VIANNA, Arthur. Pontos de historia do Pará. Belém: Empreza Graphica Amazonia, 1919. 76 p.
- PONTOS DE HISTORIA DO PARÁ 54 Infelizmente esta medida salutar só poude ser cum– prida em parte; apenas Francisco Vinagre foi preso, Eduardo Angelim e Antonio Vinagre, faccinora perverso e o inspirador dos actos máos de seu irmão, alliciaram logo muita gente e, e_m 14 de Agosto de 1835, com dois a tres mil homens, invadiram a cidade. . Um piquete que o presidente mandou a encontrar os facciosos foi repellido na estrada de Nazareth e obri– gado a voltar em fuga para o palacio; Eduardo Angelim tomou o quartel da praça Saldanha Marinho. Poucas fo– ,ram, entretanto, as vantagens d'esse dia porque a força legal retomou o quartel, sendo os cabanos repellidos com grandes perdas no ataque ao arsenal de guerra ( então installado no convento das Mercês, onde hoje está a Alfandega), morrendo ahi o infame Antonio Vinagre. No dia seguinte repelliram ainda os legaes aos ca– banos mas nos subsequentes viu-se o governo tão aper– tado pelo inimigo que teve de embarcar o presidente para a esquadra, na madrugada de 23 de Agosto, sendo abandonados pelas guarnições o Castello e o Arserial de .Guerra. Ficaram assim os cabanos senhores da cidade. Manoel Jorge Rodrigues installou então a séde do go– verno da província na ilha de Tatuóca que ficou guar– dada pela esquadra. Cametá A villa de Cametá (situada no Tocantins, á margem esquerda) resistiu briosamente a todos os ataques dos cabanos; foi o unico logar da provincia que não cahiu em · poder dos rebeldes. A briosa resistencia que ahi encontraram os facci– noras teve por chefe o padre Prudencio José das Mer– cês Tavares, distincto sacerdote que arregimentou os cidadãos, armou-os e exercitou-os, constituindo Cametá em baluarte inexpugnavel da legalidade. ---,;;
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0