Faculdade de Direito do Pará. Diretório Acadêmico de Direito. Pontos de introdução à Ciência do Direito. Belém: [s.n.], 1955. 355p.
eroduto, o resultado de certos elementos externos, aos quais é relativo. Distingue-se assim do subjetivismo porque enquan– to êste faz depender a validez do conhecimento de fatores inter– nos que residem no sujeito cognoscente, o relativismo faz de– pender a validez do conhecimento de fatores externos, como a influência do meio, do círculo cultural, etc. Vamos encontrá-lo na filosofia contemporânea . como uma das suas formas mais destacadas, no relativismo cultural, de SPENGLER . Em sua obra "A Decadência do , Ocidente", Spengler introduziu em filosofia um conceito novo de cultura. tle chama de cultura uma uniformidade entre certos blocos humanos e diz que êsses blocos humanos são organismos que nascem, esgotam as suas possibilidades de produção e entram em decadência. O interessante é que a teoria de Spengler afirma ser o conhecimento do homem um produto cultural e não intelectual, de forma que, em cada cultura encontramos uma criação. Haverá tantos produtos de criação cultural quantas forem as culturas autônomas, podendo-se observar tal fato mes– mo com a matemática, que comporta uma diferença entre con– cepções culturais diversas. O conhecimento é relativo e res– trito ao·meio cultural. Assim, como afirma Spengler, "só há verdades em relação a uma humanidade determinada" . e) o pragmatismo - O pragmatismo, abandonando dis– cassões que julga estéreis e intermináveis, deixa de indagar se uma doutrina é veirdadeira ou .-falsa, para investigar. imicamen– te os seus resultados no domínio prático da vida . O verdadeiro, no pragmatismo, significa o útil; o valioso. Dai a concepção pragmática ·da verdade, que deixa de ser uma equação entre o pensamento e. o seu, objeto-para constituir ape– nas o índice de utilidade de uma afirmação. O conhecimento passa a ser, dessa forma, .mero instrumento de ação, perdendo sua existência como contemplação pura, uma vez que o pragma– tismo desconhece o v~lor próprio e a autonomia do pensamen– to humano. Chegamos, por fim, com o pragmatismo, a iden– tificar os conceitos do "verdadeiro" e do "útil", apesar da dis– tinção que existe entre os dois, distinção que nos permite veri– ficar, muitas vezes, que uma verdade pode agir inutilmente e uma representação falsa atingir objetivos úteis. WILLIAM JAMES é em geral considerado o fundador do pragmatismo. Alguns autores, no entanto, atribuem a CAR– LOS PIERCE o lançamento das idéias fundamentais do sistema, cabendo a JAMES, unicamente, dar-lhes coesão e ressonância . · O pragmatismo teve difusão muito rápida e influenciou diversos pensadores contemporâneos como DEWEY nos Esta- -19 -
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