MASSA, Pedro. Pelo rio-mar: missões salesianas no Amazonas. Rio de Janeiro: [s.n.], 1928. 225 p.
' f cordel pará que a dependurassem ao pescoço. Soubemos· mai~ tarde . que alguns a conservavam por muito tempo e que ou- ·· · ~ tros, ao contrario; a perderam logo. Estes factos se dér'am ·_ ha 28 annos. · • Por ,um êomplexo de circumstancias, chegou-me· aos ou– vidos_a noticia de que cacique Mánuel se achava gravem.ente enfenmo e abandonado dos seus. Em companhia de um crea– de> que me facilitou o Senador Francisco C;impos, propÍ-ieta– rio daquellas terras, fui visitar o infeliz cacique. Que <li t Íê; nmça_entre a ··cabana de outr'ora ,e a' actual ! Aquella parecia um palacio, esta era m~a miseravel tapera. Encontrei-o prostrado sobre um· catre. A lepra lhe tinha consumido os dedos dos pés -e das mãos, os labios e o nariz. Parecia -uma ·mumia. Quando viu' qúe uni Si'\Cerdote apea·,a \~ sua porta, quiz sentar-se ,wbr-e o catre, mas não lhe foi possí– vel. O meu guia não se abejrou da macabra cabana com medo do contagio. A mulher do cacique vivia com outro; de ha mui– to que o tinha abando~ado; só um filho de seus 12 annos vi– sitava-o t~âas as manhãs, ·para lhe levar uma lata dagua e a!'– guma · coisa par comer; enchia de agua uma velha cafeteira, acc«;!ndia o fogo e·. . . até outro dia. . . · Acerquei-me do seu catre e lhe disse. • f., t Bom dia, Ma.nuel . ti • .• . 1 Quem sois, Padre ? Sou um daquelles sacêrdat.es que, ha 28 annos, ,vi:iila– ram a sua tribu; soube que vo'cé estava doen~e e, , como você é christão e 'está debaixo da minha juris<licção parochial, era bem justo que eu viesse visitai-o. E depois, ·você nos livrou de uma morte oerta, não se recorda? Reflectiu ,um pouco e depois disse: - E' verdade. Por não quererem ouvir' os ·meus conse– lhos, aqu~lle,s ,dois jovens quasi nos matam a todos.. ·Pois bem. Recordando aquella sua bella acção e, ain-
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