Boletim Oficial de Instru. de OUT a DEZ de 1907
OFFICIAL 499 Effectuou- se então a solemn1dade ela collação, recebendo s ucces– sivamen tc aqucllcs joYcns a investidura elo g r au . com a s formalida– d es d<' est~·lo, por entre ruidosas sah·as de palmas. D epois occupou a tribuna o sr. Altino d e Brito P ontes, que, re– presentando a turma de seus collegas, le u o seguinte discurso, fr;rn– camcnte applaudido pela a ssistencia: Srs . r epresentantes dos illmos. srs . d r. · governador elo Estado e senador in tendente ele Belem-Mestres-:V[eus senhores e minhas senhoras-Collegas-::s; fLO sei em que termos de\'a agradecer-vos a magnificente honraria com que a vossa bondade, entre tantos d e vós melhormente apparelhados, !obrigou a minha apagada pers onalida– de para reprcsentar-\·os n·esta solemnidade. Qualquer um cl'cntrc tantos outros que n~to cu, desempenharia certamente mais à feição do vosso gosto e d~, vossa espectativa a missão importan te de que me incumbiste, n'um momento d e exces– siva g eneros idade-. D eante das innumer as difficuldades que tive de vencer, quasi insuperaveis ao mi nguado cabedal intellectual d e que disponho-pa– r a de a lgum modo j ustificar a vossa c·scolha, muitas v ezes tive im– pctos d e declinar da immerecida distincção que me conferiste e, ain– da agora, n'esta tribuna , peza-me o escrupulo de não tel-o feito. Perdoae, pois, collegas, p ro longando até est a cP.remonia inicial a palavra sem brilho, mas sincer a, do vosso orador apoucado. :\-Ieus collega s, d epois dos trabalhos do immortal Pasteur-um elos maiores bemfeitores da humanidade-ficou cabalmente d emons– trada a influencia male.fica, na genesse d e cc1·tas molestias, exercida por pequenos animaes e vegetaes,-ser es infinitame nte d iminutos, obser vaveis ao microscopio, e aos quaes a sciencia chama ele microbios. Esses séres , existindo por toda a parte, no meio ambiente , nos obj ectos e utcnsilios de que nos servimos, são os productores de g r aves perturbações na nossa eco nomia- per tubações entre as q uaes avultam a turbeculosc, a syphilis, a fopm, etc. O conh ecime nto d'este facto--que constitue a t heoria micr o– b iana - oper ou uma verdad eira revolu~·ão na medicina, a largando– lhe os horizontes e tran sformando-lhe inteiramente os velhos pro– cessos rotineiros d e investigaç/io. D 'ahi esse immenso 1- rog resso q ue se nota na a1·te de curar. A cirurg ia, sob o in0uxo das s ua s idt:as, adquir iu tambem um impulso extraor dinario, pod endo hoje- o pratico fazei·, quasi sem perigo, a s maiores e mais audazes interve nções, desde que, observa ndo todas as regras da theoria microbia na, todos os cu i– d ados de limpeza sejam p erfeitamente, religiosamente executados . E essa revolução p rol.luzida pe las idéas do genial Past eur, orientando as sciencias. pant outros horizontes, foi tão radical, tão immenso, especialmente na cirurgia, que todas as doutrin as do passado ruiram por terra: sobre essas ruinas seculares velhas theo– rias estagnadas em cujas extratificações os preconceitos caducos imperavam, ergue-se actua lmente indestructive l, o ed ificio cm que sr', têm entrada os factos comprovados e as soluções praticas, ca– pazes de concorrer em para o supremo ideal «do homem perfeito na sociedade perfeita ,, como annunciou Spencer.
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