A Semana: Revista Ilustrada - 1921, v4 n.162, maio

A mulher, de novo enxotada mas sempre obstinada, veiu che– .... gando. Ia o soldado dirig ir-lhe .,... alguma gracinh a, quando notou que a pobre se debulhava em pranto. ·Brilhantes como pero· ]às finas, sobre a tez rosea das faces, as bagas defluíam, pon– to~ crystallinos que a lj ofravam o setim do rosto, tinto de leite e rosas em mistura. Mal occul– tan do a commoção que lhe pre– cipltava as . pancadas do cora– ção, o gaulez indagou das cau– sas de tamanhos soluços. A exilada contou então seu tris te fado : a primeira culpa, a sa· hida do E ,len, a lucta peh vida, as saudades muitas. Uns SU 3· piros fun dus e urnas lagrimas copiosas punctuavam a patheti– ca narração. O poilu não at u– rou mais esta dôr feminina e, afas tando-se para deixar livré a passagem, apresentou as a rmas a Eva que, com toda a liberJade, transpoz o limiar prohibi,lo. O francez respondeu, como os demais companheiros, a con· s elho de guerra, por in fracção á disciplina, e a niallograda Eva foi, pela ultima vez, posta fora do Jardim EncantaJo. Um altemão ,ieiu, nnalmen te, tcmar r.onta da porta do E .len. Rdpaz de cabellos ful vos, olhos azues e inexpress ivos, t:omo as bonecas de pr.rceila– na d.e Saxonia, a sentinella na bochechuJa e gordanchu-la. Mal lhe fazia o gy ro da pai iça o cinturão. Largos os hombros e redonda a barriga, monta\'a a guarJa com passo 111.'.!rtellado e gestos mecanicos. Nossa primeira mãe, coitaJa, chegou, a breve trecho, sobra– çando garrafas de Sek t, pães enormes e presunto;:; co:tossaes. O allernão olhou tu,io com fin– giJa indi ffo rença , foi da r u:na volta de chave na porta do EJen, e 5ei1tou -se para comer. Deu conta do pão, dos paios e da cervejd. Eva não desanimou e co rreu buscar r:hOL1croute e algumas delikatesse:-:. Tudo des– appa receu no esto111ago teuto . nico, verJad ci ro sumidouro O soldadu, de quando em vez, parava para soprar e desaper– tar o cin turão, e comia s ilen- ciosamente. A esposa de Adão correu outra n :z á dispensa . de tá trazendo batatas bem co– zidas, ovos, gallinhas, cos telle– tas de porco, fructas, e tuJo isto foi dev,Jrado µelo bom teu– tão, que afog,wa os p:teus em copaz·os de cerveja. A primei– ra mulher deu outra viagem e apresentou vinhos, licores, sch· naps. O soldado seccou tufo e depois, enxugando com a ma n. ga os labios, perguntou a Eva: -Não tens mais nada que me o lfe reÇilS? -Esvaziei o meu celleiro e a minha dispensa, resoondeu a infeli z. · - Po is entãu arreJa ! E pondo a a rma ao hotnbro, o allemão atiriu a porta do Eden, deante da qual, inco rru~1tivel, ia e vinha para fazer a digestão. D'aque·te tempo em pois nun· ca mais Eva peneirou ,10 para· iso perdido. Data ta :nbern daquelle dia a fama da disciplina rnilitar'altemã. Como ouvi, assim ·conto. Os leitores que desculpem! Padre Dubois. ............................................- ------------ ~~0: ~ ..........................................................--- - --··-..................................... ~~✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓AY✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓J"✓✓✓✓✓Al'"✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓..C.:"'' S ,, _ ___________ i,,@ s-· ·-s ! VIDA JJE ROSAS 1 i A l!~I CASAL AM IGO 1 § ( ONSTRUINDO O LAR, DENTRO DA VIDA CALMA §s § ESTES, QUE H A MUITO VEEl\J VIVENDO EM PAZ, s Ss Jlc. HO,TE, MAIS DO QUE NTJNC.-\, SE NTEM NA ALMA, n'lli'. Ss . § 't1ffr TODA A ALEGRIA QUE A VENTURA TRAZ, ~ § § t3 E QUE CASAL !COMO, Al\IBúS, TEEM ESPALMA ~ § § NO CORAÇÃO UMA CRENÇA PERTINAZ! § § 8 LINDA VIDA DE NOIVOS! .NUN,C.\ INCALMA, § 8 . § MUITA HAill\IONIA - QUE ATE INVEJA FAZ. .) § §§ t'.~I HÀ DOZE ANNOS O AMOR, TERNO, C<•NFIANTE t §§ ~ UNE-OS NUM ÉLO DE FRATERNIDADE ' ;e § COMO BENÇAM DE DEUS, P URA E CONST ,\N'I'F. . § 1 E, SEMPRE ASS IM, TENDO HORAS DELICIOS AS §§ s 8 G R.-\Tos AO cÉo PELA FELICIDADE • 8 § VIDA UE E SPINHOS, FAZEM NA DE ~OSAS ! § 1 Bruno de ~enezes 1 S;;;---- ----------- - -----!-§ fr✓✓✓✓✓✓✓✓J"✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓~✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓✓A"'✓✓✓✓✓~?✓✓✓✓✓✓M,~

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0