Santarém Album comemorativo do centenário de Santarém 1848 - 1948 Jorge Franco de Almeida, Dr. Eymar da Cunha Franco, Santino Sirotheau Correa

tas, que até coelhos e pombos lá se acham; os rios abun– dantes de peixe, até peixes-boi e tartarugas. E' paragem muito aprazível e tratou Sua Magestade El Rei Dom Pe– dro ver se de lá podia fazer Vila e Colégio da Companhia de Jesus". Estava lançada a pedra angular da colonziação da re– gião tapajônica, com a fundação dêsse pequeno núcleo. Com a chegada de mais jesuitas, foram fundados mais para dentro do Tapajós, o aldeiamento de São José do Matapús (atual povoado de Pinhél), em 1722, o aldeiamen– to de Santo Inácio (hoje Vila de Boim), em 1737. Nêsse mesmo ano foi fundado o aldeiamento de Borarí, que pos– teriormente recebeu a denominação de Altar do Chão. Francisco da Costa Falcão, proprietário de grandes terras no vale amazônico, obteve do então Governador da Província, capitão-general Antônio de Albuquerque Coe– lho de Carvalho, permissão para construir a suas expensas um forte que servisse de guardião do imenso curso d'água. O local escolhido para tal construção foi a confluência dos dois rios (Amazonas e Tapajós). Esse forte, cujas ruinas ainda hoje se vêm em Santarém, sómente foi concluído em 1697 e já por Manoel Mota Siqueira, parente de Falcão. No ano de 1749, o Mestre de Campo, José Miguel Ay– res, visitando-o, encontrou-o já em ruinas, tendo porisso providenciado a sua restauração e mandado reerguer os seus parapeitos de barro. Mais uma vez a ruína voltou a imperar na fortaleza do Tapajós e o governador Manoel Bernardo de Mélo Castro, em 1762, encarregou a Domingos Sambucetti, da sua reconstrução, sendo concluída na administração de Souza Coutinho, em 1803. O capitão engenheiro Luiz Antonio de Sousa Pitan– ga, em 1867 e, portanto, já no período monárquico de Pedro II, foi autorizado pelo Ministro da Guerra, a forti– ficar a construção da fortaleza, construindo-lhe muralhas de pedra e cal. Esse trabalho não foi concluído e as peças que vieram para defesa da região jamais foram monta– das, ficando atiradas na via pública, podendo ainda hoje serem vistas na rua Galdino Veloso (antiga rua das Pe- ças). Em 1872, finalmente, o velho forte foi mandado eva– cuar, uma vez que a sua ruina era completa, desabando já pela ladeira os canhões que lá estavam. Quando o capitã9-general Francisco de Mendonça Furtado, Governador da Capitania do Grão Pará, viaja– va para a Capitania do Rio Negro, passou pela Aldeia do Tapajós e deu-lhe o predicamento de Vila aos 14 de mar– ço de 1758. Mudou-lhe, no entretanto, o nome e ao envez do poético e quasi lendário nome de Tapajós, batisou-a com o nome de N. S. de Santarém, em homenagem ao lu- . gar de seu nascimento na velha Lusitania. Finalmente, em 24 de Outubro de 1848, foi Santarém elevada à categoria de cidade pela lei provincial n. 0 145, sendo Chefe da Càmara, nessa data, Joaquim Rodrigues dos Santos e Governador da Província o Brigadeiro Je– ronimo Francisco Coêlho. SITUAÇÃO GEOGRÁFICA O Município de Santarém fica encravado entre os municípios de Monte Alegre, Itaitúba, Prainha, Óbidos, Alenquer e J urutí. A cidade de Santarém, tem por coordenadas geográ– ficas: 2° 24' e 54" latitude sul e 11 ° 31' e 39" longitude W do meridiano do Rio de Janeiro, e 54º 39' lingitude N de Greenwich. Distante de Belém 708 quilômetros em linha reta, a séde municipal apresenta-se hoje com aspecto inteira– mente diverso dos tempos primitivos. Com uma popu– lação aproximadamente de 12 mil almas, é Santarém uma cidade futurosa e definitivamente alicercada no seio da nacionalidade. Altitude de 36 metros. , O Município tem uma área de 44. 083 quilômetros quadrados, apresentando topografia e configuração bas– tante variadas. O solo apresenta-se diverso e sua fertilidade varia naturalmente com essa topografia. Suas terras em gran– de parte cobertas de seculares e virgens florestas, conti– nuam a desafiar de maneira enigmatica a iniciativa e a

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