CUNHA, Raymundo Cyriaco Alves da. Paraenses illustres. 2.ed., corr. e augm. Pará: J.B. dos Santos, 1900. 160 p.
- 122 - O illustrado paraense teve então a inspiração de que a navegação aérea era praticavel. Observou com a maior attenção durante muitos dias o movimentG do passaro, e começou a estudar seria– mente o problema. Quando chegavão as horas das refeições, Julio Cezar d'ellas não se lembrava. De noite levava curvado sobre os livros, fazendo cal– culos e desenhos, até a madrugada, tornando-se neces– sario que sua idolatrada esposa fosse buscal-o a fim de que elle adormecesse algumas horas. Tal era o interesse que o dominava. Conhecia perfeitamente as mathematicas, e tanto se aprofundou no estudo da nova idéa, que inventou um systema de balões inteiramente desconhecido. Este facto foi noticiado pela imprensa brazileira no principio do anno de 1880. O distincto paraense fez <lutante muitos mezes expe– riencias com pequenos balões de tela e papel; e como obtivesse resultado satisfactorio, pediu á Assembléa Legislativa de sua terra natal uma subvenção para ir até Paris, afim de fazer construir um balão para conti– nuar nas suas experiencias. Concedida a subvenção pela lei n. 1064, 25 <le Junho de 1881, partiu Julio Cezar para aquella capital, onde expoz as suas tbeorias no dia 21 de Outubro do dito anno, perante a sociedade franceza de navegação aérea, tendo o boletim mensal da mesma, l'Arefonaute: feito apenas menção da sua conferencia. Entretanto le Brésit, jornal que se publica em
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