A Semana: Revista Ilustrada - 1921, v4, n.148, janeiro

-OS- -DA- SEMANA 1 - - _,_ ,____ Aquella crinnco. aquAlle filho da Lau rinda, fructCl de um erro, nasci– da de nm peccado - QUll ardentes, contricv.1s la!! rimas não tinlrnm po– <!ido reéli mir - aq trn lle productõ dA nma ligação amaldiçoada. ao vi r ao mn ndo, era pClrtador de uma dPs– !!1':JÇa. n grite, angustioso. o doloroso gp. mido qno annn nciúra o sen nasci– ,npnto. fõrn o ulti mo. o supremo ar– r:inco da clPsvPnt11 r:1da milP. A Lau– rincln o, pir{1 ,a, ao cla l-o à lu1., como sP fôr:1 111·Pr. iu a sua vida. para qtrn pn<lE'•SP. vive r a cria nç:i conr.f!hicla num momPnto de prazf!r e de 1011- r.nra. monw nto rprn lhP cu•tara lon– !{OS dias. intr r01inaveis mPzes do acPr!io soffrimr nto. Ji'pfü qnn Pila fni. n L111riorlll, Prn morrr 1· Ollqnella hc,rn. Tirn ndo-l hP a vi<!a. n dPstino po11 pa\'a-lhe o nrn i~ impiedoso !,!Olpr: VAI' n íl lho rachi– t ir~. Pnf~zado, ma!!ro. frio r. 11a ra 11:a1s, al r 1p1dn: um monslrozi nho ! .\ tin L11zia. 1p1P. rl!Pia de co lAra r <IP rlor. havia PXpulsadn rte casa li till1a rfrshonrada P. nunca mais a quiwra vPr, nfio tM·e animo ele re– P"llir. clr ahandona r o nl'to. i\doptou-n, a principio, com :i ma crrta rrp11gnnncin. ao vp J.o rrn recidn rom n pai. rom r ssP misrravcl 011:zro /'J IH' lhP rouhnrn a íllha, pa,·naa han– rlona r pnuro rlrpois, cohrindo d• , H gonha A dP amarirura a suave– lhice honrnda e respeitavel. /\os ponro•. porém. a pohre mu– lhor foi errando amizadP ao orphão, r. por fim. as Funs r11ff'rmidadrs. os ~r11s rlrfritM. aquAlla nerna srrra. frin. molie. q11111 acçiin. aq 11ell11~ olhos \•rs:zo•. locla ar111Plla dl'fo rrni– darlo foi -sP-ll1n tnrnanifo moti vo de dobrado nmor. ele cari11ho doh rado. Sur,rrstlcio3:1, sr aliirurava f1 sua ima!.!ina~·iio quP ~ó a Alia, só á Fua prcdpi tada rnalcl içào cahia n culpa, J. 8APTISTA COELHO (J oüo P hocn) a tremenda, a immensa culpa da desgraça daqnelle innqcente. E se (ª fa lta, o crime da filha lhe retalhara duramente o coração a– man tissimo, a infelicidade do neto m•~ilo mai~o lanceava, muito mais o fazia pun1?1r, sangrar. Dedicou-se, Antão, contrlctamen te, J l'ervorosnmAnte, como quem se pe- . nitencia, ú creação do aleijado; que- ria paga r em desvelos Acuidados, queria re~gatar com mimos e cari– cia• todo o grande mal que causara ao desamparado. ... Na p!a o peq ueno rer.eheu o nome de Laurinda. No terno, hondoso cornçfw da nvi't jà eile or.cnpava o lugar que JIArlen– cAra n Laurinda, da m'osma fórma por que occupava' o velho e carun– choso berço em que, numa época distantP e s1iudos?., ella adormecPra ta11ta vez. a sorrir, emba lada pelas ca ntigas da tia Lu1.ia. Os cinco primeiros annns ria vida do Lauri ndo fo ram uma 1ur.ta conti– nuu, incossan tr , sem trP(! uas, r nlrn a misr.ra velhinha. j{1 de JlÓS p:irJ, a cóva. fraca, ahatirla. Jlauperrima. e a morte, neg ra. tlll'ri vel. insistenlP. que lhe re,,uAstava o neto e o que– ria a todn o transe. V11ncP.11. 11orém. a dedicação; o amor ela a,·ó triumphon. A r riança, que Pra agora a rnzão 1111ica ela sun existenci:i, a cri:inça. qnn a fazia trrmor á ide:i de morrer, deixando-a desamparada, a crianca ving-011 P, vagarosamente. foi Cl'es– CAndo. nava. porém. pn113 vnl- a ao l_ado dr mr nin os dn sna idndP. And:i,·:i a mui to custo, firmada, cnr varl:i sohrn a p11r11a sli. arrn• tan• <lo n outra como um fran!!alho; fal– ln va ponro P mal ; o olhar !:trahico onfe:avn-ihc ainda mais a cara oqcu– ra, 'ln:1si nPgra, dAft>ii:õ~s rudes r f.!TO•~riras. No Pntao to. o Lanrinrlo era de umn viv1<za. do uma astucia :idmi– ravoiq; o aprophiamr nto phisico tron,era essa compensaçãn. Era vivo. E'SJlí'l'to, cnmo não CM· tumam sE>r os fi lho!: da11uelia uoa e si mples gente da praia. Mas es~a urgur.ia, essa como que iulelligencia, não era humana. pa– rAcia mais de uma férazi nha, só Sl' manifP.stova pelo ma l. só se expnu– dia, só sP cornp rnzia nn porvc,sida– df : o 11leijarlo. qur. inspirava cló e cumJlaj>.ào, rra múo. O sfiu maior 111·01.Ar Pra d1istruir. l'a~sa ro~. hich11,, peix,is, lodo o ~er vivo, mais fr11co do que oll n, 11110 1 lw ca h ili n:is mf10~ crueis, soffria ll•rtn ras harharas. reroZl!S. SA um menino qualquer linha um brinquAdo. o Laurinda não descan– sava, não ti nha socego, emquauto o não via quelwado, Isso va leu-lhe a anti1,athia dns ou– . lros todos, a ponto do se dizer que ellAtinh:1 múo ol hado. Assim, à propo1·ção que ia vivendo, diminuía o numPr o, peq11Anissi010 Ji1, rtes que Jlle votavam ll penas ia– !lifferença. Alfoiçiio. nmizadP, ninguem lhe linl:a, a não ser a avó, A tia Luzia mrsmo, supporlavn-o, por interesse: el la dava-lhe tudo, elle então pagava 11i10 o incluindo no p11mrro dns quAdelnstova 001um quantas pessoas conhecia - homon~. mulhr.res ou cria nças. Mus o srn rancor linha de IIUJ?· m1111tar 11 111 <lia. linho d11 ass umir as propori:õos rir vnrdadeiro. implo,~o– vol odio por toda nq1wlla geotA. i;:ssP. dia r he:zon. qn nndo conrnça– rnm a 11õr-lhe 11lc1111lrn•: Cambcta, Manquilola. Picégn, Pé- Pé. De todos. porém. foi a primeira a q11P 11<>an11 : ninaurm llw chamava mais Lnnrinrlo. Ar :H,óCambe/a p'ra• qu i, Cambeta p'ra lá. Essa alcn nha cheia de ridlculo. chPia dP drs prPzo. quem 111·0 põ; foi o J11linho, um do sou pc,rte, lllhc doi uma viuva, a ~laria José. E n Lnnrindn, flll " já invejava IH outro a for('n. o vliror, a i:audE'. 1 hA IIAza, trvl'l d'ahi em di:tnte mai! um motl1·0 do rai va contra elie. Não havi a praiia que llre não ro gassr, quando, :10 passJ r, l~oice1111do o Julinho ·Jh,i gritava, galhofeiro ironico: G~AN_D~ FABRICAS;VICENT~ M. Sa,~~,~ 1";.. ~,.~;:>bato 11:ts aía1naol.1s c·nmpolac; dr frn r las pnraenses 'l1!h ·plwuc, J:.Hl.7 U;», HUA P :\ES DE C.\ l l\'ALIIO j 9 . Tt~luplw111•, t:l'a i

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0