Faculdade de Direito do Pará. Diretório Acadêmico de Direito. Pontos de introdução à Ciência do Direito. Belém: [s.n.], 1955. 355p.

Na filosofia encontramos dois grandes departamentos. A presença de um dêsses departamentos é, aliás, um motivo de diferenciação entre a filosofia e a . ciência. Na verdade, a ciência é somente explicação, ao passo que a filosofia é também atividade normativa. A orientação que .a filosofia dá à con– duta do homem é traduzida pela enunciação e pela compilação de normas. A ciência contenta-se com a explicação. A filosofia não. Além de explicar, formula normas; tem, portanto, um duplo fim : explicação e orientação. Comporta, assim, duas grandes disciplinas filosóficas : a Ontologia e a Axiologia. A Ontologia é a ciência da existência, do ser; é explica– ção essencial do mundo. A Axiologia é a parte em que a filosofia se apresenta como uma atividade normativa. Chama-se de axiologia por– que timolõgicamente quer dizer : "ciência dos valores", isto porque não podemos formular normas de conduta sem valorizar alguma coisa. Assim, quando a moral aconselha a esmola está valorizando a caridade. Logo, a atividade filosófica normativa é axiológica e atra– vés dela a inteligência procura conhecer certos valores a fim de que possa formular normas que orientem a conduta do homem. A existência, que a filosofia considera na ontologia, é uma existência que para o homem desenvolve-se em dois mundos completamente distintos : o seu mundo __:_ o eu -, e o mun– do exterior - o não eu -. Daí dividirmos a antologia em : Cosmologia e Antropologia. Cosmologia para o mundo exterior e antropologia para o mundo humano. ANTROPOLOGIA A antropologia, portanto, é aplicada à compreensão do homem e à análise filosófica da existência. Esta, a seu tur– no, pode ser estudada naquilo que é e, por outro, naquilo em que se explica à compreensão do mundo. Assim, temos em primeiro lugar, a psicologia - explica– ção do homem na sua natureza. Além disso também à existência do homem se aplica o conhecimento do mupdo e esta explicação, que é um liame en– tre o eu e o não eu é objeto de estudo da teoria do conhecimen– to. Portanto, a teoria do conhecimento é antropológica, é um doi ramos da antropologia. Tal teoria, no sentido ·am-

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