·111110 pe,·de. E é rlei.ra cla a Ida ,t 111io 9a,·bosa que f eli: pa rtira. A-<si111 a 1•ir/a ! T'e1·111cw e11 te,11e11 /e Altos e lw i.ros a descreve,·, s'escda .\'o ma ,· revolto ele ete1·1w t 111e11 l i•·o. nh n . .. quanto mais e vi\·e mais se aprende. ' a min ha .mocidade fi/ ns se rviám pa ra por nos ·cabell os e nns \·estid os era rr, fe itas de setim. S11 :1is e felel'li:.~ no meu tempo não hav iam: mi/i1u/orosas !'ra a oessoa f] ll f' S!' .,ffcnrl in enm qt ,nlq ne;· brin• cade ira; urmn{acli11has eram ' peque· nin os tra vesseiros que se rviam para prega r al fin etes; sopa era um caldo feito de ca rne e ag ua; sueco se chamava ao ca ldo de alg um a fructa, ou fo llrn ; escovado pod ia ser a pes· soa que pas, a·, e 11 escova em seus vestid os ou fa tos; contra era tudo o que não fo~se a favor; chapa fura · da era um buraco numa placa ou um a pl aca esburacada . . . Mas hoje... hoj e fi a mai s fino .. . Fitas são invisi· veis, feitas com os oi hos, só pren · dem corações e tambem se chamam - fc/ crlis; me/indorosn. é a moei• nha da modi:. toda J esus m eu Deus, Cawza não me loques; a/mo/adi· nha é o ra paz elegante de cinturas apertadinha, empo_ado, todo Maria não m e largues; sopa. quer dizer . . . isto é. . . eu acho que é pouca xer' go nh a, falta de brio em cada um desses moços de namoros esca nd a losos; sueco, vem a ser o mesmo que sopa; escovados são os que namoram di versos· chnpa /i1rada quer dizer toma; os namorados dos c•utros. No meu tempo, quando um moço gostava de uma moça. e que se queria brincar dizia se -ful a no a nda arra tando a aza pa ra ful ana, ou, fazendo fos · qninh as pa ra sicrana; se aca– bavam o namoro dizia-se sim• ples mt nte -ell es se deixaram . E ugo ra me di gam não era mais boaila e ta li~gnagem do qne a que uzam hoJe ? Mas eu sei. esta emLralh ada toda serve para atrapa lh a,· os mai velhos e poderem os novos falar em J e ffe rson Castellar. tudo sem se comprehender. Porém pa semos ao assam· pto; vou co nta !'· VOS o SLlCCe– dido : ~~• Ta1nhem ~ 11 nnsci no esc11· ro .. . A minh a. netinha. esta m i_nha nE':tinh a, que j á tem ·' ., fio de cabello branco, qu a nr!o eu a ob ervo sob re certas co isas ella me resp?nde enfailada :-vovó a ~enho· ra nao E'ntende nada destas coi as, ª .enl~ora nasc~u no tempo da luz de azeite e !'U Já n a r i sob a luz de uma lampada eledtrica !le dizeseis vela ... E tavamos reunid as na ala !'U e alg urnas ami gu inh as , numa tade de chuva, co nverando em co u as fu teis, l ara e nt,retermos ~ tem~o e pas nrmo as horas que c;~cor n am monntonas. 1' odas calada~ ouv1amos Z ilá a mai r,al radora, cnjo e pirito i rriq,u ieto está sempre ch eio dA fio • riadns o-racinsos com que orn a a sna sempre° de ejada palestre , s, br~ namoro noivado~. casamentos, em fim sobr~ todas esta coi inhas de qu e as moça~ constantem ~n.te an · dam bem in fo rmada$. Di zia ell a mui t!\ c-nthu iasmada: - Você · so bem ? p rto d"l casa ha nm gaj o qu e está d~ /i/as col oridas com um11 vizinh a. minha; mas nP. m por isso elle deixa de a proveitar 0 tempo {/ir/a ndo com um a out ra pe 1aena que mora ao dobrar do b~nd · é uma sop a! Tambem aquell e moç o' qu e pas a semp re lº r ca ~• ()Ue a.té gma occas ião voces assob1· que vocês já sahem . . . J ul gan do qu e ella qu ize se al ga · ma coisa interroguei- a. E u qnero, di s e-me ell,1 , é qu e você me exp liquem o que quer d i• ze r ou o que « ign ifica• e sas pa la.· v ras que eu não comp rehendi e e10 que voc(•s ach nram tanta g raça .» Mas <JU e palav ra vo vó !·, . . . - •E sta hi stori a de «fe lerti s» ufi • tas • <'Sit i • «mi'. ido:osas • <' armofa· <l inh as» • upa • «sncco» <'escovado, etc.» As gargalh adas explod iram un an irr. es . Eu então exp liquei lhe a 1;ig nifi• cação das pa 1 av ras qn e tanto a i11 • tri garam. Ma pnra que expl irJuei eu, semelhante co i a ! F ci peo r a emenda que o soneto. Dese ncad eou a tempestade com todo o~ eu ri gNe ' . E de mão n as adeiras : - «Mas sim se nhor! aonde ch co-a o ta) progrPsso de hoj e . . . uh; , E eu peran te esta resi; osta . .. moita . • • nem uma pa lav ra . . . <'E a!l sere natas de hoje? E ' me3· mo da ge nte se bemze r com a. mão esquerd a e rezar o Credo de traz para diante. ó cantam modinhas qu e falam em beijo ás e cura.,, idy ]· lio ao l uar, eg recl inhos bem baixi• nb o, que uté nos fazem co rar. Mas i to pa ra as mr cinhas de h oje, san· to De u. , é o me mo que mel eJ1 lahio de cri ança.; fa ci na, seduz .. • Virgem lUaria !" · E vom it ando toda as fezes de seu i enio lá se fo i, hzendo ~Oir 'l

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