CUNHA, Raymundo Cyriaco Alves da. Paraenses illustres. 2.ed., corr. e augm. Pará: J.B. dos Santos, 1900. 160 p.
-,o- criticas, quasi que na miseria; entretanto desprezou tudo isso por causa da patria que elle amava extremo– samente, e onde queria apresentar a primeira prova do seu invento. Em 17 de Abril de 1825 seguiu elle de Lisbôa na ga– léra Condessa da Ponte para o Rio de Janeiro, onde desembarcou no dia 5 de Junho do mesmo anno ãs 9 horas da manhã. Com effeito ahi, na presença de D. Pedro I, do minis– terio e de grande concurso de povo, fez a sua primeira experiencia, que foi corôada do mais feliz resultado, e posteriormente relatada pela imprensa do paiz e do extrangeiro. Um dos jornaes que tratou d'este importante acon– tecimento foi o Periodico dos Pobres, de Lisbôa, n° 72, de 2 de Abril de 1828, uma quarta-feira. Pedindo uma-subvenção para continuar, já em ponto maior, a construcção do seu machinismo, derão-lbe a miseravel quantia de cinco patacas por dia, que rejeitou com dignidade. N'este interim chegou-lhe a noticia de que em Loanda tinha f'allecido o seu sogro, que ali exercia um dos mais altos cargos, deixando fortuna avultada. Logo que lhe foi possível, Madureira Parã seguiu viagem para lá, e depois de passados alguns dias e de começada a respectiva arrecadação, lhe foi offerecido um baile. Sentindo-se incommodado, retirou-se antes d'este terminar, e na manhã seguinte foi encontrado morto no seu quarto de dormir.
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