A Semana: Revista Ilustrada - 1921, v4, n.152, fevereiro

Anno IV Belem, ,6 de fevereiro ce 1921 * Num. 152 REVISTA ILLUSTRADA REDA ".:T OR· CHEFE 1 UIH. F-c 'TO!l·i'll.OPRIETA U.10 1 SECRETARIA. llOCIIA JUOJU:LRA ALCIUJ;;:S :SAlSTOS ENEWA COSTA Toda a correspondencia deve ser dirigida a ALCIDES SANTOS REDACTOR Blanor l'cnalller o TI l ANNUNZIO. o roeta J' o tJt::IJ Fogo, o .,onhador de Foscarina, a inolvi,1avel Perdita, pretende vir ao Brasil. O povo brasileiro que home– nageou em Alberto I da Bel· gica,. ~ figura de um nobre rei, terá, com a vmda ao Brasil do festej ado vate italiano, opportu– nidade de admirar a dupla e magestosa individualidade de um grande poeta e, hoje, fa– moso guerreiro, que depois de ha\·~r semeado, para a d~li cia dos que amam a poesia, as mais linda s estrophes, tf mou parte acti\·a na grande guerra, collccando se ao lado dos he– róes do ar, tornando·st:: mais tarde o gu~rda da libtn:lade de Fiume, que elle desejava victo– riosa. Visitando a nossa Patria, é intenção de D' Annun zio visitar, por essa o.::casião, em São Pau– lo, a esta tua de Olavo Bilac, seu grande amigo, que vae ser inaugurada. As Pa rcas implacaveis, tece– deiras dos destinos dos homens, não quizeram ::iue Bilac, um dos maiores, senão o maior poeta brasileiro dos ultimus tem– pos, o representante rrrn ximo da poesia nacional, fos se agora ,•ivo, para receber com os sur- 33-TRAVESSA 7 DE SETEMBR0-33 REDACTORES ARTISTICOS ~ TELEPHONE, 278 ~ lllarlna llesketh e POETA DO FOGO Henrique llai•radas tos preciosos de sua preciosa eloquencia, o mais conhecido, hoje, de todos os bardos de Ita I ia. Se, como D'Annunzio, o poe– ta das Panoplias, não empu· nhou a espada guerreira, nem pilotou os aviões gigantescos, elle não f0i alheio aos princí– pios de inviolabilidade da pa– tria querida, implantando no coração da mocidade o 2mor ao Brasil e conduzindo-a para a casernél, a fim de educar-se n0 sen tido de amanhã estar apta a velar pela segurança do paiz que lhe foi berço grand10so. Relia seria, sem duvida, o encontro em terras brasileiras, desses dois lapidar;os da phrase rimada, Bilac, com o seu verbo inspirado, pregoando as belle– ZélS da ltalia, desde os dias de Roma, a guerreira, desde o fas• tigio dos Cezare!_':, evocando Plí– nio, o velho, e Plínio, o moço, Seneca e Petronio; dizendo dos g randes poetas como Dante e Petrarca, Virgílio e Horacio, Ari– osto e tantos outro!,, e discor– rendo, por fim, sobre a famosa nação, que se fe z soberbo em– porio da arte. Por sua vez, D'Annunzio di– ria da grandeza do Brasil, da sua Natureza maravilhosa, da sua fauna e de sua flora surpre– hendente; das cascatas sober– ba!', do Amazonas, oceano rle agua doce; dos fla gellos da 5 seccas que entibia, mas não mata a energia dos homens. · Mas Bilac é morto, reviven– do apenas nos seus versos bri– lhantes e em suas chronicas que scintillam. Sua voz, em pale~tras magnificas, que eram ora<,Oes en_c:intadoras, não se levanta mais para homenagear ·a ~elleza. Mesmo assim, D'Annunz.io o p~eta d' O Fogo, entre nó~ sera recebido com as honras f . , a que azem JUS os príncipes que os são pelo talento e pela glo– ria. R. M . - ...... __ Depois da victoria, que ha P?u~o alcançou o t,'rande bra– sileiro Edú Chaves , o maior ~cont~cimento da época é a inattgitrarãodas OJjicinas Gra- 11/ticas d' A "' .. eman-1, á tra– vessa 7 de e/P-1 ,bro, 33. 278 P dir este numero te - l ephon ico t-::idas as o n. ~asiões qu e queira encom. me r t ra b~lhos graphi– cos, e e.e Jn om1a para os vos– sos c o es .

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0