A Semana: Revista Ilustrada - 1921, v4 n.162, maio
I' 1 Lenda da ~Mulher ilf arinha n~ Sicilia,certo mancebo r?bu~Lo ~ anim~– so e o- rande nadador, 5ah1 ra a pnma no1- ' t:, 1 . -· te a banha r-se no ma r, por e esp1ca i"-se, com este refri ge rio, da~ calmas do dia. Come– çou µois a brincar lascivamente com as ondas, e a lavar se por vt ntura colll menos tempe– rança do que ped ia a presença de Deus, que um christão em toda a parte deve trazer d iante dos < lhos. Eis-aqui á luz da lu a. cujos sere– nos ra ios parecia es– ta r?m tambem b rin– cando com o tre– mulo espelho cfa , agu3s 1 vi,, que at rá '– <l e si v inha nadan do out ra pessoa , e qu ç pegando d'elle o p rocurava me rgu– lha r como por zom– ba r ia, do modo qu~ o costumam fa zer os mu chachos quan– do anda m travesse– a ndo· uns com Oll· tros nas liquidas ca111pa:1has de T hr-– tis. La n ç a ndo- lh e pÓi~ a inãu aos ca– b ellr,s, a fo i levan– do á tôa para t.=rra; onde sahindo reco– nh eceu que em mu– lhe r, e por extre:11 0 furn~o: a. Co1i1 que - D'on<le v ieste, e qLie lll tigo ? Pei'seve rava muda. \'f' l0 aqu , COlll· Instou com outras varias pergunt~s , mol– lificad3S com carinho,; mas ni'\o te.ve nem aqu t lla diminuta sat isfa ção que póde dar uma pa rede, ou um monte com os échos que de lle re.-,u!tam. E ?. ind a que este mes_- ·os pe rigo~ cheg_a- A 11re~1. e l ,[{11e _d: Ln11rde.~ , e11can!adoras .filhas d o. va lll a me ia duz1a; e.1!111cto ca-p,tno Anto, 110 de França Ramos. 111 0 s ilenc io e ra su t · fi c ie nte r espos ta para se entender que o empenho n'es· te caso não e ra se gu ro, todavia cegou· se a razão; e a trJes– ma razão dieta que tomemos aqui a e1!1· prestimo o s ilenc!o, de q;;.em occas10· nou a ruin2. Levou· a depois para casa , cobe rta com a sua capa (de ixomol - o, que d~pois sabe rá 0 que leva); e não sf! e o n t e n t a n d o co 111 menos que com re· cebe l-a por sua mu· ll1 e r; a1.:hando que sobre a sua ra ra fo rmos ura, bem raro era ta rn bem o dote de sa be r ca lar, e não lhe conhecerem pa· rt ntes. E a seu tem· po teve d 'e lla u !11 filho 111ui lindo, cotll que vivia conten te ela t- lt>iç:-10 que fizea ra, e já não repa· ra va no pP.rpetuo s ile nc io de sua con– sorte, att ri bu in .:lo ª oc io noi re, s:,iidão, . e O' fó rnrn desnudn : ati rando todos a cun- s x ' ' d A 1 verte r O nadar e m :1111 na r. ssentac os am- bos na p raia, 111as elle sem soltar os cabel– los, pe rguntou-lhe : _ Quem és? Não respondP. u. ') - Como tt chamas . Não respondeu. de feito natu ra l com qu ha via na!;cid0. Succe d<-:u pois que um d ia v indo a visi• ta l-o um amigo seu, homem' douto e p ru· dente, lhe perguritou, a proposito do que se co1w e rsava, de qu e pat ria e o-e ração e ra sua mulhe r. t:, - Atégo ra, _respondeu elle, não o sei, por· que a pesque i do mar I como enguia. t.
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