A Semana: Revista Ilustrada - 1921, v4, n.158, abril

Maestr ina dos meús cantares,- - urro ha que te vinha sendo f,Lltoso com as cop ia s , ~ mPlhor, com a, lranscrip,ões do.;; poPmas bi– . za rrns do nosso Malherhe Rosas. <:0 1110 pro– metti. e fiz dar publi cid adP . a alg·uns PXCPr ptos. ldPntificado como vivo rom a tua maneira dP j1il– gares as arções dos homPn S, nã o é em 111~a peqnena dóse de humilhações supp lices, qne te env io. somente hoje, uma nova remes~a dos SL~r1:arli_tos PoPmas. E' q ne tn és mulher, e ex igente, e 1rrn1_111eta, e um pou · cochi tu orgulhosa de amar e ser pei·d 1damente amada. ~fas, tu o sahes. mei hor _do qne este ten ~oeta, <:omo o tempo 11,e a nda. m111 g uado JJDra. as m,nhn;; horas ile leitura. el e palestrn, com os grnndes mnstres so litarios e s il encio,;:os <Jne são os ivros. Na ignor11cla co lmeia que é a minh a vida, eu não sú so u a nhfllha mestrn, como i11d a faço os .trabalhos das proletarios e p,lebea,. 8 .;;crever-tc, man da r- te traducções e <:op ias de trn– h,dhos litte rarios que sei irem te levar um sa ihq me· l ico ao teu pala !a i de arti· ta. ó Deus lou vaclo ! comn o quizera, i11i111ptenuptamente, diuturnamente ! Comt udo, aq,ui tens mais outrns Poemas do poeta q uP, te emocionou a alma; aqu i debuxo, para os teus ol hos g·arçc s, de iris allucinante,, vere111 no~os tre<:hos tla prosa l'ithmica, trabalhada na eu ryth1ua de u111a or· chestru çã.o a \Vague r, na cadencia harmo11i ca de uma sy mphonia a Verdi, por esse «louco sublime» qne fui ]\'l al herbe Rosas. Dei:! 11,ma para a tua alma ouvir : Velho t ron co Certa vez, numa praia areada, fai.,<:ando SPixos no so l, vi um homem arra ·tar até ,í,: 011rlas, nm vPlho tronco sem c~ rne, que h a anno , er ca lh ara naquellas pingas, Jicand o fl margem do rio. · O !':omem bercule(I, de biceps mu scnl osos e pernas rijos, não só cond uzio o tronco parn n rebojn das ondas, como trnnsmufou ·se em t ri tão e poz-se- n. , n o• dar agilmente, impelli11do o tronco ,, sua frente, c,11110 se fosse um toro de balsa com que elle se Pxeréitas– se na agua. Interessou me tão singu !Ar e pectacn lo. VinO"ei. Lancei ancoras noutras terras. U~n dia, dt, retorn o. estend i pran chas na ciJade marítima em cuj a pra ia eu vira o divertimento rio iro J~,hinho h11mu110 com o tron co vetu, to. " Hewemorei o cn~o . Fui·me em procura da prai~ arenosa. E, cu rio iss ima occorrencia, lá e. tava entre colchões de mica, vol uptu o amente enterrado, como um Ryba· rita s ulta ni co no., se ns a lmofadões. o vetera110 tronco. na mesma praia de onde eu assistira o homem vigo– roso anasta l-o ! Quand o as aguas de, bordavam, inda v inhnm tentai-o, en laçando -o nos se ns b raçoa liqui· <'Orno nm S'!eptro de Bn<:co derribado. O tronco estrebn– c ho va no sen leito de areia, m11,s •abraçava-si'» com phrene i á Terra, como a gemer: •não! nunca! o nosso a111or e para sempre minha gleba querida! P,m viio a Agna tentou separar-no!> ! Vo lvi a ti ind a mais teu, ma is ten ! Col re·me, ó Terra do meu amor! ,, Assim era: a Agna, pactuando com o homem. <j uiz uzurpa r ú.<juelle velho tra:1co, o seu amor pela 'l'Prra, lev~ nd •>·o a travor com sereia e suhdito~ de Neptuno. Debalde: não fa scinara-o o desconhecido, permane– <:era virgem na sua adoraçã.o pela Terra. Vo!vera. e en– ca lhara outra vez. ... . ...... . . . .. .. ' ......... ' . .. . .... .. . ......... ' .. . S_ymholisas o men amor, velho tronco, vel110 tron– co . .. Symbolisas o meu amor! Dentr o da Vida O que somos nó.;? O que é o homem na vida? De qne va le ser Deus huno nn Deus christão ·? O qne anrovei ta a nós outros ~ermos artistas on nPscios, Ch rnso, ou Valgeans, aristocrata;; 0 ·1 plebAu:;, t raba– llrnrlore,; cn vill õe~, absol vir!ores n assas~ino~ '! A' Vida, no se u i.::ogno~civel, é iniliffer.mte que sejamo, isto ou aqu illo. 1.;Jia tem sempre e usce nada uma apo– theose para todos. no riso das caveiras e no entre– chncar dos esqueletos; no Jacrymejar dos c>_yrios . 110 rnxo da viu vez, no crPpe da dôr materna, nos sete pal nos de terra e nas taboa · agaloarlas ou nuas de um ca ixão murtuarlo. Sr, ha um homem que venceu ua vida: o covE>i ro. O fim rla apotheose da vida e este g rito g lorioso: Morte! ... ... . .. . . . ...... . . .. .. .. ........ . . ........... . ... Agora. minha impiradora excelsa, urge participar-te qn a ficamos aqui, po r ora. O T em po corre com pés de lã e me nã.o possn esque– c0r, decalcando para te enviar, os Poemas deste peri– go issimo Ma lh erhe. Hepara que. com as pressa~, mal pude fazer uma se– lecção esmerarla. Os que te offerto desta vez, tornei– os ao acaso. lendo os por cima, nã.o syllabificando-o.,. Porem, como já é da tu'\ intimidade a arte cheia de anomalias desse bardo, lamartiniano mL clor, rnusseti. no no 1.,·rismo, deixo á tu a pericia de ourives da forma, n traba lho de de bastares os arestas que porventura encontrare.,, • Malherbes Rosas era um louco, um torturado. um orgulhoso e um triste. Melancolir.o qual as aves pernal– ta,;, doente rl e ted io e nostalg ia. O eu li vro é to:io assim: mãos postas e imprecações· Adeus. Externo-me o ten juiso. dos; a espuma babujava-o; as algas enfestonavam- ao, Berillo Marques. . . . .................·--....................... .............................................-.........................-........ ~ ~-.)(.$ ~ _ ...............................................................................................,_ ..._ .._....................... ATELIER. DE DESENHO <le ~-➔:~-~ A. Cotta Desenhos, caricaturas, com a nitidez mais completa, .E EXECUTADOS COM_ASSOMBROSA RAPIDEZ. Trabalhos a gesto do .f rngues e por todos os systemas, ....,,.,.._""" "'_,_, _ _,., -"'""m PREÇOS REDUSIDOS ------ Trav. 7 de Setembro, 74 ou lledacão J' ~ HSe1w111a" Trav. 7 de Setembro, 33 Telephcne-855 ·' 1 • ' Telephone,-278

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