A Semana: Revista Ilustrada - 1921, v4, n.153, março

j ..o OJ::10 OCIO A SEMANA OCIO OCIO colo. E lle ainda ouvia os pas– sos lentos, o s solu cos/ abafa• d os que r ebentam num g rito. o cicia r de vozes compung id a s elle via o b ruxu lea r d a s lu zes t ri s tes, e aq 11 elle se u g ran d e a mor, qu e enchi a o mundo in– t eiro , e q ue c a b ia num ca i xfi o t_;i o peq u eno , todo afoga do em rosas! Ah l corno tudo aca ba– ,·a n u m r ede moinho enorme: a bond ad e ma is a urea, a bel– leza ma is pura! A ta rd e cahi ra d e todo. Na sa la , c li eia de sombra, alastra• - CARTAS .. . Jfünlta aoca amiga O ca i n ava l passou como pas – sam todas as a leg ri as eph e 111 e – ras e o n o sso o lh a r vo h ·eu á contemplaçã o ex tas ia nt e do liv ro et e rno e 111 a rav ilhoso d a Natureza . O espirito h uman o re po~sa a gora desses dias tle lou cu ra , triste e d esanimad o , cho ra n d o as illu sões q~e se forc1m e m e– tli tand o na triste rea lidade das esp eran ças que fi ~ara m. T odas a s aleg rias de i xam es– p e ra n ças ... As es pe ra n ças se – pultam, às \' ezes , as i llu sões e comtw.l o as illu sões la m be m ge ra m espe rancas ... As manife t. tações que se no s c\' o la m dos la b ios, n o ca rn a– va l, qu a ndo o es pirita se mes– cla no turbilh ã o do prazer, são 111 e11tirosas,, s:.'io vo luveis. Ne.111 o re a Ice d a pompa es– tre11 tosa . llP.m o br ilh o sci n~ tillante da b ell eza, n em a fo r – ç a sobrenatural de uni ol h u1· ardent e de sy mpa thia, faze m pul sa r mais a g itada me n te o co1 a çü o n esses movimentaüos di as. O se nlimento humano fica su s pen so, ele vado a ou t ras pa– ra ge ns , e 111qua nto n alma, c omo qu e alucinada, llldo vê , tud o a mbi c iona e tudo a en– Jeva . De li ri o ! Lou c ura momenta– n ea e... na da m a is 1 va o nroma dos era vos . E nos olho's do ve lho cont i nuava m a p a ssar os lu ze i ros fu n ebres , a anti ga proc issã o d as sa ud act e s. D e repe nte e stre 111 e~e u, e fi co u num ex fa se : e ll e via rasga r a sombra d a tel a o r o s to b ra n co e tranq uill o d a m o 1~ta , e_omo ha ta nto s anno s , a so rnr- se como se v ies se, u m pou c o ca n – sada, d e muito lo n ge. Com os olho s m o lliad us , é ll e ch a mou po , e ll a: -Ma ri a nn a I M,i rian a ! ... Afas ta s te d e li, por indol e , o d esejo que ti ve st e de te en– \'Ol ve res nos fo lg u e do s c a rn a – va lescos . Fo i uma acçiio p,ro funda– m e nle rac ioc in a d a e qu e , n a eda d e em que es tãs, vem co m- • pl eta r ma is a in da o leu cara– c ter pura mente fe 1i1inino, de ond e pa rtem exemplos r ege ne– fo dores que lega m ao teu pc1- tri 111onio a feliz inspiração de um a mulher icieal , de um es– pi rit o edu cado, conscio de se u s innume ros ue\'eres pe– rri nt e a soci ed a d e , hoje m a is qu e nun ca tno a ggrf'ga d a aos p recon ce itos. A escola soci a l de boje , mi– nh a querida, julga os factos a lrn\' ez do pessimismo repu– g na,·el, cheia de vaid á des e preten ções, que a s bôa s regras d a civilisação nunca hão de pode r emprestar-lhe. E é essa me sma escola social que co– mette os m a is horrorosos des– va rios, que impelle a alma á degradaçã o do prazer, qu e c ri a divertime ntos profanos, que ludo subverte, e que, no entanto, vem depois julgar, l' igorosame nt C! , as levianda– des do nosso espírito, educa do á sombra da s su a s normas e regido pelos paragraphos do seu colligo . Ha s d e es t rn nba r , cer ta men – te, q u e só agora te en v ie as mini.ia s co n sid e r ações sobre o carnaval d es te a nno, j á tã o esq uec il_l.o , apaga do mes 111 0 d o registo perma n e nt e d as gaze– ta s e a té da memor ia d aq u e ll es que mais se d is ting ui ra m g lo- Mas d e d e ntro u :n a voz res - pon deu : _ - Eu vo u . e u ,:ou, m e u- p· e l E ll e d es pe r tou do son h o t r is - - te . A h ! c o111 0 t LHlO r e n nscia n :i vid::i l.. . -De ixa es tar , fi lh a ! A pe – q u e na ad o n 11ec e u -111e n o c o lo ... E co mo n c rian çn, pnssa n d o a 111 ::ioz il n r; os o lh o s . lh e • per – gu nt asse ainda p eln pri n ceza , e ll e r espond e u, b e ij::i nd o-:! : - Agor:1 a p ri n ceza . . . se r á s t u, II I C ll :1 11 10 1" f . • • ri fi ca 11do ;\! 01 11 0 e seus com parsns . O ca r nava l dPs te anu o , ad o – ra d a a 111 igH, fo i para 11,im tfi o frio q ue n a d a infl u iu 11 0 111 e n es pir i lo. Po u co 111e di,·e rti. T o d a ,·ia e lle ft> z co 111 q ue se di sco rtin asse 111 f1i s o \"C U qu e e n cobri a o m e u curn b 10 e i n – ten s ili cou g rnncl e 111 enie o amôr -r e inant e e m 111 e u p eito, um amôr q ue n osce u ta l qu a l nas. cem QS r o s a s, e que \'ae d esa– bro c hando, embora lento, mas loucamente. ... E o m e u cora ç:'i o, como lega do do c a rn ava l, r e pe te ap e na s e s tes sublimes Yersos de auctor d'"A Lagrima" : A,to,·o-te ! ... - Não és só preciosn, és bond~sa] m Além do bel/a és sant~, além de cstrella és rosa Bemdito seja o Deus, bemdita a P,·ovidencia t}ue deu o lyrio ao monte e á t11a alma a in • (noceuoia, O Deus que te criou, anjo, para eu te 1 atnar; E fez do mesmo a:ul o ceu e o teu olilar i Com uma saudade do teu Chiquinho ••••••••••••••••••••••• • Cartôes de visitas, convites, ' participaçõr;s, cartas, prof 1'am - mas, circulm·es, só nas offici· nas graphicas d' A Semana , qzte se deven,i 111... indar p repa – r ar , á trav, 7 de Setembro, 33 1 - telephone, 278. ADVOGADOS Drs. Clemenlino Lisbôa e T1· h 616 • Ccsar Coutinho - Escriplor io; Hu a João Alfrc• do , G7. 10 audar eep one, · , • •

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0