A Semana: Revista Ilustrada - 1921, v4, n.152, fevereiro

D ae-me confo rto ! Dae-me o vos$O a nxi lio ! , àn lll e olh eis com e:sa ind iffpreuça gelida, C(JJn ~ - e.se dPs prPZO que esma ga ! E u não o mPreç..: 1 Sou humi lde ? ' ou or phã? Que importa isso se sou nn, a a lma de$o lada q ue prPc isu. do vosso a ;ioio, de vnssa attençfL.1 ? E ' aos nii seros e desg ruçados que e fnz a car idad e e a esmnl a . Ol lrne· me ! Snu uma c reatura cheia de im pe1·feições e de mag ua!T. Fui fel iz! . . Hoje .. . Ah I O passado I Não me inte r– m~ueis sobre e lle. Foi tão ci1rtu e t ão ditoso que mais v11le n ão o IPmbrH. ( omparal-o ao p rese1, · e é su bme rg ir ma is a in da a min lt a almn nas p ro– fun deza s da cl ô r . . . l•\ 1 ta 111 ue111 fo i c ri a nça. acari nha<la e q ue, id a. tam- 1,em t ivu um pae q ue ve· l, n pela m inha iu fanc ia - o mode lo dos paes-– que mP. a ma va sobre to– elas as coisas terrena~; t ive satisfeitas tod as as mi nhas a~p irações de ado– lescente, cheo-uei quas i a vêr a fa ce la felicidade atravez da gase rosea e tra nspa re nt e do meu por· vir, emlim fui d itosa! 1-foj e sou desvent urad • ! O pu." querido desappare· ceu nos sete pa lmos do lttmul o e com e ll e toda a m inh a fel icidade . . . vibrações ~ublimes ... :Mn l, mhra encarna em ~i todos os se ntimentos do loro, os de um se r h uma no ! \l a· lombra fo i r.reada, talve~. por um co ração em lag ri· mas, por uma a lma se n. ivel e ma la ncnlica !. . . E u vos peço 11ão o co n fo rto 1_Jl1y $ico 111as o co n for· to da alma. Lançae snbre m im um o'h nr a.mi o-o trPs on~saclc1 de carinh o, deixae desabroi- ha r em vos ~s lab iÓ~ um sor– r iso doce e benevo limte. Pmbalae·rne na me lo<'li a sua– ve ele vossas pa lav1,as. Que vos c usta esta peq uena. esmo lar Narla 1 8ntanto ti/ a ca hir:i e 111 meu cora– ção como gottas clu o·ua. 11 a a ri J ez de um dese7-to. Não illli teis a ma ior pa r – le da hu mH 11iclade impia , q ne ri an t,, a dôr zom– bo ndo das lagri mas a llrni– :iF.. Qu,rndo me-v irde.;; so– luça r, não me v ireis as costas, a ntes, acer cae-vos e d ae- me o refrigeri o de vossa companhi a . · A ;:: ve– zes, q na udo scismo em noites longas de insoni a n a abst ração profun da d~ meu esp íri to s u , ge como imagem da li bertação 0 es pect ro hediondo d a Mor– te s uggerind o me idéas sini titras e infe rnaes. . " l ,i b rta-t.l da matei·i11;, d iz-me .ell a , e;n t uas mãos _. es_tá o termo do!> teus sof– i fn me ntos. T ens l1orror a . / v(olencia? U ma simpl es , p1cad ..Ia no 1rn lso e nu oi r ' tio de sa ng ue a tua v ida ~e extin g uirá., calma e suavemente como um cre– pu culo que desce, que de$Ce . . . D Mas, d igo-lhe eu , se sa– b ias q ue eu ti n h a de sof– frer, porque não me t i· raste a vida ao nascer? A gora é tarde ! Não irei de encont ro á determ in a– ção di vina. Se a dor pu · rifica e a res ig naçã(I con – so la, e:s pel'll re i paciente a li bertnçào dada po r Deus. l'ortanto sede ma is cle– meutts, reparti com a mi– n ha nlma um pouco ela vos. a ven t ura, ad oço.e ma i as pa lavras que me d irig irdes. Dae-me con– fo rto! Confo rto mora l, urna pa rl.ic u la de v ssn aifeiçào. Nõo con hece i a dor 'i Q uerei" comr1ehen – tler a m inha'/ .K cut ne .Ma lombrn I Ala s antes d is· so, pensae nas log ri 111as de uma joven ,ca bi·un ha– du, :t q uem. o desíg n io do Desun o deixou só pura as l uctus d a vidu ; pen, ae n n se u coração ,audoso o rn urty ri sad u, puru quem n ào »orrirum ao me nu as i llu sões do a,10r, irnagi- 1,ae u <leso nç,lo de;; a cre· Lt1, ru q uo t<-m no 11rc.en· te dores e co rn o e.,:pe ra n- J osés inho, int e llig e nte e vivaz filhinho d o nos s o presodo compa nh eiro Jos é Sa nto s E o terri vPI e pe..:tro, n uma garga lh ada ro uca sahiclu. do t umu lo, ex– clama : « E:' medo, és covarde ! ,;-a,, do futuro a Morte. ..l:'en bae em t udo isto, so ndae se o vo_so coração e tá prupe nso a commnçàu e tl epo i pr,curoe ouv ir Ala iombra. ('omp rohe11J ereis e 11tã11 o qne é a do i: ! Ha veis de te r a se11sai,:àu de qu e ó a 1ui11h 11 fJ 1:opna ul~iu yne ge u1 e nessa 111us icu. s ul.i lin,e de IW .. (ll ôttr . l_ereis 1Ja, clive :- as t'Xp res~õPs de 1:- ua 111e l 41 d_m, uas Va11Lções harmonio1:-as de , c u ,í t li11 H, ,t 111 r,r b1dez ou desnl e11to de 111 i11 ha ulrn a, a exa :t u~·iin b ru.;ca dd 1'. e u; ~• nt.idos. P odereis avul iar toda a g·rnndc;r.a de mrntt a dor, totl u a dPsulaçü.u do u,e u cr, tratluzi,1[1 °" 111 su as . . ~ O qu e espe, a s t Fe li cida- de? Par a ti Já noo ex iste ! Amo r '/ :::ió o encontrarás n a escu1 idü.o do .epu lchro. no co ruç·iio dos vermes que se preparam pa ro. num fe t im po111 poso solemn izar a tua ca.rne v irgem. .Mas em compeusuçü.o dou-te a li– berd ade da alma . Não queres '/ .::,off1e. poi:3, j(, que és cova rd e !. . . » . . Nova ga rga lh ada sôa qu ebrand o sil en ·io d a noite a ind a n ,ai s Juh'ulfre. iro1 k a, e ncl11c:ndo-me de 1,avor, ge land o-me tod11, echoa ndo clulorosa111 e11te no meu cerebru exu ltado Ol ho, mas a vi ão dl'sappanc.'l u ! U 1n s no1· gelido we inuuuda n fronte a bat.ida. . . E

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