A Semana: Revista Ilustrada - 1921, v4 n.162, maio
A, SEMANA Sorriu-se o a migo, pa n'!ce nd o-lhe qu e g ra– ce java. -Ha tantos annos, p roseg ui u o marido , que vivemos be 1~1 casad os, e ainda está po r ouv ir- se a primeira pal.t vra de sua boca. -Que dize is! to rnou o ::tmigo, é e nca re– cimento, ou ve rda de lisa? -Dir-vos-he i ·o q ue s e passou , rcsponJe u e lle· e cr nto u- lhe o caso todo . De que ad– mir~do o amigo, ro mpeu d izendo: - P e lo. que e u •,;ejo, essa não é mu lhe r, ma s d e mo nio. e m fi g ura d'e lla. Não estranho porém ta nto a s1;1a ma l:ci t, com? a vossa cle– me nc ia . Eu ha via de t st l r ass1 rn com esse pe ixe mulh e_r, s~m o~r iga!-a a . roir,pe r tão o bstina do s ile ncio ? 1 e mos aqui as deosas T acita e Muda, que a g e ntilida de d izia ~e~ r mãe d os L a res; nu outra A nge rona q ue p in– ta va m com o d edo sobre a boca ? A h ! b0ns aço utes n 'el la , e logo o tira rá fóra, e ve remos c la ro o e mbuste. O pobre marido ou vindo estas p ala– vra s, fi co u co m o que m começa a acor– dar de u m pesado si • nho . E logo, ent ranclo e m cole r::i , pegou d e uma adaga nua , e ameaçou a mull1e r. manda ndo-a que fa l– Jasse. E murmu ran · d o e lla entre de ntes umas semi -pa la v ras ba rbaras, que se não d eixava m e ntende r, e lJe lhe intimo u q ne. se não respondesse clara me nle, lhe ha via d e apunha la r o filho dia nte de se us o lhos. Então se a– brio ma is d ize ndo: . . mostrava nã o ser fantasma, mas de s ua mes– ma espec ie. E' de crer que neste ponto se aconselha n a com o mesmo a migo, que foi quem o t iro u · a elle de o ut ro m~r de e nga– nos, p egando -lhe por o utros cabe llos de seus pe n_sam_e ntos com:nun icados; o qua l lhe po – de ria d izer que este caso e ra estupe ndo sim, po ré .n nã o singula r; e que os ta e:s , procedi– dos de de monio incu bo, ou s uccu bo, não e ram ve rdade ira men te filhos seus , s enão d 'a– q ue lles que conco r rem com os p rinc ip ios da ge ração huma;ia, supposto que o demonio admi nist rasse o ma is q ue se req ue ria pa ra · fo men to e n11tn ção da c rea tu ra. De ixou com– tudo alg uma d uvida, se e ra ou nãô era este filho outro d cm~>n io e m co rpo appare nte , o caso qu e de i:01s Jhe succ~de u. E foi que, c resce ndo em a nnos, e s egumdo os costumes do pai, qua ndo um dia anda va nada n– do ce m outros . veio de repen te . aquelb mes ma S e rêa , e á v ista de tod os o levou coms ig0, o r,de nunca ma is foi vi~to. Pa<lro :tv.I:. B ernarde s . G nnio~rsarios D R. M ATTA B A– CF.LLAR. - Assig na la a da ta ele ama nhã o an n ive rsa rio na – talício elo illust re medic0 d r. losé T e i– Xf'ira ü a ~lfatta Ba– ce ll::tr, nome cerca– do_ do maximo res – pe ito e de toda es– tima na so. iedade p':l ra ense . -Ai de ti, mis e– r a vel ! que po r o bri– gar-me a falla r, per– des uma mulhe r que te esta va bem. Com– tigo ficava, se p e r– mitiss es que o bse r– !Jlíarina Ferreira Pordes, g raciosa filha do sr . Fausto Pontes. O vene ra ndo e d_is tinc to a nni ve r sa– n a nte ve rá , ma is uma vez. o gráo elevado d e sy 111pa– thias a q ue faz me• r ecidamente j ús pe– las suas exceL5as vasse o s ilenc io q ue me e ncarregaram; mas já agora não me ve rás ma is! . . . A caba r estas palavra s, e desapparecer, desfe ita em ven to, fo i o mesmo . D e ixa-se á n ossa po nde ração_ o a ssom~ ro co1~1 q ue este h o mem ficou ~ v iveu d ·a l1 1. po r diante._ Mas do iilhmho, que fa n a? Não qu1z ne – Jal·O por se u, uma vez. qt.ie em s uas acçõe$ !lo ·e. .· . qu a lidades. '1 · Ma, 10, fl lh0 do cl r. A vertano Rocha, lente cut hedr:itico do Gymua~io Pues de Carvalho. L - A senhorinha An nita L e'-')' filh a do sr. Eliezer ery . ' Sermnda-/eira ( 16} : 0 d r. Newton B urlamaqol, ma• g i st rado a;iosentado e que, no nosso meio sociol, cou• ta radicadas syinJ)athias. Não H,e .folta-rão, ce 1 ·~11mente, howenaieus llUJ.Ue1·0•
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