A Representação paraense e o problema da borracha: projetos, relatorios e pareceres

- 55 - 'l dade á borracha do Oriente, isto ? reconh_ecem to_dos os industriaes do genero e os tratadistas mais autorizados que do assumpto se t êm occupado. Ainda agora em 1920 no congresso das plantações coloniaes de França, o sr. 'M. V. Cayla demonstra, estudando a questão que a "hard fine brasileira" J\ãO poderá ser substituida em certos empregos, quando, se quer obter objectos de qua– lidade superior. Inquirindo as varias hypotheses a que se deva attribuir essa superioridade, elle considera duas: 1 ª, a idade das arvores de que se extrahe o latex, porquanto 1 na Amazonia o "cacoutchouc" só é extrahi– do de arvo'res antigas, em quanto que no Oriente as ar– vores são novas; 2ª, a fumigação ou coagulação d,o la– tex pela fumaça. Na Amazonia o "caoutchouc" é produ– zido pelo• latex, submettido- á queinia dos caroços do "inajá" e do "urucury", fructo de palmeiras nativas naquellas regiões, cuja fumaça contêm grande quanti– dade de creozoto e acido acetico, sendo este o coagula– dor por excellencia no fabrico do Oriente: mas o Sr. Cayla, que suggere aquella argumentação, fica, no em– tanto, em duvida sobre essas hypotheses. Ha, senho– res, uma questão que o Sr. Cayla, não aborda, mas de que fala no seu excellente trabalho o .Sr. Ripeau, que, em estudos em 1914 viajou a Amazonia, a Bolivia e o Peru', e depois Ceylão, Sumatra e Java, e verificou que a hevea do Oriente originada de nossa hevea branca, e não da nossa hevea negra que habita as regiões ama– zonienses mais centraes, é de qualidade inferior e j ul– ga o Sr. Ribeau, por observações proprias, no seu livro sobre os "Caoutchoucs Amazonienses Asiatiques" que a hevea negra, aquella que fornece ao mercado o me– lhor producto, isto é , o "hard fine brasileira" não po– derá viver nas regiões orientaes onde , se encontram as grandes plantações de seringueiras. . · A hevea negra tem o seu "habitat" nas regiões ama:. zonienses afastadas _ao mar, distantes dos ares salinos, porque, nota o Sr. Ripeau, nas florestas onde vive a he– vea negra não vive o coqueiro chamado da Bahia, que,

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