Faculdade de Direito do Pará. Diretório Acadêmico de Direito. Pontos de introdução à Ciência do Direito. Belém: [s.n.], 1955. 355p.
Outro problema que surge é o da ORIGEM DO CONHECI– MENTO. Temos duas modalidades fundamentais de conheci– mento, as quais denominamos de "conhecimento sensível ou sensorial" e de ''conhecimento intelectual ou conceptual". Dois fatores contribuem assim para o conhecimento : a "expe– riência" e a "razão" . Qual dêles é o mais importante e o mais decisivo? Na resposta iremos encontrar duas posições diame– tralmente opostas : uma proclamando que somente a sensação e a experiência originam o conhecimento - a "empirista", ou– tra afirmando que, ao contrário, o homem só pode conhecer mergulhando em si mesmo ....:_ a Hracionàlista" (a razão é a úni– ca fonte do conhecimento) e, finalmente uma terceira, conci– liando as duas anteriores - a "intelectualista''. Ainda poderemos estabelecer dúvidas sôbre o ponto que afirma haver no conhecimento um fator determinante - o ob– jeto, e um fator determinado - o sujeito. Perguntaremos, en– tão : é o objeto que impressiona o sujeito ou é o sujeito que cria o objeto? Temos o problema da ESS:ltNCIA DO CONHE– CIMENTO. As teorias que tentam solucioná-lo vão do real'ismo (que encontra realidade apenas no objeto) ao ide·ali smo que atribui ao espírito humano a criação do objeto e reconhece no mundo uma ficção). Entre êsses dois pontos extremos encontramos a- posição eclética e conciliatória do fenomenismo (que procura vêr a posição equivalente do sujeito e do objeto; o objeto con– tribuindo com a matéria do conhecimento e o sujeito com a for– ma do conhecimento>. Cabe suscitar -um quarto problema . Quais as ESPÉCIES DO CONHECIMENTO INTELECTUAL ? Quando aludimos ao conhecimento intelectual do homem sabemos ser o r aciocínio o único meio de chegarmos a êle . O raciocínio é composto de uma cadeia lógica, sendo os élos desta cadeia elementos lógicos que nos proporcionarão, em conjunto, chegar à "conclusão" - eis aí o "conhecimento conceptual" . No "conhecimento sen– sível" não existe raciocínio . Não há raciocínio quando nota– mos que a côr verde de uma caneta é realmente verde. Se chegarmos a fazer tal afirmativa é porque houve simplesmen– te intuição de nossa parte. Daí se chamar êsse conhecimento de "intuitivo". Pergunta-se : há possibilidade, no conhecimento intelec– tual, dê um contacto imediato do sujeito com a verdade, inde– pendentemente de r aciocínio ? ou melhor, haverá também "co– nhecimento intelectual intuitivo" ? Todavia, para bem r esponder a essas perguntas é neces– sário estabelecer um critério de verdade ; separar o conhecimen- -16 -
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