Faculdade de Direito do Pará. Diretório Acadêmico de Direito. Pontos de introdução à Ciência do Direito. Belém: [s.n.], 1955. 355p.
errada à luz de uma análise crítica, que posteriórmente será processada. 6 - No mundo existem duas entidades perfeitamente dis– tintas: uma é o "EU", aquilo .que somos, outra, é o ''NÃO EU'', aquilo que não somos ; Essas duas entidades são absolutamen– te irremovíveis. Há uma separação completa entre o ''EU" e o "NÃO EU". . O conhecimento existe como uma consequência inevitável dessa dualidade. Assim é que, apesar da separação ·que exis– te entre o ''EU" e o "NÃO EU", se estabelece um c.ontacto en- · tre as duas entidades; do qual resultará a penetração do ''EU" pelo "NÃO EU" a que chamaremos de CONHECIMENTO. O ''EU" é o sujeito, o "NAO EU'' é o objeto - sujeito " objeto são, pois, os têrmos do "conhecimento". No conhecimento, se acham frente a frente o sujeito e o objeto, que permanecem separados um do outro. O dualis– mo do sujeito e do objeto é da essência do conhecimento; o co– nhecimento é assim uma relação que se estabelece éntre os dois têrmos. Temos nêle um fenômeno de RELAÇÃO . Essa a çaracteristica básica do conhecimento. •Résta-nos continuar a descrevê-lo, a fim de encontrar o que ·singulariza a relação do conhecimento, distinguindo-a das demais : a) a relação entre os têrmos do conhecimento é uma CORRELAÇÃO. A ''CORRELAÇÃO" é uma modalidade de re- lação . · , Dizemos que existe relação, simplesmente, quando o vín– culo que liga os dois têrmos tem existência objetiva e se impõe não só aos próprios têrmos da relação, como àquêles que lhe são estranhos. Na relação de ''causa e efeito'\ por exemplo, o fenômeno "B" sucede invariàvelmente ao fenômeno "A''. Teremos nela uma realidade objetiva exterior, válida para os elementos estranhos a ela . Na ''correlação" o sujeito só é sujeito para um objeto e o objeto só é objeto para um sujeito. Ambos só são o que são, enquanto são para o outro : o sujeito só é sujeito quando olha– do do ponto de vista do objeto. b} na relação do conhecimento -é impossível a transposi– ção de um dos têrmos para outro, ou seja, o sujeito não pode transformar-se em objeto e o objeto em sujeito - é a ffiRE– VERSIBILIDADE. Em ·relaçãq_ ao nosso conhecimento, outra pessôa representa sempre o objeto dêsse conhecimento (parte passiva> enquanto nós seremos sempre o sujeito (parte aitiva dêsse conhecimento) ou vice-versa para o conhecimento alheio. -13-
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