A Semana: Revista Ilustrada - 1921, v4, n.150, fevereiro

278 E' o t a li s m a n da mo– ci dá d e , po rque é o n . 0 do t e le p h one d 'A S EMANA. ~--····················· PAGINAS SOLTAS CARTAS . . . Minha s,enhorn. A profund:-: lucidez do seu intellecto privilegiado e a 111a- 11eira origir;al como estuda os rnmosda vida humana fizeram– na exclamar esta sentença: «todas as emocões vêm do l'e• rebro; o cora·çao é apenas o orgão central da circulaç:io do sangue; na dôr e na alegria elle nada in~ue.» Peço licença para discordar desse aphorismo .te v. exc., se be111 que me tP11ha dito que não 11rn1s te111 ao alcance dos seus <ie~ejos um l'Oraç:10, mas sim, cm seu logar, um seixo. A111arga ironia essa que sup-· planta Iodas as philosophias, t1ue abale Iodas as crenças, que d e111oye toda s as gloria s , que des lroe lodos .os prazere~. O.u o corac:-"10 ele v. ex c. é um si111- ples atÍl0111alo ao s ilenl'io ou uma \"icti11Hl da crueldade e da inco11s ci encia. O corac:"10 tem uma \"ida in– terior ql~ e adorin ece 111a s qu e n it o se extingu e e111qua11to vi– \" emos. 811e é o emulo do cere– hro porqu e es te só exemplilic:i o qu e o cora ç:10 ord ena. O cora ç:·10 le 111 a for ça pod e– rosa d e \"er alravrz da s al111a s o'i sr 11lime11tos qu e o prendem , A SE MANA emquanto o cerebro apenas form a j u izos e rroneos e pensa– mentos futeis. Um lem linguagem ardente e sublime, que arrebata e que empolga, outro um dialeclo modeslissimo que não tem alcance parn exprimir o que sentimos e qne não tem poesia para pedir o que queremos. O cor::icào manifesta-se ntrnvez do oilrnr e o cercbro atravez da YÓZ. U111 olhar sereno, meigo e doce, um d esses olhares ·de amor que fulmina111 a alma e que relracl a m fascinantes d e– sejos de sincera amizade, vai~ mais do que todns as flôres de– rhelorica buriladas nos cadi– nhos ela -phanlasia, cio que lo– d::is as palavras articuladas no calor d.i loucura amorosa. O coração sente, mais do que Indo, a gloria dos prnzeres, a salisfocc:'to do A111ôr, assim como 111°ai s de perto oaltingem os espinlrns da lucla, a magoa, a dôr e, sobretudo, lemhrnnças dolorosas que its VP.zes o mor– tificam e que o fazem ado,r111e-. cc·r na illusiio de estarem se– p~lladas Iodas as espe ranças qu e o !izera111 pul sar por dila– tados tempos. A vid a docoracãoéum mixto de al egria e de· tristeza. Elle gosa se n sa ções divinas e solfre terrores 6 sobresallos, clescan- – sando, fts vezes, sobre si mes– mo, como um viand a nt e ex– hauslo que pnra cansado fi sombrn d e um a an·ore frl)ndo – sa. De v. exc. ao coraciio, mi• nlrn senhora , o que e ll e· mer eca e terá de concord a r commigo em todos os detalhes sobre o seu valor. Niio recrimino v. exc. por ler dito que o coração nada val e. Isso foi apenas e111 irretlexiio mal contida, filha de um pes– simismo momenlaneo. O cora – ção é tudo: como principal orgão do corpo, como mentor da alma que floresce para a lucla e do espírito que vae al– cancando a afastada !imbria d e t1111a descrenca irremedia– vel para se predpitar no mar das desillusões . O coraçüo é o valente restau– rador da nossa redempçüo. Elle é um corpo separndocom vida propria que habita no nosso propr10 corpo. O coracao t-udo vale I subli– me essen;·ia de uma partícula divina: - o ..\111orl Beija as 111:1os ele v. exc., o Chiquinho. O papá a.o bebé : -Diz-me carinhoso.de quem gos· t as t u ma.is, do 11vôsinho. ou d a avosinha? · - · · -Agorn 11 iio posso respo nder. · -Então quando? - DPpois de pnssa rem os me us annos. • ••••••••••••••••••••••• Ne 111 a s11bida do cambio. nem o angmenlo de preços em Iodas as p,,aças iHfl 11e nos preços d ,!s OjJi,.:i11as Grnpl,icas d ' r\ Sema na, que são 'JS mais razoa11eis do m crcado.- Trav . 7 de Setembro, 33 ' ras1 E~P EC IH.. IOAO ES : ~ M. CAF É MOIOO E AS SUCAíl 3 lmport1dos ctirectar.ienta ~ :,.-o 1J istrili11 i~:1n a il o. ni1:ili:i ABILIO DE OLIVEIRA & C.ª ..l rJ!.'1"//J .I 1J DE AGOSTO Caixa Posta l, ·102 Telephon·e, H ! :1

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0