Boletim Oficial de Instru. de OUT a DEZ de 1907

BOLETIM 493 os inclinava pa.rn o nbsu.rdo, domina.do pelos preconceitos de cas– ta ou ele seita, con funcliram-n'o ou fing iram qu e o con fundiram com as visões doe ntias ela imagina.ção, com os son hos em breve dissipa– dos pe los p rimeiros cla rões do dia. E, en tretanto, o ideal ven ceu, o ideal pai ra nas regiões supe– riores, nobre, impoliuto, e até certo ponto accessivel. Quasi synonimo de perfe içito, aCI me'smo tempo r esultado e fac– tor cio prog resso, precioso amalg ama ele c,renças, de actos heroicos, ele tradições pa trias, ele pensamentos ele va.cios, ele maravilhas ele a.r– te, de mani festações ela. moral, Jcg·aclo das g erações passndas ainda enriquecido pelas conquistas cio preseute, revela incessantemen te aos espíritos _cultos, aos corações nobres, aos olhares puros, algum dc,s t raços componen tes ela sua belleza integral e sem par. E' elle, o Deus invisível e presente, que cl,í. a son()riclacle ao verbo dos poétas, tinge de ce lestes côres a 1rnlheta cios pintores, g uia o cinzel creacl()r ; e, Protéo ela nctiviclade incansnvel, t ransfor– ma. o ind ividuo em cidadão, o patrio ta em he róe, o erente em san– to e em ma rtyr. Mas, a exaltaçi o do homem não se opéra sem o esfor ço. A p reparacílo intellectual e moral, o desej o em demanda das alturas, o trabalho ntu rado, ·a longa 1iacie11cia ele que fala Buffon, são as a zas que o sublimam os paramos do ideal. H C1j e a.inda como na éra fabulosa, P rometh éo, p ara app render c.s m·te.ç in1wmeras, deve remOTita r-se ao céo e roubar a fa isca ar– dente. T al comme ttimento pareceria superior ás forc;as humanas se, n:i a n tig·uidadc, um povo pequeno e sublime não o ti vesse tentado, como o T itan , como elle sahinclo Yencedor da lucta. Atravez de mil a nnos de bistÕria, a Grecia, subd ividida em Estados independentes, a rrastada. na. di vindade da.s rac;as que a, con– quistam, germens de dissoluções e ameaças ele ruínas, devorada p e– las dissensões intestinaes, ata..:ada por todas as forças ela Asia, creou e, mais ciosamente ainda que o fogo sagrado nos alta res ele Pal– ias, conservou o cul to do ideal. Complicando de anthropomorpb ismo o monotb eismo prO\' avel dos Pe]a o-ios autocbtones, alg uns milha res de Hellenios, de Dowis, que mist~ra ram o sang·ue com o dos primi tivos h abitantes, cobri– ram ele templos mag·ni ficos o solo da patria. Phrobo era adorado em Delpbos; P oseidon em Calauria, Herà e m Samos, Gens em Dodone, Athenaia em Atbenas.. E statuas ele oiro, de ma rfim e ele rnarmore brilhavam na pe– numbra elos san tu a rios povoados de sacerdo tes. en tre g rinaldas odo– rosas e victimas exang·ues. O ideal reli~ioso penetrou todas as ca manas ela nação, impe– rou n as le is, regulou os costumes, presidiLt a todos os actos impor– tantes ela v ida, chegou a ser, n a realidade, o unico poder reconhe. cido pela plebe turbulenta e pelos pa.tricios altaneiros.

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0