A Semana: Revista Ilustrada - 1921, v4, n.147, janeiro

Claurlio í.11,mão, o f1•slP.ja<lo au– .c loi· das «Exp,,1ti na• », l_ivro rli, ver– sus consagrado pl'los crilicos, " pP.IO p11hlico qrrn P.Xg11 llúra a l'dição, nüo lira 1 ·a os ol ho~ du v1!lho rt!logio da sala redaccional do al11dl•p1rn1Ji>11le•. O pontPiro me nor marcava as 9, ho– ra e111 que o poélJ j orna li., la de– _v.,ri ~ snr 1·r11dido 110 pla ntão dr.ssa 11oil1!. mas, o 111aior jú indicava quinz" 111i1111tos exced,•11lt>s, ~e111 qu t1 ª l'llarecPs~e II Alhu ,1u,•rqu e a qn,•111 cahia o rt1vrza111t>11lo. E1;[ava 11111 dia 1>st11pid11 t.!sS1• 31 d1! dPw111li ro. Cho– via dl'sde a 111adrn::a,ta. conro s,! o a11n11 azàrn11lo que n1111Tia, ao d,1~– l'" di r sa, quizess,, ai rnla, 111aldosa- 11tP-11lP, aguar as H~pHra 11~a:,; in~n– llUJ< COIII qu P. os iuf,·IÍZl'S, e :,lê nrl'Slllo os di lo•n~. ~Ó•·111 n1c11h"r o i,ri111Pirn dia dt! jan~irn. O abo rrn– •·i1111rn lo d1• Cluu1fio a11g111011t:1va. l'nz o 1:11IJ.tr i11h o, e11rolo11 11,•gli;:,·11- l• 1111•11!1• a :: ravala 1! , 1:otia111Jo II i:a- 1,,1111, Hlllrn 11 a 11iedir, ""' p:tssa,la~ l:org3,, 11 espac;o.J q11" as mi,zas rfo i– xa vam livre. Abriu uma da~ jaucllas. O aguaceiro ,ihra ndára. tqrnnas um c huvisco quasi i111 perc11 pli vel te ima– va. Nestes comeuos surg iu á parla n Alhuqut>rq ue, deseml.Jara1;a11do-se léslo da velha ·capa que o emhru- 11,ava, e ava11ça11-do sorTidenle, mão estendida ao collega. - Gusmão, ,.. me desculpe. De– morei-me a comf)l'ar uns «lroçoso para a ·d ruia» de a rnauhã. - Não hn duvida, mru ,·r lho e fo lgo 11tre li v11sses corn que. Qua,;lo a mim , em nada h1•i de 1110lhorar o almoço de a11 110-11ovo, e, o r1ue mais me prPoccupa, não arranjei algu us rni l réis para adquirir os doeus que ta11 tn 1110 pediu 111i11 ha lilha. Ju~ta– mente nlla compl eta hoje o~ ci nco a nuos e não do rme a inda, decerto, a 1-'Sp!lra q ue P. u c lrt•gue coui o pn1- s1-rnle, -A lr ! 1·0ll"/!:l, so " li arli1·i11 hassP. l" ri:t n •s.. na do a lgu111u cuu., a para ,-,n 1,r.-star-t" de brim -grado. ,\las, p11rqu11 nfto le11tas 11 111 «vale» com o gere nlll? ·- T,·rrle i. 'J'upeie-o po··rm P.111 mà irora; rP.~ JHJJrd,·u-me azeda 111 e11te que ~ó 11 11 did 3. - ()ra vê lú como sr, escnwe a lristoriH; fa lava-si, 'JUC o l•·U livro µrodu i,i ria Jll'CU ll ia . .. - Etrecli\'am..rrlfl. Doi• terços 11:rra o edit11r e Ulll 1 ara ll!Ílll, <'Sltl 1:01:sumillu logo PIII rou pas para casa e paga uw11L11 a crPdores im11la– ca veis. Ne rn sequer ohli\'O um ra to novo. E' o que lucrau,os nós, qttP. vivemos a r xpr11mn o Ct>rehro, gas– ta 11do-11os, 111a la n,io-11os, com o es– tonr:igo mal tra tado P. o co_rpo_ a ~11, pirar urn agazal ho bom. Errnr .ª ,•ida , meu caro. Arrles 111e encarrt>1- A SEJl[ANA B~BR66 (7Y>'i2) -ras~e 1111111a lalrn rna. Sr.ria agora u,n · 11,ercéniro apatacado. Ex:stencia re- 111a11sa1la, hôa m1!za, din hniro 110 co fre e a perspecliva ,Jt, uma \' l!llri– cn tra uq uilla ... -Paciencia, amigo. Todavia. es– cuta.. Os tP. US ares dt1 urso al'ugen– lam amizades preciosas. E's um lauto soberbo. Nunca rledicasle um livre, d1 VP rso~ ao teu se 11horin. 1111111 1110::iastn numa chrouica a ho11r:idP:r. do lllll alíaia[P.. -Crl'io qu P. 11r.m assim os a111a 11- sari;1, E, demais, nüo pro~litui rn i a 111i11lra n111sa. acachapa111Jo-a dt!anln tios uullos, só11w11 le porque lhes fu i prop icio o dP. us-rnilhün. - Modos de \'UI'. 1~11 sou •nais pralico. 1~• por bsn_ q ue, ri:'io t~ntln' o l1rn lalmrln, :is cursas nrn snrr11,111. Olha. Amanhü é o auniversHio ilo h,,11radissi111 u SPllllor .Jo.iquirn Ma- • chado'da Cosia p,,c11~ 11Airn. Não co- 11l1t!C•·; 11f1t1 é vor1la tle '? P11is 11.. 111. • Vo n r,;tligi r uma nolicia rP.l°i1nrnle ao ualalicio tio «cuj ne . Vr. 1-o-~s Lr:011síorrnado t! III «nosso · dislinclo a r11i:w. co11c,•il11a1fn hn1111"11 tl n 11e– go1:ius, <pw tudo~ pnr 1 .am 111•la sua provP.rlrial li-ura», l'lc, '.'te. S0111 ,_ua i:<so Ludo, 11 11 111,·u aclrvo : VJrros al moço$ dP. prim ,•ira ord"m., !l a fu– ros o :: raci11~am1•11t·! alli-11d1d11s d<! qua ndo em v1iz. lla 111n1_,·11 J_JOr i,x– Plfl JI IO, pa ra l)S PX[rao1 tl11.1arros •pi A pr,•ci-ava, valnu-mn um d,!s•es «amigo ».cujas rara , virludt's celu– lrr,·i 11a lt!llra n •d, 111da ... · - i-:stir bom..Já l'S•J1J P1:ia qun )lari rwllt! 1110 :rµ11artla. '1'11 11,ir11 i111aµ i11as 1p1a11lo ,·u :<offro. _Nflo 1~, pa,•; 11fl11 JIOU•'S a v:r liar a rn 111ha s1- tu a1;à11. N:iu s,•i n qu,: diz1•r an cnra– çúnsirrho q11 eri1fo qun vou ll!:!sgo~lar. A d1u~. - llóas f-.11 traff as. - 0 111 igado. Se111pre as l" rás mais aµrn11av•· i:--. J~ Claudio, abri111l0 o guanla-chu– vo <1,•sc1rn apnissada me nle. Na rua, lr.~1hra1HIO O i11 110Ci' lllfl d11s11jo da fil h/1, q u,1 não satisfa ria, domorou o pa~su. encan1 i11lra11do•se rn,1J,1nco– lica111enle para ca~a. T:io a lJ,orvido ia q ue não d11sviava as y és . <las po– t;as do calça111011t11, e Ja t111h a as 11wias e11snpadas, gracas aos r11r11bos . do sapato. Uma raiva iud.,fi11i1fa co ntra Ludo e torlos o to111ava. ta \'êr chorar II sr.11 a11jinho Oh ! Jus– tiça l Pala vra óca. se11li111ento des– pn,zatlo p,•lo destino, que n:1 vida rli slri li úA, sem ol ha r a 111er1 l11s, o fav o de 11ml 'l 11 11s, a cicuta \'t' II PIIO· ,a a outros. E di, chofre, SAlll salrE\r como, achou-sti rfofro11 te da aPa l– rneira n, d1!1'ro11Lando as montras il– lu111 i11adas onde Sll oslt-inluvam, des– a fia ndo a gula dos trauseu nles p~•- ramides e normes de fl uos cteices, dos mais va riegados feilios. O ('oéla parou, collando o rosto ú vid raça, co111 e. ma l1H1taç:io dP. arre· br utal-a, arrehata11do o 1 uApudesse das gu loseimas expostas. Inslincli· vnmenle revistou os hulsos. Nada. Nem um loslão. Soavam lhe 110s ou· .vidns as palavras ria filhi11ha : - Pa pan, SAmio trouxe res os do· ces. lico zan~ada coruligo. . E os d11cr.s lá estavam, scinlilla nclo ú caricia pe luz, insultando o seu des· espero. Suhita111e11 lr., t11da aqu P.lla monlauha ap pelilosa desa pµa rt>cia j 111 urlava-sn 11 t1111 rosto innn;,uso, p.s· pa11loso, dia ln lico, riudu lu11gn 111P11' l t', nscarniuha111P1;lc, ao v,tl-o i111 110· te11 t... 111isc1Til''º· Claudio esl.J ui:a· lh~va os olhos. ra ugia os d,rn tes. Nnsta al luciuat;ün, não rn parou 110 aul<•mov,!I qn ,i estacava ú porta da conl',dla ria. o .. ulrn, u111vi,lho obeso, enca~ac:ido, dava a direita a uma SP.1tlroril11 nuvolta numa lu xuosa pelliçu. Co1;hr.c1!Dtfo o passag,•iru - nada mais narla 111,•nns IJII E\ •' J,1 nou· v,i:111 ricl1.,•• llrndnróilrs (llreclerod1!S & Gomr.s - casa i111portadora) - qu1i o chamava, tlt•hruçado 1111111a das purli11h ulas rio VP. hk nl o. o 111arça110 ar.c11 rrr.u, 111,!surn i•·o, i11ditforc 11t11 ao 111i111 ll!III JIO. -· Ma111Ja v. AX .? - Qu11 rrãn P.s,1110ça o holo inglez P. os "Ct'll ll't1S" 'I"" encu111 n11111lt•i para :1111a 11 hã. r,; turln dn 111,•lhnr, hPiu? 'f',~ 11ho convid Jdos ele catei:o· ria. - Vã d11sra11ça1fo v. ex. Tudo irá L,•r ú 1'.a~a ,ln \ · nx. O chau tr,•nr e111fi rl'ilava alµo 11a fr,•uln dr cnrro. Fni q11n111f11 a sl' 11hn– rila l'l'.J1aro11 11<1 p.iéla, i1111111>VP.I, com os 111od,1s 1fti um lr ypuot isarlu. Puxo11 o hraço rio Vt!lh tJ, q11 P. acce111fia um r haruln. l'ap,1P., aq u,•11 ,i é qu,i é o Clall' dio G11smii11. · -- ,\ qucl:e, que,11 ? , - All i, o que está on,ando os do· ceq • •• Brederórlt>s voltou-se. Pxaminon o homem da ca hPça aos J és, e~IJo• .çou um gesto dti dP.saPJHovação A P.Xpelliu uma espessa I.Jafo, ada de rumo. - Hum ! E' o tal esc ri vinhador c ujo livrocorn praslAnoul ro dia. Pa· rr.ce um pall'la. Olha p'r'os docP.s como quem nunca viu assucar. Orn a criancinha ! F. quP. typo ! Cha11éo sujo, casaco v11 lho, hotas acalc_anh~· <las. Na tu ra lmel! te e$condo o d111he1· ro anna riado com a~ as11eira~ que n~cn~v7i, , ó pelo :?Oslo cio a11d:1 r por· cn Ne11hu1·1 µrazer tonho em no· nli°P-cer sem ~lha11.le t'.l~sse ~~-_gPnte. -. S1rn1prn é um sujP.ilo 'Ili_'-' uao v~-1~ mais Jtl dois ou tres tostno~, o11 Ir Pz

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