CUNHA, Raymundo Cyriaco Alves da. Paraenses illustres. 2.ed., corr. e augm. Pará: J.B. dos Santos, 1900. 160 p.

-HS- 0 illustrado paraense falleceu na manhã de U de Outubro de 1887, sendo sepultado na tarde do mesmo dia. Deixou viuva, Dona Victoria do Valle Ribeiro de Souza e cinco filhos menores, Julieta, Maria, Raymundo, José e Julio. Publicou um livro de magnificas poesias, a que deno– minou Pyraustas, hoje rarissimo, e deixou muitas outras ineditas, das quaes algumas em francez e hes– panhol, linguas estas em que tambem era versado. Uma das suas mais bellas prod ucções é o seguinte soneto, que publicou em 22 de Maio de 1887, na Arena, periodico litterario que houve n'esta capital. Aquelles - « Ai! Jesus! » - tão doloridos, Aquellas tuas queixas lancinantes, Ai! aquelles olhares supplicantes, Continuamente para mim volvidos; A de~il voz angelica, os gemidos, Repassados de angustias cruciantes, Esse - « Meu pai n ! - dos ultimos instantes, Echo da morte vivo em meus ouvidos: Tudo exacerba a magoa minha ingente, Este voraz abutre da anciedade, Este agudo punhal percuciente. Mas, quanto mais lhe sondo a immensidade, Quanto mais rude a sinto e mais pungente, Mais me induz a querei-a, esta saudade. Foi dedicado á memoria de seu filhinho Agostinho, fallecido no dia 29 de Janeiro do mencionado anno: e, innegavelmente, essa composição toca bem fundo as

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