A Semana: Revista Ilustrada - 1921, Maio. v4 n.164

completar mil e nma . P or qne não? Observei qne o tempo era vasto, samptnoso, esq uisito. E stava iru• prego ado de um cheiro n ão ,ei bem se de metapb is ica 0 11 de sa– bença pituita ri a fico u, porém com este ultimo. Olhe i a fachada collossal do edi– ficio· n ão lhe vi nome. A casa é natu ralment e de todos -- pen sei. Comtndo, arrega lei l·e·n os olhos espá utados e pude vêr esta lum i· n osa legenda : «En tra i ! Desta casa sah em os gTand es homens os sabios da sci– encia iufo lli vel e ..-enced ora .» Fiquei tentad in ho da Sil va pela suggest iio do letreiro. E nt rei. Um pl1 g il o de g randes h omen e h omen s gra nel Ps parolava no re · e:into· são os cathed ratiro~- dbse eu · o' esfo rço ela glote desenvol– va~1-l hes ad111i ravel men te o plt i~ico illustre: vou commnnicar a H ::cckel era, então, o g rnnde n ome do sec ul? · Vejam os lt itores como eu J:í, estava ficando s11bio ! • Sacud i a vcei ra ridi cu la da viel a e penetrei a glori os a «Escola do Sil en cion.- Ave, respeitabili~s imo~ sabios ! - Bemvin rl o, sejas mancebo, nes· · t ~ «R cola do S il encio» . Aq ui se bebe a melhor sciencin d n vid a pa ra o g rand e trium pho sobre o uni verso ! Trem i todo como band eira ag ita – da de la nceiro, ao saber dos mil a– g res da Escola; q ue p r0d ig io ! Deus do céo, de que tamanh ão havi a de fica r . .. Tive im oetos de co rre r e g ritar á famili a,' aos ami gos: ve nh am, venham to l os ser sabios ! A multo cust·o, entre piga n os de escolar rl er voso, pude ba lbuciar : -Porque falam , os srs , na Es– ~ola do Silencio ? E u pensava ... - Ahi é 11 ue está a mara·rilhosa v irtud e do t ali sman ult rapotc nte ile n os~!l sciencia. A t i n ão é d ado, por or a comp reh ender o esp íri to da alta ph ilosoph ia ensinada ne ta Es· cóla. · E ffcc~ivamente não per cebo nada. -Pois escuta : falamos e n ão fa– ]amosi.. escrevemos e n ão escreve– m os. h ' da (! E scola do Silencio• . Valh a-me as onze mil v irgens ! ;íul g uei que estava ficando sabio e sinto-me mais bêsta do que toda, as bêstas do Apocali pse. - Então os srs . falam e n ão fa– lam, escrevem e não escrevem; ex· p Jiq1 0rn -me. por mis_ericordia, .ª t ranscendenta l sa bedon a deste tern - ye l amphi g uri. . . -E' a cha ve de no~sa s ~1en c1~, bo e com e ll a Hemos ab ri r m an ce , ~ D • e f i · 'niciaçao- epo1s, nme- tcra e.iz 1 • mara vilhoso , a d escortina r o çaras irás constru ir : mundv que tu m~c;mocornmodidades. ch eio de pa z 1:, e b' ·oneiro pou- N ll e O ag uilha o aro 1 c 1 e • _. ;i i ·cada con testura. par- to a a µ e 1 A SilMANA *****tt******tt*******tt***** Nen h um mortal sah iu d'aq ui ar– rependido . Sabes perfeitamente que errare lwmnn111n es/ : n ós temos, J:l 0rem, a sup rema virt ude da in fa llibi lidade. Nossos prin cípios têm a vert ica· lidude das leis d ivi nas. T raçamos o desti no do mun do. F al amos, mancebo, e mui to. Somos sabios, g ran des sabios, te- mos o direito de pas3ar em rev ista todo e trnpel das idéas dos pobres mo rtae~; 11en h um n os escapa rá : primo porq ue ell es não pertencem á nossa Escola; secundo, porq ue assim ex ige n ossa s up rema victo– ri a Os pob res d iabos mo rrem ás n ossas mãos, ig norando o tox ico que lhes prop inamo ; é um gosto vel-os deba tendo-se indefesos. E ll es não precisam de saber rle como se rii o destru ídos pela eia va pod erosa do nosso verbo que gosa de toda s as immun idad es con tra a responsabi lidade. Os papa lvos ch amam a is~o-ano– n ymatos : som 'ls u ns mnd os admi· raveis: que rniencia portentosa! Esc revemos tambem , a fo rmi da– vel producção littera ri a dos n ossos escribas poderia fuzer res urg ir a ceie Jre bihliothecn de Alexa ndria. .N oss as letras são inv 1 lnPrabilissi– mas, agem como os da rd JS de Achilles . Aos fug it ivos da subli me E scola do Sil encio n ão demos a h onra da apresen tação dos nom es de n ossas celebrid ades; á sociedad e não temos, de que presta r contas re lativamen– te ao mystelio sob que com:erva mos n ossas t rad ições; ell a tem o dever de respeitar nosso silencio porque somos o max imo ex poente da sabedoria. Vencemos: é qua nto basta . Assim fal ou o ma is snb io dos Z a– rathru st as. Most rou-me depois com requi n tad a insolen cia doutural , uma form idave l bateria de enormes fras- cos onde se liam os n:a is extra,·a– ga ntes n omes de sciencia conhecidas e desconhecidas, sobre os guaes a poeira dos se culos havia deixado u'a camada protecto ra. - Por que n ão limpa isso-per· g nn tei e n ão desb mpam estes v idros afim de fazer mu ita luz sobrfl o mu ndo? - Jamais !- crocitou o illustre cor vo d a Esco la do S ilenc io. Hum . .. E' a alta scieneia e n· gar rafada de ll es - pensei eu. Ou são mu ito egoistus on têm honor á publicidade estes sabios. E, calado fi q uei a escolhe r a po nta do di· lemma. · N isso, um senhor muito indiscre– to, a quem Ce rvantes deu o nome de Sanch o Pança, por alcunh a bom ~enso, que t"m a petul a ncia de en· t rar commi go n aque ll e augusto recinto- deu-me u m empuxão n a aba do ca aco, g ritando-me best ial· mente : E stá perde ndo seu ri co tempo, isto é uma co rj a de mal a nd ros , emb usteiros, esperta lhões e destru– idores '. Nado produzem , nada edi– ficam estfls sac ri pa ntes. .Fazem-se de sab io e tn do ig noram, ia zão por qu!l e,condem os n omes á s p a– lavras e ás acções. Elles temem a pub li ·id ad e como os v amp iros a luz do di a! Dito isto, fu giu o malu co. A verbo rrhefa escand a losa de Sa ncho Pança s us pendeu-n os da terra comu bolas de horracha. T o· mei at t it ud e de defesa : - Sapientíssimos senhores ! N ão lig nem importancia áq uell e cava· l heiro : é doido ! Como u m evadido, deixei a Es– cola do Sil encio. F órn , encontrei an ch o Pan ça r indo -se como um j og ra l. -Se11 estupid o ! l sso não se diz áq uell a ge nte ... The o d oro Palme ira. --- -- -- - ------·. - ··-··-··---- ---- Os "Gurys" de haje -Mam,ie, prcp:ire meu falo dr ·ai •a • _.d- ~. · nhu qu e 1>rC'si <hr a H'S ~ii o do R~mi, ho e e. •' cou.ipri ª: 11 11 l10JA falar n(l r.o \'('1'11:ttl1,r, L~- 4ue 111c e&tâ " ujar.do· • com a JJequcnn.::· 1 1ucru \ ('I ~e uinda tluu uns ra~cu dvs no Mi11do1a

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