Faculdade de Direito do Pará. Diretório Acadêmico de Direito. Pontos de introdução à Ciência do Direito. Belém: [s.n.], 1955. 355p.
mática, fundamentada em confiança ingênua na capacidade da razão humana. Os sofistas são os primeiros que propõem o •.problema do conhecimento . Ensinam não haver diferença essencial entre o bem e o mal, entre o verdadeiro\ e o falso, uma vez que a ver– dade é impossível de ser conhecida. Dessa forma, . não que– riam os sofistas a verdade, procuravam apenas servir-se da ciên– cia· para demonstrar superioridade e obter vantagens, aperfei– çoando-se na arte de pegar e destruir, e de sustentar os prós e os contras com a mesma verossimilhança. O cultivo da retó– rica e a utilização de certos engodos lógicos visavam fins mera– mente práticos: sua habilidade era tanto maior quanto maior fôsse a capacidade de formular falsos raciocínios. Criam a pri– meira modalidade de dúvida sôbre o conhecimento, chegando ao "relativismo" e ao ''ceticismo" . Surgiu a reação, corporificada em SôCRATES, que mui– tos apontam como o criador da filosofia ocidenlal. Usando o método que julgava capaz de alcançar a verdade, óbvio é que a supunha apreensível . O relativismo do conhecimento, inicia– do pelos sofistas, entrou assim em uma fase latente que somen- te LOCKE iria interromper. -· · PLATÃO, discípulo de Sócrates, introduziu na filosofia um conceito novo : o das idéias. Sócrates havia demonstrado que era prelciso procurar a essência das coisas. Platão afirma, que a inteligência, ao apreender por exemplo, a essência do homem, vê o HOMEM abstração feita de Pedro, Paulo, João; ao apreen– der a essência do triângulo, vê o TRIANGULO, abstração feita dêste triângulo obtuso ou daquêle retângulo. Essas idéias do ''homem" e do ''triângulo" permanecem as mesmas, ainda que aplicadas a uma multidão de homens ou a uma infinidade de triângulos , As idéias são, por conseguin– te, "universais". Conclui Platão pela existência de um mun– do ultra-sensível, de Modêlos imateriais ou "Arquetipos'', imu– táveis e eternos, que constituem a realidade e são inatos em nossa alma . , ARISTôTELES, discípulo de Platão, contraria o seu mes– tre : - as idéias não são inatas, mas adquiridas pela alma me– diante "o processo de abstração realizado sôbre a im~g~m sen– sitiva por uma faculdade especial - a inteligência ativa" . Além disso, para Aristóteles, o ''universal" é apenas um nome que se aplica a todos os componentes de uma me,sma clas– se de coisas. São noções subjetivas, existind.o fQra de nós ape- nas os particulares . -- Platão dizia : - o homem particular vem, vai e passa; o universal, ao contrário, subsiste. -11-
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