A Representação paraense e o problema da borracha: projetos, relatorios e pareceres
- 44 - nessas·duras lições, bebidas no pociodo de nossa vida de nação americana. Somos ainda hoje, é doloroso affir– mar, no campo economico, uma quasi semi-colonia das nações mais bem governadas do que nós temos sido. Es– tamos a- pagar tributo pesado ás nações capitalistas quando temos todos os elementos de que se formaram os capitaes dessas nações, nos velhos e no novo continente, pois temos já tido tempo bastante para independermos dos outros povos. Nossas riquezas naturaes são abun– dantes, n9ssa lavoura é rica e variada, nossas industrias se desenvolvem com energia, temos todos os climas, desde o clima onde nasce e medra o trigo, até aquelle onde vive cresce 1 e habita, elevada e frondosa, a hévea 11.egra preciosa. Temos o frio do sul e o sol ardente do equador. Temos a terra roxa privilegiada onde o café frondeia na belleza ~e sua )riqueza e de sua opulencia, · em S. Paulo e Minas Geraes e temos as campinas de Goyaz e Matto Grosso, onde aos milhares nasce o gado na relva forte e sadia; temos immensas jazidas de ferro, esparsas pela vasta superfici~ do paiz do mais rico hlôr metallico e, no emtanto, em massa, importamos ferro manufecturado; se alguma cousa nos falta é o braç<, que agora a Europa nos pede o recebamos em ondas huma– nas nesse exodo que a miseria e a desordem produzem nas conflagradas nações da Europa. Nossas economias . entretanto escapam-se para os paizes estrangeiros nessa voragem do equilibrio commercial no mercado das tro– cas, nessas differenças dos cambios que nos sugam ine– xoravelmente a vida e a energia. E' preciso, por esforços sup_remos, por política cau– telosa e previdente nos emancipemos das malhas de aço dessa rêde de tributos que nos tolhe os movimentos, dessas algemas que nos an·oxeam os pulsos -nos envene– nando a circulação sadia e forte, cuja resistencia as grandes vicissitudes por que temos passado dão provas exuberantes. Precisamos, senhores, de nossa liberdade plena. Para ttingir ao marco desta nobre aspiração na– cional, necessario é que o nosso espírito, que a política .-
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