Boletim Oficial Instrução Pública de JAN a MAR de 1907
1 232 BOLETIM grau de civilizac;ilo, das relaçõe:; mnteriaes e elas vicissitude:; d'esse povo. A ve rclaclc d'essc c'Jnceito se nos apresentará limpicla e 111- concussn, se fizermos inciqir o principio, euuucindo por esse gi– gante d.o pensamen to jíu·idico contemporaneo, sobre a formac;ào dl\ legislação patria. Não queremos fazer aqui a evolução historica, nem traçar a condiçf10 jurídica do nosso meio. Não está nos limites el'csta lmmilde orac;:10. Queremos antes acccntuar, queremos sobretudo deixar paten– te aos olhos do paiz~ que essa instituic;il o ele cujo seio cmerg·imos e onde fômos haurir os ensinamentos que no, hiw de conduzir e g uiar pela vid[L publica, nasceu ele uma necessidade ela civiliza– çüo e é o resultado inuneeliato do movimento rle cultura e de p"i·og rcsso que agita a Amazonia e que faz de Belém o centro convergente el'onele ha cio irradiar a luz ela g;rnneleza ·elo norte elo Brazil. N:io perlnstrarernos a nossa historia politico- soeial, nem rebns– l'aremos as fon tes da org·anisac:ão da nossa sociedade. P assaremos ,la embryogenia, n'uma synthese muito geral, como j:í. palliclamen- 1e fizemos, a esta phase onrle :, iniciativa Yirnz do homem encon– tra na exhubernncia da natnre¼a a font e inexg·otta,· el ela riqueza. A situação g·eographica, a posiçílo excepcional que nos deu o destino 11 'este recanto abenr;oado cio mundo, o banho fecundo de !tt¼ que 1103 vem elas manliüs claras, a extensfw te rritorial que pode 11brigar uurn civilisaçilo inteira, ~ opulencia fecunda elas .nos– sas florestas habitadas por uma fauna variaclissima e multirorme, o rumorejai· cantante elas 11ossas cascatas, e sobretudo a pujança cl'este rio- mar, mystcrioso arcano, qne tem clesltunbrado os snbios e os investigadores, espalhando e insoHanclo seiva n 'esta re_,;-ião immensa, luctanclo com o oceano e fo¼endo-o recuar; tudo isto, dizemos, nos asseg·urn um Jogar distincto em nossa nacionaliclacle, quiçá no conceito uni versal dos po,·os. Agassi¼, o g-randc sabio qu~ nos sondou o )'Ulso bem dP per– to, que admirou d e vi.rn , penet rando nas nossas matt11s e cruzan– do os nossos rios, toda a g randeza ela nossa natureza, predissera que a Amazonia ia ser para o futuro um grande centro ele civi– lização, ia te r um papel proeminente na, historia elos povos. Não vingará o sceptismo actual elos que nos negam cnpaci– dade para nos constituirmos um povo forte e g rande. O homem ha ele dominar 11 nature¼a, aproveitando as forç.as uaturaes a bem da humanidade, 1iara a felicidade· d.os que v iverem por baixo d'estas latitudes. · Negam-nos capacidade e predizem o nosso anniquilameuto. N'este erro incorre Bukle, o celebre auctor da «Historia da Civilisação da Inglaterra», quando cli¼ que ca tendeucia da histo-
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