Faculdade de Direito do Pará. Diretório Acadêmico de Direito. Pontos de introdução à Ciência do Direito. Belém: [s.n.], 1955. 355p.

a) uma disciplina "sui-generis'', senhora de plena auto– nomia, agindo em campo próprio, fora do terreno filosófico e do científico, chegando mesmo a verificar se o homem é ou não capaz de distinguir o conhecimento filosófico do conhecimento científico - a EPIS'l'EMOLOGIA ou GNOSIOLOGIA; b) parte integrante do conhecimento científico, estudan– do-a cada ciência no aspecto que lhe interessa; e) parte integrante do conhecimento filosófico, estu– dando-a a filosofia em seu a~pecto geral. A opinião que situa a "Teoria do Conhecimento" em cam– po autônomo não conta com grande apóio . Podemos dizer que cada ciência aborda a ''Teoria do Conhecimento" apenas no as– pecto que lhe interessa . A filosofia, contudo, dela se ocupa no seu aspecto geral . - A maioria dos pensadores inclina-se a incluir a "Teoria do Conhecimento" como um dos ramos da filosofia, atendendo a que: 1. 1. 0 > a amplitude do conhecimento filosófico é maior que a do conhecimento cientifico; com efeito, enquanto o conheci– mento científico tem por objeto parcelas da realidade, o conhe– cimento filosófico se dirige à totalidade das cousas; a cada ciência corresponde, assim uma filosofia especifica . 2. 0 ) ao mesmo tempo que se dirige em particular a cada ciência, a filosofia comporta um setor de ordem geral, ao qual ~ se destinam as questões que não encontram adequação nas ciên– cias; a totalidade do que existe, portanto, é mais que uma sim– ples adição das parcelas distintas da realidade . Tôda questão de ordem geral que ultrapassa a órbita das ciências pode ser incluída no estudo- filosófico que por sua pró– pria natureza, é incapaz de ficar localizado exclusivamente no âmbito de qualquer ciência . Assim, a "Teoria do Conhecimento" é hoje considerada um dos capítulos da filosofia . Vale observar, no entanto, que a sua inclusão no sistema filosófico é conquista da filosofia moderna . 4 - Na verdade, não se pode falar de uma "Teoria do Co– nhecimento", entendida como uma disciplina filosófica indepen– dente, nem na Antiguidade, nem na Idade Média. Na filosofia antiga as reflexões epistemológicas que, aliás, não são raras, principalmente em PLATÃO e ARIST6TELES, es– tão incluídas ainda nos textos metafísicos e psicológicos . En– tre os filósofos pré-socráticos, porém, elas não aparecem. Cons– tituindo as escolas jônica, itálica, atomistica e eleática, êsses pensadores mantiveram, ante o conhecimento, uma posição dog- - 10-

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