A Semana: Revista Ilustrada - 1921, v4, n.151, fevereiro

000000 0e0000000000000000000 0 0 e0000 000 00000000000000000000 00~e0 0~ 0 0 00000 0 ---- 0 ! POEMAS BIZARROS · · . i © . 0 0 0 ©~09000000~000~00000~ 000000000 0 00000 00000000~000000000030000~ 00 0 0 · 0 0 0 0 00000000 ~'Sle'~ Minha divina Musa. oR mera casua– l idade,_me v:io oa rar PS maos um alfarrabio de vérsos, escripto pelo nosso intimo e querido. Ma - lherbe Rosas, aquelle poeta bizar10, exotico. eterno insatisfeito da For– ma, eiigente e meticulosn apre– ciador do bom verso, immanente da inspiração mais suave c e ?orrei ta. E' urna broclrnra amarell..c1da pelo t empo o pelo uso, ainda em Jettra mauuscripta, de uma feiçãc hyero– g liphica, irreg ular, nervosa, quasi ill egivel. Não t em pu g inas nume– rada; mas pres umo. pelo volume de folhas, que devA t er de r;ento e cincoenta a du zenta., quando mui· to. Advirto -t e, porem , minha fonte in spiradora , «me u A /l er Ego em for· ma rle Mulher», que o n osst1 bard o, escreveu os seus enterneced ores poc· mas, em prosa, empres· tondo-lh es, eru ta nto, um ritlirn o, urn a ha rmonia eu rytlnn ic,t de pe1feit > equilíbri o na lin g ua gem metri ca. .1 D ecora-os, se o qni· zeres; decalquei-os do ori– o·inal, escolhend0 de pre· fert n ·;io, os mais emot i· vos. quiçá eroticos. . Lê: ~ ,. As t uas mãos. Na concha de tuas mãos n ervosas, camel ias de cinco peta.las ducteis, alon g adas em fu so, te r· min ando por embutidas de crescentes de madre· perola, bebi o b ydro– mel da Vida e s u guei os ,, bon-bons» de teus de– d os fin os, lon gos. dam as tunicas das Virgens Sa'ntis– simas . .. São os teus cabellos. As innumeras feridas de meu co– ração, não h avia para cerzil•as, um torça! proprio, na arte, n a sciencia da cil·urgia. Descob riram os teus cabellos; o g ranne operador Cupido realisou , com el les, o milag re. Meu coração n ão sangra mais ... No dia em que vi o ondulado que– bradi ço. torcicolad o da tua cabe l– leil a flava, tinta de uma co r de es– tanho, sonhei que me ias mandar uns fios, e nli çu 11do um ramilhete de violPtas. B ello sonh o! Ah! Os t eus cabellos ! Dão bas – t ante id eia da leôza iuha que tu és ! São como a juba da rainha dos de– zertos . . . Ah ! os ton s olhos ! Vi-os d10- rando. Beijei-os. Queimavam tanto! A t ua booca . A t11a bocca é torturada , barbara. Tem al g uma cousa dA ventosa. Na conjuncção dos dois labios esma· ga, amal gama beijos. A tua bocca é uma planta car– nívora . . Ah! quem sabe se na fome d e tua bocca não anda o hyste ri~mo de Salomé. a tensão dP. todos os ne r– vos da sensual judia, co nce ntra - dos ú fl or do labi o, como que a es– pre ita, 1111 m beijo aasu.ss i11", d a boccn do Baptist a? Ah ! A tua bocca ! Não sei. Vezes lrn. em que a tua bocca é santa, pura , tal qua l a do lonro Habino; ma s. qu asi em– pre. é a tua L1,eca ... a. tua bocca. ... só ! Findemos por hoje, egregi a Musa. de me us e;antos. Como vês, o nos– so apaixonado vnte como o incorT,para ve] «poeta n eg-ro • das EvocAc;ões e dos Pharaes, tent n o s:rn g ne o tropica.lhismo de um cadiva africa no, ou de um sibarita turc'l. A sua man eira de d i· zer col! eia, sinuoseia.- se em torno da :Mulher, da Eva Immortal, el a Be111 Amada, da Unica . D eduzamos I o r estes poemas, copit: dos :í. pres – s n, e qn e te envie,, rni– nb:t divin a Mn , a, para l e u goso e~p iritual . Adm iru•os. Berillo M arques Todos os geslos de tuas rnãos são lindos. Se te assustas, as tuas mãos espalmam-s., quaes dun,, azas db a lcyone ou de goleta ; querem voar; são Maden, oi selle Honoiina Mar tin s e S il va f ilh a do sr. Antonio Li no Ma r - Q 11 osso presado co l· laborado r s r. Ap ol· lirrnri o ~foreira fez uma visita pessoal ú 11ossa re · de uma plumagem de ave do Paraíso. São ari stocraticas as tuas 1n5oâ. M11 s os seus dedos em ga rra, teem força para di lacerar nm coração, t aes as aves rapinoc ratas , dil ace– r am as sDas p resar:,. Dão,.me C'ale– fri os as _tDas mã.: s qnando te euc~– Jerisas. Nem me attrevo a bei– jai-as. Ah ! As tuas mãos !.. . os teus cabellos. As IIoras fiam. n uma estriga en· com fios bronzeos d<:l um cantada)husco e tons acobreados, os ouro ve lou ros-foscos, com que b or– retrnr.es tins e Sil va. Gs teus olhos. G a r,os cnm iri sações meta li icA. , bole ni Ec ntre as pupil' as co mo do is soes cadentes, esses teus olh os op hi – di cos. Tens uns olhos de serpente . Vimo-no~; magnetisaste-rn e. Por– qu e me fe r s com esses « harpeos de lu z»... l <'u lmin a-me ! · NJs teus olh os lav ro um perpe • tuo incPndio. Os seus ve io. san o·ui– neos, sã.o como r ios de fogo, tra– . çados num map]Ja da ntesco. O poder vi ual e retPntivo de teus olhos,sobrepnja o do felin os ... d aeção para a o-radecer as expres,;ões tiy mpathi cas"' com que ncs re fe rim os á s ua ace rtad a. nomeação de director da. H ecebedo· ria de R endas do Estado. .___.,.,., __ Q apreciado professo r de mu sica s r: A. Marques Coe lh o teve a gentil eza de nos offertar um exem· p la r da val sa <Vi v.!r de rnn ho ... ». de sua. in pirada a u ~t oria e que e tá destin ada a ca usar succeso. - Temos tambem em mãos os ma is 1·e,·entes nu meros de «G il Bla , pa111 plrl :-to 11;1eio11alista que circula ua :q ita l da He pub li ca.

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