A Semana: Revista Ilustrada - 1921, v4, n.151, fevereiro

Anno IV Belem, 19 de fevereiro de 19 21 * Num. 151 REVISTA ILLUSTRADA REDACTOR-CHEFE 1 DIRECTOR·PROPRlETARIO 1 SECRETARIA ROCJli lllOIIElRA A L C IDES SANT OS E:NEm A COSTA Toda a cor respondencia deve ser dirigida a ALCIDES SANTO S 3 3-TRAVESSA 7 DE SETEMBR0-33 REOACTOR ES REOACTOR ARTISTICOS ~ TELEPHONE, 278 ~ Blanor Penalbel' lllarina llesketh e o FRUCTO PROHIBIDO J[enrlque Barradas ;!;! u não sei se um homem jCj ha capaz de resistir, se a phase dos sonhos de todo não passou,ao m~is doce olhar e ao mais lindo sorriso de uma mulhe r bon ita, no periodo dos desoito aos trinta e cinco a nnos , quando ella ap resenta r efulgencias de sol e elle . ~campanha-lhe a tra– jecto r ia como um gira sol do amor. Beber com o olha r, na co– rolla de uns labios de rosa, o orvalho de um sorriso que pa– rece promessa de acrysolada paixão, é o melhor prazer d ) homem, que se sente a rras– tado para o amor. Na expressão de li ciosa de um olhar a fascinadora d iz: – ~Ama-me, qu e ro ser tua ... , E elle , armando-se caval– leiro, embora alheio ás leis da cavallari2 1 D. Quixote d nova especie, corre á conquista do .amor promettido, sedento de pelejas, combate ndo moinhos d e vento, alheio ás leis dos homens e da razão. Dá motivo a estes a linha– vos uma dete rmin ação do il– Justre chefe da nossa Policia C ivil respo nsabil isand0 os pa– es e tutores, cu jos filhos e tutelados forem colhidos pela tarrafa r>ol icial, qua ndo ap e– drejem as arvores qu e arbo– rizam as nossas ruas. A med ida não pode se r mais justa. Eu não culpo, no em– tanto, as creança s po r essa desobf>diencia que inc ide em fa zer r ecahir sobre seus paes as penas da Lei. Como os homens, são as creanças : aquelles deixando– se fanatisar pelo amor; estas fazendo-se desobedientes, po :– amor do fru cto que lhes vedado. Na meninice de todos nós sempre exerceu sedt.cção o fructo sazonado, que do ren– dado ve rde das (olhas, mos– trando a face dou r::i da e san– guinea, parece sor r ir, como a dize r:-«Vem buscar- me , de– vora-me, foi para a sati sfacção de t ua gula que Deus me creou.» E o infante , cedendo ao impulso de um insoflreavel desf-'jv, toma do primeiro objecto qL,e se lhe depara e apedr eja a ar vore, onde o fru cto se a ninha - S im, eu não culp0 a cre– ança po r esse acto d e vanda – lismo commettido na edade em que fi e não raciocina . Foi Deus, a Sup re nn Es- se nci a, quem desejou a hu– manidade impe rfeita e deso – bediente. S e nos volta rmos · para o passado, ve remo~ que Adão e Eva, em sua mfan– cia, no Pa ra isa, pois qu e se ~ram adultos no physico ·rc:– velavam-se creanças pela ed a– de e pela d P.sobed iencia a Jehovah, não· r ac iocina ndo e come ndo o fru cto portad o r do Bem e do Ma l, qu e os fari a expe ri mentar os . gosos e soflrimentos da v ida . Ora, he rdando todos os v ícios e virtu des dos nu sos primeiros paes , nós, au g 111 en– tamos a sé rie de impe rfe i– ções com a desobedie ncia d e que se o ri g inou o prime iro peccado do homem na v ida. No Paraíso foi a se rpe nte 4ue te ntou Eva para qu e sa– boreasse o fr u..:to prohibido . E desd~ então, no desejo d t cada homem, adulto ou infante , ha Li ma se rpente que se agita e que s e faz a o ri– gem de todos os nossos ma– les. E' por is30 que e u ~euh o uma g rande complacenc1a_p e– las c reanças que ap edrep111 a s a rvo res . RM

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