CUNHA, Raymundo Cyriaco Alves da. Paraenses illustres. 2.ed., corr. e augm. Pará: J.B. dos Santos, 1900. 160 p.

-17- D!ahi em·breve começou a rasgar-se o véo que enco– bria o talento raro que Madureira Parã possuia~ Reconhecendo a necessidade de montar uma typo– graphia, elle mesmo, sem que em tempo algum tivesse exeroido arte ou officio de qualquer especie, fabricou uns typos de madeira, cujo modelo nunca tinha visto, e apresentou ã Junta Provisoria do Governo um reque– rimento impresso no dia 28 de Maio de 1821, no qual pedia a necessaria licença para entrar no livre exerci– cio da sua officina, pois até então erão prohibidos aqui os estabelecimentos d'este genero. Essa licença foi-lhe dada, mas com a condição de que elle publicasse o expediente do governo, com a pro– mess.a de lhe ser este razoavelmente pago. O expediente, porém, augmentava diariamente e etle via-se obrigado a retardar· os artigos particu– lares, o que lhe acanetava grande prejuízo, mais aug– mentado .ainda pela falta do pagamento promettido pela publicação d'aquelle, que afinal foi exigida de graça. Pediu então Madureira Parã uma licença, que lhe foi dada sem vencimentos, e partiu d'aqui para Lisbôa em 27 de Novembro de 1821, no brigue Prazeres e Triumpho, com a intenção de recorrer ao monarcha D. João VI, o Clemente, e com o fim de aperfeiçoar a sua typographia. _ ' Teve bôa viagem durante quarenta e nove dias, de- ~ pois dos quaes sobrevierão temporaes tão fortes, que quasi naufragárão elle e os seus companheiros. Madureira Parã reconheceu que ~ra necessario ac-

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