VIANNA, Arthur. Pontos de historia do Pará. Belém: Empreza Graphica Amazonia, 1919. 76 p.
PONTOS DE HISTORIA DO PARÁ 12 francisco Orellana Deixando os seus companheiros a braços com os hor– rores da fome, conseguiu Orellana seduzir os seus solda– dos a acompanharem-no no descobrimento do grande rio. Desceram os aventureiros o Amazonas, desde a con– fluencia do Napo até á fóz no Atlantico, e foram terá ilha Margarida, nas Antilhas. D'ahi foi Orellana á Hespanha, onde o imperador Carlos V nomeou-o governador e general das terras des– cobertas e deu-lhe navios e tropa para a conquista. Orellana tentou, em 1549, entrar com a sua expe– dição no Amazonas, mas equivocado varou pelo rio Pará ( estuario do Tocantins, engrossado com as· aguas dos rios Mojú, Guamá e Acará ), perdendo -em naufragio na– vios e homens, depois do que retirou-se para a ilha Mar- . garida, onde falleceu. As Amazonas ,l Orellana, quando esteve na Hespanha, narrou que na fóz do J amundá ( rio que serve de limite entre o Pará e o Amazonas), fôra a sua expedição atacada com vigor por uma tribu de mulheres guerreiras, pelo que deu elle á grande arteria fluvial o nome de Rio das Amazonas, denominação hoje abreviada em Rio Amazonas. Amazonas é uma palavra de origem grega, com que d-esignavam na ~uropa as tribus de mulheres guerreiras da Asia; quer dizer - sem itm seio, porque dizia-se que as Amazonas queimavam o seio direito para não estor– var o jogo do arco e flecha. Entretanto Orellana não viu Amazonas no Pará, apenas achou entre os índios a noticia de que ellas exis– tiam na bacia do grande rio.
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