A Semana: Revista Ilustrada - 1921, v4, n.156, abril

COUSAS DA FIDA A cirche tra acab,l\·a de fazer ouvir os lin– dissi.~os accNJes de uma vn lsa d e Strauss, ouando Ginconcla Totelini , a ro rmosa italian 11 , pe net ro u rw rleslurnhran•e !-'l-llão, faz end o irra – diar a sua fascinante btlleza de mu lher. Numa_ roda de eleg 1n te:-, 0 11.ie nlguns artis– tas pontiAcavam, hou – \'e .um murmurio ele admiração , ::í pa ·sager n d_a graciosn Venus íl n– rcnt ina, que tinha es– ta mrada no rosto a de · li o1da e tocante expres · sã'1 das- santas de Fra Ange li co. . - Esplendido morle- 10, di,;se o pintor Va– le ri o C..eixa<:, ra-·a u ,11:1 r.ens e ros a e tri s te 111...– dona ele v: tr<i l. - Eu, po r rnirn, mur – mu1 <, u o ·e:-c1irtor Dio– medes Vargas asse,;– tando o mo11oculo , di ria a estatua da Venus perfeita se es ta mulher fosse es ta tua e aqu el– les braços d ivin os não rosse rn de G ioconda Toteline. m anue l, que ~ois toJos artistas, pois que \'OS deixaes vencer pela fascina çã,, tiél belleza da t.entadora Gioccnda . -Giacomo, perguntou Diomedes Vargas, ne• ga reis accas0 a perfeição dessa belleza ? · Meus a mig os, :irnrrnurou Giacorno Emma~ nuel, realmente (\ formos ura de Gioconda exer– ce ~obre todos os homens u·n poderoso encan– to e provoca nas mu– lhe res um incontido· des f) eito; mas apenas a bellEza physica. . . A da alma conheço eu de , obra ... -Então coritae-nos essn interessante histo– r:a, Giacomo. . . . .:_Pois seja. Já sa• , beis qu·e, ·co:no eu, Giôconda nasceu em Flo rença. Simples cam– roneza , aos dezeseis é10 1_10s, a bella florenti• , ,a era já um prodi g io de graça e formosura .. . as festas em que ap– rareci a, como a inda 1.r,je acontece, só ella [\ ttrahia todas as atten– -, üc:s e somente por ella os corações palpi– avr,rn. -Yle us amigos, se n– tenc io u o pue ta Nican · dro Amoras, vejo que vos deixas tes enfe iti,·ar pela deliciosa expres– são do ros to da ten ta– dora Florentina. l\ e111 Madona, n em Ve nu s ... senão vêde : agora que um so rriso de abrocha nos seus rrnua vilh<,sos lab io · de romã, Gro· Parecendo amar um ,i oven camponio de CC'n– c1ição egual · a sua, Beppo Do1~a tello, Gio• conda fingia-se victi– :ria da paixão, traze n · · o o ena morado Ae ppo presa dos seus erca n– tos seduc to res. ldi/la e ll"/adi111ir, g raciosos Jilhos do sr. .Jorge dos Sa1-1/os Cardoso, despachante aduaneiro Tendo a tting ido io– conda a e11ade de de– zoit o anno , pediu -a íl~f po em casamento, sen do as fesias lio I1y – rnmeu rnarc~ ,Jas para se is mezes depois. conda é mais huma na, porque incdrna a rorino– s ura clt: Ph ry néa. -Seja como fôr, é li 11da , disse o e legrtnle c li nico dr. Ario~to re 'astro; \'endo-n, Jir -:-e-á cn n .e rn plar urna creaçãu er1cantadora de Trnto– re to humanisada por Deu · . ~t-,ão podeis negar, meu_s bons__arnigoc:. _af– lir:1i\1u nesse rn omento, o ptritor Gwco rno l~rn - Amando a noiva com verdadeirn idolatl'i:t Beppo sentia que os dias deco rriam moro.os de ITiflÍS. Tres dias faltavam para O casamento, quan– do urna tarde , atravessando Beppo, um cami– nho, ou \·iu numa bifurcação da estrada mur-

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