Boletim Oficial de Instru. de OUT a DEZ de 1907
BOLETIM 485 p1raçiio dos povos, na sua eterna marcha prog ressiva e célere, atrave;-. do tempo e atravez do espaço. Durante esses saudosos dias de um lustro, que j,í li se foram, voando, anebatados, nas 11.zas ve1tig invsas elo tempo, niio houve um só momento, em que o nosso sonho luminoso se desvanecesse, como se dissipam as nevoas do sol ; nfto houve um so instan te. em que a nossa crença· emigrasse e o nos5o ardor fenecesse. Saturava– nos 11. tentação elo ideal que buscavamos, firmes e resolutos, como as plantas bnscam a luz, como as plantas querem os cimos e os irlamitas a Kaba sagrada, ape;-.ar elas agruras e accicfon tcs cio ca– minho. Obecec.1va-nos o espírito a clôce e fug·itiva ill usfto que hoje creou a lnm e se corpor ificou com estn solemniclacle, e ahi está a cantar e a florir nos nossos labios e a bailar nos nossos olhos, deante ela serena argucia l1enc volente cios mestres e sob o pallio bemdito do vosso carinho amig·o. IIoje, ._'t semelhança el e 01itr'ora, pereg-rinos tambem ele 1101a cru;-.aela santa, nós entramos aqui, como n'um templo aug·usto, em que se celebrasse, com as aureas pompas dos ritos, o culto solemne e magestoso de T hemis. E deixando lá fóra, no tumulto profano clns ruas, a poe ira subtil que nos doirava as sandalias, 11.bafando o pir.ar no velluclo macio das alcatifas e com a reverencia submissa dos iniciados, e is-nos aqui para a ceremon ia sublime, nós que vie– mos da noite ele insciencia para a penumbra ela iniqiação, que é a transição para a Lu:.::. Vimos tle um passado ventu roso, de uma p lrnse em que a vicia é essa estancia incomparavel, povoadas de alegrias ineffiweis e de miragens bemdi tas, maravi lh osa plaga dos son hos triumphaes, em que anelámos a correr, atntz ele uma c himera, para archi tectar as nossas ,· isões doiradas de amanhft; e vamos, iniciados ele agora, indec isos e con hlsos, penetrar n'essa intrincada e luminosa brenha, que é a realidade brusca das cousas e qne agora começamos a ver nos seus detalhes e aspectos. Aqui, n 'este pendor ela montanha que g alg·úmos, as t intas siio outras; á nossa' retina impressionam aspectos e perspectivas que só resumbram severida de. A doçura sem par d'aquella phase saudosa, a.s suas alegres es– t.ancias; as illusões, os son hos e os devaneios de outr'ora, já hoj e começar[io a mig rar, para nilo mais voltar. i\fas, que importará, tudo isso, se levamos, gravada. indelevcl– mPnte no espírito, a imagem so~1wana ela Justiça immutavel ? Como receiar, no fu turo, l1esitaçõcs ou dasan imo, vacillações ou renuncias, no mais aceso elas luctns a ferir, se o nosso espírito vem de se acendrar no crysol dos pr incipios e elas noTmas que constituem o fu ndamento inabalaYel da ex.istencia hu•nana e da ordem colle– c tiva? Por ventura, nilo v imos nós de conhecer uma sciencia vasta. e
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