A Semana: Revista Ilustrada - 1921, v4, n.147, janeiro

Cartas )l!inlta f.:irmosa ami;i.1. - Esquecendo ns lioras de tri$tt·za, olvidando a dor que pun• o-e a niao-ua que a lancr-ia, a a<ioni:1 que :or- b , ~ ... . , tura, ao cheg 1r Mon!n, o d~ 1-, _<las ale_g rias ,. intensas, o monarcha da pdh . ria, o re i fa r– '. cista doublé de truão, a human idade se. lança no re1,10inhn ela loucura , esquecendo o pre– concc->ito soci:d pois qué, sol) a masca ra de · pape lão ou de_:;di111_. _ao · 1 u-ido <l• >S g111ZO'> tdlll– tantes e ao g:dr<·io das vozf'S e;11 falsete, todos sflu eguaes, cu ltuan'.-I<> o PrazPr. · N::is sabs dr, bailes, sôb o ill)l)ldso das 1?u– s icas alt>gres,colll o prrn– cipe clwc:1-se o palh:1- _ço, n.:,s braços de P~li– cli ine llo pe n<l ura-!:;e Cu lombina t' :1 rainli:1 de s•. bbá 1,ãu St' desci- ura e 111 dançar c.i lll i\ rl<· - qu11n. _ Qu:1nt:1 s trist,·z :s, po- rem vão minando a ;,l– . nia dos que são <-1s n1.1is ·ake•·es nP.sses dias de chi;t,· e os 111a is tristes ·qu ,md1> o Ca rn avc.11 é findo ? Em 111inh ',1 l111a , g raci- & • ..o lf{~. domínios elo entrudo e qu e Raymundo Cot'· rê:i, o poe ta philosopho e iida lgo, pintou nos versos de ouro d0 (<Mal sec reto •, rematando o precioso soneto com essec:; tres versos qu e são un,a ag~.a forte: «Quanta gen1 e q~P. ri, talvez existe_, cuja ventura un1ca consiste em parecer aos outros ve nturosa !,, Esses, sim, minha bôa amiga, são <JS mas– carados _da vida. Pudesse vossê penetr ar- lht's a a lma com a lante rna de Dio?;enes, contem– ! pla ri~ co,11 assombro que muita felicidade é mentirosa como o bri– lho das lantejPula~ que, C{>m n-verberos linc!os, arremedam os diaman– tes custosos. Se possível me io!:.se, nos bailes e ria::; · ru as, verificar a ' identidade dos mascara.dos, talvez tivesse assim a qu.:idra da F l)iia attracti vos para mim, que estuda ria, ües– ta mane ira, estado:: d'al– má, vendo rios homens o que e lles rea lmente são. Repare n:1s vilrines e c0 rdas das casas que ·. endem masca .-as, por esta ép·. ca, e. t~lntem– ple-as, estucbndo-:-is: - algum:1', r i.em , · outras 'os·1 a 111 ia-a já Momo não de~pe rt:7 ,j~,ces con tt'n– taJ11 entos, po rque ne_ll.1 já não .~xiste 111 ~<kg r1a_s ct dor 1111 r. Dema is, po1- que he i de e ~1feitar 111i– nha alma de risos, quan- n ,11. r\111111 /Jirrs da Si/110. cirurr,i<i-,frnlisla: r c- ca rete iam e ,üncla outras Ct'll,1'111('11/t• ,tlipln111111/r1 prla Frrc11/darfr til' ,\frdi- ha que choram. Os que ci11a ele S />1'111/rt e filha do corn11c/ /,11iz /Jias da são fe lizes, e nf10 o pa• Si/1111. c1,m1111•rcia11/e 11est11 J>J'11ç,1 recem, e~colhem as pci- do o deus Ja Pilhe ria é v; nd0, se pe renne, ele mo é o c:-i rnava I da vida ? . Nãu, minha amiga, o verdade iro ca rnaval não é este e n~ qu<', · encóbe_rto o rosto co1_n U lll tr:1po de pape lão ou_se t1111 l'S serf'_s rli– zem o que St" ntPm, ;ib rindo ?s t'~~arr111hos d ',ilm:1 . .. o ca rnaval é a v ida, fr,ra cios cJ~m in ios de Mnmo quand_o _o. homem enco– br~ 11 u 111 ri,;u a ~lur e_ as v1_c1ss1tud_es que l_he ,rniarga111 ~ ex1ste ncia . S im, a _v<" r?ade1ra (poca da fa rçc1 e aq uelb que esta fora dos . . me irns; os que encaram a vicia com zomba ria prt'fe rem as segun.das, e <J-; qu e soflrem, 111 ~<, te imam, con~o aflir- 111:1111 us ve rs11s · do poeta, -.,e111 pa1:ece r ao_s outros ve11tur,1so5» 1 estP.s prvkre1 n as ult!– lll S qu_e ~;'.in o espe lho da pmp,ria a_l111 n, d1- Zt' ndo e a.; 111:iguas qut~ 0 c1 ,::ição an inha. S: para vn-;sê , po ré lll, 0 Carna_va l te m_ se– cluço ·s, n.in as pi:rc.a , minha a1111 gn . Fcl1zt!s dos q11e con 5,,a- u 1 , 111 encontrar n111a restea de a leg ri c1 ns pantitno d. 1 eú :,tencia. -f\ows. Mario :a:. Corréa,

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0