Faculdade de Direito do Pará. Diretório Acadêmico de Direito. Pontos de introdução à Ciência do Direito. Belém: [s.n.], 1955. 355p.
Aristóteles afirmava o inverso : - o universal é uma mera abstração. Surge assim uma disputa que é conhecida como a "ques– tão dos universais". Na Idade Média a Escolástica faz surgir especulações sô– bre êsse problema. Dividiram-se os filósofos medievais em vários campos, destacando-s.e, no entanto, duas correntes : a dos "realistas" e a dos "nominalistas". Os" realistas" afirmavam a cxistencía. objetiv:1 tlu 1.mivc-:·– sal; para os "nominalistas" o universal era apenas um conceito verbal, sem realidade, mera abstração. Porém, é sómente na Idade Moderna que a "Teoria do Co– nhecimento" assume plena autonomia, surgindo as posições fi– losóficas fundamentais, que constituem o objetivo do segundo ponto, quando proceder-se-á à análise critica do problema do co– nhecimento. ~ considerado fundador da ''Teoria do Conhecimento" o filósofo inglês JOHN LOCKE, autor da obra "An essay con– cerning human understanding" (Ensaio sôbre o entendimento humano), aparecida em 1690, que aborda os problemas relati\. vos à origem, essência e certeza do conhecimento. LEIBNITZ, em 1765, com os ''Nouveux essais sur l'enten– dement humaine", visa refutar as conclusões a que chegou Locke. A seguir, fundamentados nas conclusões de Locke. -n,~,vos estudos surgem na Inglaterra, de autoria de GEORGE BERKE– LEY e DAVID HUME. Em 1781, aparece a monumental ''Crítica da Razão Pura", de KANT. Seguem-se os trabalhos de FICHTE, SCHELLING e HEGEL e a influência decisiva do neokantismo. - r - .... ~ 5 - A "Teoria do Conhecimento" é uma "explicação e interpretação filosófica do conhecimento". Seu objeto, portan– to, é o próprio Conhecim~nto, Humano. 'E êsse objeto, cujas ex– plicação e interpretação constituem um dos mais sérios proble– mas da filosofia moderna, que devemos examinar . Diante dêle, como frente a qualquer outro problema, podemos adotar duas atitudes : uma descritiva, outra crítica . Preliminar é a parte descritiva, que nos proporciona uma exata observação do objeto, anterior à sua explicação e inter– pretação. Nela será feita uma descrição do conhecimento nas características debaixo das quais êle se apresenta à observação vulgar; assim, faremos de início uma análise puramente feno– melógica, pouco importando que ela seja ou esteja certa ou - 12 --
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