A Semana: Revista Ilustrada - 1921, v4, n.154, março

***********.......**************** • 11m desejo infemal ........... ...... ..... .... .... . . riscou como um diamante, minha alma de crystal. » . . . . .... , ........ .. E vi, uma estrclla cadente cahir como cahi. ... E <s Soror Dolorosa ••, terminando a parte p ri· meirn do seu , Livro de Hora<a, Matinas e Laudes escreve n chave aurPa da poesia a~íii.o postas " : - «E fiqu ei de mãos postas toda vida ! Broslando a parte. segunda , intitula·a «Vesperas». E g rnpha, e ntão , uma serie de qui11ze E stancias so– bre a Vida, o Amor, os 1:'eccados theo lo"'aes e as 'i' ir– tude generosas. · "' . P erspicuz e int.elligcnte como é , Guilherme de Almeida, pela bocca pu lchenim11 da r eriionagem do seu poema, fu l 1 sobre o g rnnde mitho que é a pureza, em relação ás mulh -:res e a tara de Eva: «"Se pura!''-dissc•m e o Senhor. Mas, sí eu dissesse ao m eu espelho um dia : ' ·Sê sempre puro !''-ao dizer tal ' meu halito rle /ngo embaciaria ' 11 supcrficie do crystal... ,, Depois lavra a· ultimq, Estancin, sobre a ~forte pnrn nos ini~iar nn <l elicia de le rmos a parte tc rceirn'. intitul ada ,,Com ;,letas •. E11tilo o leitor, inse n ive lmente, e rg ue os olhos ao cén. quando lê : <- ia dizendo adeus. com o um lenço de seda . .., . ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... . .. .. ' .. . . . . .. . .. . para chorar. commov iJ o, a sna tristeza la nci•rnnte com «Soror i::,andade». em o so neto, o unico do livro nesse g nero de poe,ia. que tem como epi g rap he. doce cl lyrica, o lindo nomP. da nossa monja qu erida , da en– fermeira dos poetas, a Saudllde. 1~ cahe em a~s~111bros co ntinuos, em prosegu indo a leiturn, pela preciso.o com que o poeta o a r rebata. nas nzas semp re es pa lmas e possante dos se us symbo– los g lori as «.. . onde, aspi1:a11dn ans céos. os corpos murch os süo com o as //ores de (/r,ua cios rt'Jm :r.os ; o e «~o ror n oloro·ar,. an se Pxprimir sob1·e ,i Verd ade, pu1a e lím pida. qner Ye l-a, no lendario poç , , «011cle e/la dorme 1111a , comn d1n111e111 meus olhos bons dentro d e 1111s olhos de h omem .» diz elln; e lastima-se, de illudidn : «achei apenas, mim ref/e:r;o 111,,r/n . a /wrmo11iosa m entira dn 111e11 corpn !• E lemos «O A l' ologn do E:. pelh o» , a prod ucçã, rn nis eq uilibrada e sa de todo o pnern n le,,ll nrlo·nos a t ravar, pela idé!l, com Coelho Netto 'e Mach ado de Assis. ne te genero de li tterntura. Ma vomos fi ndar, q no n iio vá p1rreee r preco ni– cio, os justns e merecid o. conceitoa do be lli s imos VP,l';,O d Guilherme de Almeida, n as sun.s com p:i ra· çõei; ~empre elega ntes e n nica;; : «... as palmeiras eslt'!l'lem o.Y seus pentes en tre os cabe/los de erystal da ch11va. • Agora, o poeta ingress a - no~ 110 symboll ,no de Flexa Ribeiro, Eugenia de Ca:,t 1·0 u ~riunrd o Guima– r iles, q uando se inspi ra suhrll os «Olh u~· ; •meus lindos olhos (q11c olhns aq11e/[Ps !) eram dois mares, ch eios ele b-ircos .. . n «e rle alvas vélas qmrdra11g11lnrcs• e nrrebatando-n0$ 1 term ina: ...... ;,jf ~,~é;,; ·;1; ~i~~-(é1'i'~ ,~~;éi i~;.i~·!· ........... . só de naujragius . .. só de 11a11/i·agios . . . » « ;:oror Dolorosa» vae rr-.0rrer . Agoni ca e !t isteriea, como a oror de Goula1·t de 1ndrade, illuminada como Santa Thereza de Jeau s. qunsi blasphemriudo, acheg a-se «aos péa da <'rnz• e ch ora: ,-S oldou -me o amor ele fogo as palpebras rle chumbo" ;,é·~; úi1~~ ~;.~;,;;és ~~·,;1 ~· ~ ·b·;dd~ ·d~;;;!:,;~;.:.······· ~·1\;ci;. q;1e 0 ~·,;~Li~-~ b~·,;1· ;;1 ·pé~di. _· ·Ú·Úie' ;J;~;,j~ ·,: .. «Ah! si no m c,ws. ao fim rios meus passos incerlos, l'LI tivesse por cru z: os teus braços abertos! » A s ua voz, j ti. num fio te nu e e dehil, vae so· prnndo , com os ultirnos su:, pil'lls, o;: seu epit11.phios, d ictudo com a angustia de Ata la , no poema de f:ha• tea uhríand. E!la. jnl ga·so um ly rio que ti l.'e se roçado pelos Jabios do Se nhor: ,, Tive 11a boc<:a amarga a sombra d e i11n desejo: q11i::. beijar J e,. . . . . . . . . ... . . ... . . . · . . .. . . . .. . E beijei te. .. Porem .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. .. . Joi preciso . S enhor, qu e eu murchasse lambem . » B ouvimol·a ba lbuciando, num deli ri o, · nu'.lla pro tração , em lu ct a co ro pP.usame ntos d oilloii de sau– d a<le, d o amor q ue a leva ao tumulo: « . . ó 111 e:1 amaucl pc11sam,mto !u «a terra cm que dcslisas , , . . . tem 111 eu cr rpo que /11 pisas ;» «que(, que ·e resta ? Afoisq11 e twio: 11rna saudade.,, «que t! bem m elhor que a realidade . . . ,. Num ultimo arranco, com a ; mãos "'elid as e tre· mula · . morta m11te ti t1ln1 e 11 te. mas a inda ;om um le.m– pej 1 de vida e ,:i iritu a l, • S :: r~r D olo rosa~ . n um d ivino Rorri so, num olh a r chnmmeJan te, de ~i?·io ]nc rimE>jar..· d o o de rrad d ro pin go de c,wa , g l'll pha o eJ ile,o-o <lo. s ua paix ão profan a e s up remu, _b rnm nnte por t~d o o seu eu , ú. niane ira d o n en ·o~i:smo d a A ngelin n, dc«Le R êve •, de Z la. q ue mor re , á se nsa,õo d o beijo de nu pc·a , qu e o e1;1 P rin cipe 1,,--;nc,1n tad or lhe drí . Elia qu er escrever ; nn o pode. d icla, enlií.o. o e pilapliio final pnra n na. lou. a, q ue fi ca send o a ulti ma pagin a d o i;e u «Li vro d e H om s,i : «Amo parn viver. O a mor é a viela . l'm dia » <•CII m orrerei ele d ô1 » <> porque d eixe i rle ai;,a,. ... ,, e enregela- e toda com O fr io da 1 nc. 1tc, fi •a de olhos v ít reos; pa re<!P. qu e nii.o está. morta, que ind_a scnhl\ com n illu;:ão de que, emquanto amnr, terá vida, iau· de , feli cidade; mas O eu corpo eu rij u-se e tran mn• da·sc num bloco de marmn re.

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0