A Semana: Revista Ilustrada - 1921, v4, n.146, janeiro

Qpando CJ!(omo vo/ia. . Bclla e g raciosa, move ndo com viv,ic i– dade o peque no leque de sêda e gaze , r•:1 qu e s e descnh~ya um c 1sal de e namo rados p e rmutando _be_JJOS s obre o . fund o de uma paisagf:m luxuria nte , e ncon t re i ha dias nunia loja de fe rrage ns, a fo rmosa mademoisel- 1~ N., que é u•u d os ornamentos fid aJgos · do nosso mundo chie. Ao vêl-a sob o ves– tua rio e legante e fi– níssimo d e um mar– ron desmaiado, que lhe e mpresta va a p pa– re nc ias de li be llula , ti ve a impressão de que a formosa s enho– rita no ivara e que na– q uelle mome nto esco– lbia o bjectos e uten– s ílios para a cons truc– ção d o me11age. Entre ta nto, u 111a du– v ida assa lta va rne u es– pirito , segreda ndo- 11 ,e a razão que ,ta lvez, não fosSP. a que lle o ve r– d adeiro motivo qu t; le •;a ra 11Lademoistlte á– que lle loga r, acompa– nhada da e ncantado ra irmã . • Ins ufl ado por uma curiosidade verdade i– ramente fe nrin ina , e u o lhava ele sos ld io para 111aclemoiselle 1 qua ndo a vi recolh e r a mã o do inte rio r. dess3, pa:·a mim, my ste riosa caixa. - Guisas ! murmure i co•n admiração, pa ra commigo mesmo. Si 1 11, c:ram guisa s , gu isos resoantes, d e va rios timbres, que tilintava m festi vos, sa– cudidos por mãos de a rminho e rosa, es– palhando pelo a mbi– e nte da loja um tom alac re proprio dos bailes de masca ras. O caixeiro, um ra– paz lou ro, conhecendo o 5cgreclo da pro fis – sã o, E'ncareLia a me r– cado r ia , a p rego~nclo a s suas e xcelle ncias. Jl!Iade111aiselle, po– ré m, num doce sor– r is o, que lhe arrega– ça va as pe ta las dos labios. pondo a des– cobe1 to as duas es– p le ncl icla s fie iras de cie ntes, dois colla res de preci::iso jasp~, re– cabtra va. Sim, os guisos não e ram cios me lhores , hav ia alguns qu e nem mesmo resoavam, e Pila desejavc-os faze n– do ruido, '1ttrahindo a a ttençüo. D esfn: ctancío ho ra s de folga, num do/ce far nienie, de ixe i-me ficn r na ioja, pe rs e– g uido pPla c r,rios ida · ·de , a dmirando as mil cousa s que se es pa– l11ava 111 pe las vetr i11es e po r va rios trechos Tl1eocloro S odré (:Dorin ho) O ra paz propoz s e a faze r. junta mente cc111 a fo rmosa e le– gante , a escolha dos me lhores, d 'c1 que !les que mais a ag raáas · d a cas.i , volve nd o dP vez e mciuando um o lh a r s urra te iro á s educto ra patrícia. ~o líc ito, o ca ixe iro, com qu e m ella fala – va qu as i t>lll s urdin a, voltou sobraçando u mn g rande ca ixa, que pousou no ba lcão, desven– dando o con te úd0 aos o lhos da elegan te e fn ~gueza. !'e m. E elb , Psve lta e in5inu an• e, com a gar– rid ice qL;e lhe é peculia r, desca lçando a lu va lançou- sl: á inte ressa nte ta re fa de sepa rar o j0 io ci o tri o-o escolhend o os o-u isos s onantes . • h ' ,.P 'jj E u por dentro sorria . Sim, aqui o e ra o p renuncio da febre da 1-:>ucura qu e se appro– x ima. E' semp re assim qua.ndo Momo vo lta.

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