CUNHA, Raymundo Cyriaco Alves da. Paraenses illustres. 2.ed., corr. e augm. Pará: J.B. dos Santos, 1900. 160 p.
- 102- 0nde esse encanto que monstravas, rosa!.•• Quando vaidosa te tornava a cor, Nitidas roupas de setim trajavas Onde occultavas virgin.al pudor 1 Foste rainha do vergel um dia, E a louçania em pallidez mudou..• Pobre ludibrio de contrarios ventos Nem teus lamentos - seu furor calmou 1 Murchar-te veiu com seu raio ardente Osól luzente - ao resurgir no céo, Depois sem folha o veµdaval dei.xou-te Quando da noite se estendia o véo ! Ai 1inda ha pouco com vigor te via Quando do dia despontava a côr, E agora murcha, desfolhada e triste Nem côr existe no teu rosto, flôr! Perdeste a graça, sem olor ficaste Na debil haste - a definhar - morrer; Pallida a frente, sem signal de vida Já tens pendida p'ra jamais erguer! E quando a aurora alvorecer sorrindo O céo tingindo de purpurea côr, Per'las mimosas de seu pranto algente Na curva frente e virá depõr ! Mas ai ! não ha de, minha fragil rosa, A côr formosa te fazer voltar; Tu sempre triste ficarás no prado Sem teu estado de verdor cobrar l Té que essas folhas - qual singela c'roa Que cinge a tua moribunda tez, Serão nas azas do tufão levadas, Ou esmagadas do pastor aos pés1
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0