Faculdade de Direito do Pará. Diretório Acadêmico de Direito. Pontos de introdução à Ciência do Direito. Belém: [s.n.], 1955. 355p.
Isso acontece porque ·o mundo que conhecemos (o feno– mênico) é form_ado em nossa consciência, com o auxílio de for– mas a priori . Assim podemos reunir o fenomenismo em três pontos : 1) a coisa em si (noumeno) é incognoscível; 2) nosso conhecimento é limitado ao fenômeno; 3l o fenômeno surge em nossa consciência porque orde– namos e elaboramos o material sensível com base nas formas "a priori". 4 - ESPÉCIES DO CONHECIMENTO T€ttnos duas modalidades fundamenta.is d,e conhecimento : o sensível ou jntuitivo e o conceptual. O conhecimento intuitivo, como o próprio nome diz, con– si~te em apreender imediatamente o objeto . Apreendemos imediatamente todo o dado da experiência externa ou interna; imediatamente percebemos o vermelho e o azul que vemos (ex– periência externa) ou o ódio e o amor que sentimos (experiên– cia interna). O conhecimento conceptual, ao contrário, exige uma sé– rie de operações intelectuais . Há uma pluralidade de atos . A inteligência compara, analisa, conclui, para chegar aos con– ceitos. Não haverá, porém, no conhecimento intelectual, além dos conceitos, frutos de uma atividade discursiva, a intuição, como no conhecimento sensorial ? Certamente. Assim, quan– do comparamos o azul e o vermelho concluímos intuitivamente que o azul e o vermelho são côres distintas . Houve, portanto, o conhecimento inteledual intuitivo e imediato, que se colocou ao lado do conhecimento intelectual conceptual . · · BERGSON é o representante mais atual e mais brilhante do intuicionismo . Para êle os conceitos fragmentam e de.for– mam a realidade fluente . A inteligência, faculdade dos con– ceitos, é incapaz de atingi_r a realidade em si mesma e essa inca– pacidade atinge a ciência, filha do intelecto. Para penetrar na essência das cousas é necessário ultrapassar a inteligência e re– correr à intuição . Só a irituição pode apreender a essência, o núcleo, o conteúdo íntimo da realidade. A intuição é, dessa forma, o método por excelência da filosofia; mediante ·ela penetramos no interior da vida, entra– mos em contacto, por assim dizer, com o centro das cousas . -26-
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