A Semana: Revista Ilustrada - 1921, v4, n.154, março

p, ~ ~ -rell,Of\4 :- . . - - . ~- DEPOIS DO B A ILE - . • . De maneira que não vaes ao baile do Club, perguntou P vmpilio Dias ao doutor Theo– phanes Quadros, seu companheiro de moradia e · tão bom medico quão poeta inspirado. -Sim, não irei ao baile. . -Mas Yolanda Alvares vae soffrer por teu amor, murmurou Pompilio Dias num sorri so. . Ao ouv!r o nome da__elP-gante lou ra pronun– ciado, ass im, de chofre, quanJo escrev'a encan· t~do res ve~:;os de amo r, o dr. Theophanes,. par– tindo , por inst intes, o fio da inspiração, pousou a penna sobre a mesa e disse : - Enganas-te, P omp ili o; por emquanto Yo lan– da_ não padece, não soffre por quem quer que sep ; ,·es ;ia, do amor ~e:.i destino tem sido fazer s :rnf!r:-ir coraçõ~-- . tingindo amar aquellcs que p )r e;lla se r;a1n cara7-es rle saniflcará a propria ll onrn ou mesmo a vida. · -Pc>lo que ouço, Theophanes, pintas Yolan– da como uma esrecie de Venus L ybitin a; é a . belleza fune sta, a formosura fascinànte que a Natureza ed u::ou rara torme:· to dos homens. . ---S 1 m, a mis,ão dess:i g r2ciosa tentadora tem s ido faze r s off, er. . . Por emquanto não a. 1 ,a, n~nca arnou; mas ama rá ror f:m; e quando esse dia chegar _Yolanda Alvares soffrerà por todos qu e tem fe ·o padecer. C" • , - ..,e1 as, aca so, uma de s uas victimas ? -Quas 1 • • • Eu te conto a m:nh a hi stori ::i. E' um li geiro ~ _inte1:e,sa nte conto, p;, gi na:; ·soltas, que te d is nos a~si gnnlamoi na tra !.!,i comedia d:1 ,.ida -Conta , porem, a tua histori a. -Eil·a : Foi logo apó.~ a m'nha cheg1d:i a Bele1;1, ~o r_eg res~al' da Academia. antPS de ,·ir res idir comt1go. Como te deves lembrélr , um dos teus pri meiros Retos rara comrnigo foi propi\res para que cu entrass e rara o club. Po is ber n, no p rimeiro baile ª qu: cornr11reci, d<::pois de nu– n, e ros·a s a presenta_co Js , Ald ,brn ndo Simas m~ faz travar conh ~c1mento con 1 y 1 ,., AI o anc. a \'ares , jncontes tav elm~nte uma das ra inhas da.:iuella , · e'e' ' n1 agnif1 ca pedindo · • s o1r • , m-continente, para ,nirn O fa vor de_ uma valsa. Yo la nd a acq uies ceu com uin leve movimento rl e cabeça e ~ 11 dos se~s mais fascin antes sor– ri s os , e e rnpos rroseg u1c1 o seu passeio c1m Al dobrando, re_ve.5 ttn do-se dessa maj ':!Stade que apenas é propna dos de uses . De lo nge eu acompa nhava -a com O olh ar, j,ul g nndo con templar uma daquellas di vinJ aj es .: .. ; (pi_~_,.-~-- doOl y mpo, quando deslisavam no J a r ~irn Sag rajo. Quando a orchestra turturinou os primeiro_:; accordes da musica, uma desséls pagi nas admJ· ra veis de ~trauss, procurei a t!nta jora , enl a– çando-lhe a cintura delicada e des lisamos pela sala, confundindo-nos com os outros r a res. -E ella te conquistou? -Ah! Pompilio ! jama is pcderei te d es c1ever esses bellos e ao mesr.11, tempo cru eis in s ta n– tes. Um delicado e estontea nte perfume subia do; seus cabellos de ouro; seu ha lito abafava• me; offegante e risor,h a, ella possuía qu a lquer cousa de :-nisterioso e encantado r que, ma is e mais, me :)rendia. l\.1inha tort11ra, porém, a u– gmentou, ~ons ideravelmente qu ':l n ,lo, baixan,1n o olhar avistei-lhe sob o a :11 plo decote a con· cha ma'ra vi lho:;a dos seios. EC)t ã > so ffri, meu ami go, ~offrimento esse que se ir,tensif1cc1va á doce pressão de sua mão deli c:1Ja qu e d eli ca– damente ama rfanh ava a minh ;i , -[<:ntão, quebran.lo a tu 'l h ,1b i!u ::1 l tillli.l ez f,ze s te· lhe uma dec.l:ira:;âo de amor. -Sim. E tive urn a desillusão. - ·Qual foi? -Depois de me ouvir, Yol:ind:i rec: pnnJ eu : - Meu caro dc utor, eu não sei se tenh o co- ração e se tenho Ftté !-:o_je e ll e tem si 'o al!1eio aos s entirnentos do amo··. H ;!i de auscultai o, no seu i1,ter<>;;se . ~ E depois ? . .. --Depois, c01~siJe rei a ;,e:la nt e e \'o:u ve 1; u :111 lava nJ isca da noit e qu<> se élq ucce a to las as lampaJas , até qu e uma lh e inc.:in e1c as :i z:1s . :N[3.rio :FL Corr.§a ,, .. , .... , .. ••••••••• ......... NOTA ELEGANTE A f,YJ)_J é rt o .-:.prn•I Cl ul, q11 e ,,,s 1·efer i :110 • 11 1•/ rt 111,/a ,1,, a s.•111111)/0.• el<'ft lll l e.<, l'.rle,·', 111 lo 11 e!la lo 11• ,,._.,. e11 / 1 111 - si 1smc11/os ,i e.,·P-1:11r ri o rios " /ea -l cwgo", r111 r/i ,,s 7 1·11.,·i 111os ·1111 1· c,o y nnt,,Js , ;,:11-_, tldâ l .t ,/ 1 ; f:1111il i11s tlu ,w~so escól su,·iaf. D esl oca ,11/u o e,çp/elllfm·r,rn te,11 '"·rwrn tio com111e11r/ado,· Ja!lme AIJl'e11 , r111e 1•isa c111·i11how 111e11le ,ir,r 1•ealc' tfq11 r f/ r1 or 11·e111irtrtl o tlis l i11cl a. 11u111 te, 11/,i-l h r a• /, ·r11/if6es el P1·c11/11 s, 011., 11I·1I1·.I.1,ws que t' Yse movi,ne 11 /u ,/,t viil t social wi o em tt1·– chescesse , p 1·0.vrr1u i ,1ilo ascc11 t:io11al111 enl e co ow úl'[l('Íosa h u- 1111·11or1em eis nossas ri e11tis ,,,,1,·it·ia 1· S em se j u •li fi ca q11 e /Jele 111. e111 se nr/o 11 ,11 ·1 c i ,/rt t,, c u/L r,, 1·01,1 /,',t.v socied r/f/P..V 1·ec1·zolivas em et•i le11cicr . 11tio 1 11 ·0- /tfll'r iu,w d ueule d e " elite" sewlo 111 ,;,, tl11= i<1 ti/' / es ta.:, 1/is /11 11 ci11r/11.1· il~mais. comu 71u1t1 ,, it,, ,·e11 11ilio ofr[J ,'<' e ,t,. 1·el'lid11.

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