A Semana: Revista Ilustrada - 1921, v4, n.153, março

l\ Estatueta •••••••••••••- •-••-••u- ••••••••••--•-•-••--- --- G Gugusto Jlteira Entr e os almofadões do canapé, a um can to da saleta, o 'mari do, um velho obêso e alvar, úocejnndo percórre imia _gazeta, emquan to a esposa juv enil borda uu f ica a scismar . . . No ambi ente põe o lustre um léve tom de helian tho. Qu e contraste apresenta esse curiuso par! D a primavera em. flor ella trad,uz . o encanto, elle a desolação dum inverno polar . . . uFi lha, vamos dorrn irn . A té que elle se mova, se er_r;n, e os oculus guarde, a esposa sonha ... A alcova não a attrahe nem seduz . Bate o r elu_qio as onz e. Na con sóla, ao passm~ vê o "ApfJllo" desn -udo, a f i tal-a e a sorrir ao seu desejo mudo, na belleza pagã dos musculos de bronz e . .. ph ysiologi cos, prod uzir «sensa– ções divin as », e?tranh as á s ua cons tituição?! S erá o co ração o gerado r, então ? Muito menos: se es tá sujeito do cerebro . .. . ! «A glori a dos prazeres , a s en– sação du amô r~, s entimentos ethereos e divinos, são perce– bidos pel a a lma . tambem ethe– rea, tambem di vina , e egual– mente indissolu vel e etern a . O co ração e o cerebro, s im- . ol es motores ca ma chinR hu– man R. têm R pre,1estin ação de um fi m, encontram d iante de s i 0s obs tRcul os do impossível, emqu:rnto que a a lmR intRng ivel nai r;:i ac ima dos nbstRculos da mFi teri R, rea li zando o que os orecor.ceitos creados pelo cere– hro tornam imposs ível de rea– liz::i cão. Perdôe C1 meu am igo o pro· tes to, e qtrn ndo sentir os Rb::t· los prorlu zidos pela incidencia ela luz de dois olhos; qtrnndo em seus lauios se extin g uirem as pa lav ras que o cerebro dita r; quando o coração pulsa r com ma:s violencia, ameaçando a r– romba r as pa redes do peito; quando o altruísmo dominar a materia; lembre~se que essa a l– ma que em seu to~o ex iste· v ive, sente, governa e s abe amar . .. Cumprimenta-o com praze r a D a d á • •••••••••••••••••••••• Ü e nca r go d e s e cre ta rio / d'A S EMA 'A, • d este nu– me ro e m d e a nte , será d es.1 e mpen hado pe lo n os so co l– lega B ia n or Pe:1albe r 1 oc – c upa ndo as fun cçõe s de re– dacto res os srs. dr. D 'Artag– nan Cruz e Edgar Pr0e nça . JOSE' SIMÕES O epo is de Mar('o. o mez das verdadiras alegrias desta casa, pois é o do ann iversa rio da rev is– ta, · somente l\fa io nos e per11, com a fel ici'iade de dias venturosos. Ahril , das ma rés cheias a trans– b" rdarem, peccadoras, invadi ndo a cidad e, nunca terá o enca nto do mez das flores. Mai o sorrirá feliz na grnndeza e piedade de s ua a ima até o tri te 3 L de seu fim, entre o ca quinar de ri os virg inaes das ruulheres em offerenda de co rações á vi rgem protectora das s uas n oites e!;trel– Jadas .. . D epo is, Junho-os 30 dias do bulicio, das fogueira . dos '· banhos"e "bumbás," numa tterna e,ocaç:fo de tempos ido . E ' o mez do amor martyrizaclo pela ancia do possui r. Depre sa, como uma dôce e fu• g itiva v isão, João Bapti t<1, o pro– pheta, a dorm ir, a dormir, em· qu at1to Salomé o espreita ... E não ha quem . lhe abra ns ol hos, aco1dando o dorminh oco. Até as prop ria creanças o 11bando:iu 111 ao e,nrno fata l em <)lle perde a ca– hP('a, porque r ce_iarn C]lle elle, des· perlundo, i nce ndeie o mundo .. .-('.

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